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Narração por Caio. 

Eu fui embora achando que aquilo seria a coisa certa a se fazer. E foi bom pra mim, pra empresa da minha família e para o meu desenvolvimento econômico. Morar em Milão era muito bom, me distanciei dos amigos que não me levavam a lugar nenhum e me concentrei na minha carreira. Não sou chegado a relacionamentos sérios, até hoje nunca namorei e nem quero uma mulher pendurada no meu pescoço. Uma noite só basta. 

Após quase 13 horas de viagem, cheguei ao Rio de Janeiro. Assim que sai do avião uma nostalgia me envolveu, até o cheiro era diferente. Sai do portão de desambarque e foi a maior felicidade encontrar meu pai e a Luna. 

Luna: IRMÃO! –Ela largou o braço do meu pai e veio correndo ao meu encontro. Larguei minha bolsa no chão, peguei a minha linda no colo e a girei. 
Caio: Que saudades minha pequena. 
Luna: Ain Caio, quantas saudades. –Ela me encheu de beijos. A coloquei no chão, mas era do meu coroa que estava de fato sentindo falta. A Luna eu a via todos os anos, meu pai que já não via desde quando fui embora. Ele veio até a mim e nos abraçamos fortemente. 
João: Que saudades filho, nossa é muito bom ter você de volta em casa. 
Caio: Que saudades pai, muitas saudades mesmo. –Prolonguei o abraço. Ter um relacionamento saudável com a minha família é muito mais importante do que ter um relacionamento com alguma mulher. 
João: Seja bem-vindo, preparamos um almoço especial pra você. 
Caio: Ah que bom, estou morrendo de fome. –Ri. 
Luna: Quero saber de todas as novidades! 
Caio: Claro tampinha. –Bati no topo da cabeça dela. 

A Luna cada dia que passava estava cada vez mais linda, eu a via por Skype e redes sociais, mas não era a mesma coisa. Minha pequena mudou muito desde o verão passado. 

Pegamos as minhas malas, eles me ajudaram a carregar tudo até o carro do meu pai. Entramos e eu fui no banco da frente com o meu pai.

Conversar com eles era estranho demais, eu estava habituado ao italiano, ao sotaque e tudo mais. Agora ouvi o sotaque carioca era gostoso demais.

João: A Andréia está ansiosa pra conhecer você. 
Caio: Sua namorada? Vai ser bom conhecer a dona do seu coração. –Brinquei com ela-. E aquele cara ein Luna... –Olhei pra trás e ela estava sorrindo vermelha de vergonha. 
Luna: Que cara? 
Caio: Seu namorado, eu bem vi lá no seu Facebook. 
Luna: Meu namorado ué. 
Caio: Sabia que aquilo daria em namoro. Meu pai nem pra vigiar. 
João: Vigiar o que? Luna sabe o que faz. –Meu pai riu. 
Caio: Quero só ver, vou ficar de olho nesse cara. 
Luna: O convidei pra almoçar com a gente, quero só ver se ele vai vir. Porque eu acho que ele está dormindo. 
Caio: Dormindo uma hora dessas? –Olhei no relógio do carro-. Vagabundo assim? 
Luna: Nem começa com suas implicâncias. –Ela rolou os olhos. 
João: O menino é gente boa, você vai gostar. 
Caio: Sou difícil. 

O RJ estava muito diferente, fiquei olhando pela janela e me sentindo feliz por está de volta. Logo chegamos a nossa casa, lembrei de coisas importantes da minha adolescência e infância. Cada coisa boa que rolou.

Meu pai buzinou ao parar o carro e saímos. Pegamos minhas malas e uma mulher muito linda saiu do portão da nossa casa. 

João: Filho, essa é a Andréia, minha namorada. –Ele falou me apresentando ela, sorrimos um para o outro e nos abraçamos. 
Andréia: É um prazer conhecer você. –Ela me deu um abraço apertado. 
Caio: É um prazer também. 
Andréia: Ouvi coisas boas ao seu respeito. 
Caio: Seu também. 
Luna: Déia, Gael deu sinal de vida?
Andréia: Ixi, Luna! –Ela riu-. Se ele não falou com você, quem dirá comigo né. Mas domingo ele aparecer antes de 12 horas é muito milagre. –Quero logo saber quem é esse moleque, saber qual é a dele. Porque se for vagabundo já não quero com a minha irmã. Pra namorar com ela tem que ser responsável, fazer uma boa faculdade, já ter noção do que quer pra vida, um emprego em mente. 
João: Ainda são 11:30, relaxa. –Eles me ajudaram a entrar com as minhas coisas e levamos tudo para o meu antigo quarto, que estava do mesmo jeito, porém preservado e limpo. 
Caio: Que saudades desse quarto. –Ri. 
João: Filho, fica ai com sua irmã. Eu e a Andréia vamos ver as coisas lá do almoço. –Eles saíram e deixou eu e a Luna apenas. 
Luna: E ai, irmãozinho. Vamos fazer o que pra comemorar sua chegada? 
Caio: Nada ué, não quero balada. 
Luna: Agora que eu tenho idade pra sair com você, você não quer? 
Caio: Balada não é tudo né Luna. E desde quando você se tornou baladeira? –Olhei pra ela com uma das sobrancelhas arqueadas. 
Luna: Eu não me tornei “baladeira”. –Ela rolou os olhos-. Eu só queria saber o que iríamos fazer, nem citei a palavra “balada” pra você. 
Caio: Calma também. –Levei minhas malas para o canto do cama-. Só não quero que você se perca na faculdade, Medicina não é brincadeira. 
Luna: Nenhum curso na faculdade é brincadeira, mas hoje é domingo e o período começou agora. Só queria pelo menos dá um passeio com o meu irmão que acabou de chegar de viagem. 
Caio: Ok Luna. –Rolei os olhos. Luna quando pega pra falar também é fogo. 
Luna: E não rola os olhos pra mim. –Ela fez uma cara de bravinha e eu tive que ir. Sentei ao lado dela na cama. 
Caio: O que você quer Luna? 
Luna: Sair com você. 
Caio: Amanhã depois que eu ir até a empresa e você chegar da faculdade, eu te dou toda atenção que você quer.
Luna: Sua sorte que você está com um sotaque lindo e eu não quero brigar com você. 
Caio: Bobinha. –Eu dei um abraço nela e um beijo no topo de sua cabeça. 

Ela me ajudou a arrumar algumas coisinhas e depois fomos pra sala ficar conversando com meu pai e sua namorada. Até que ela era bem legal, eles pareciam se gostar muito, então pra mim tanto faz. 
A campanhia tocou e a Luna levantou rápido. 

Luna: Vou atender a porta. 
Caio: Hmmm. –Rolei os olhos. 
João: Até imagino quem seja. –Meu pai e a Andréia riram. 
Luna: Para gente. –Ela riu e saiu pra atender. 
Caio: Ela está com esse cara a quanto tempo? 
Andréia: Ele é meu filho. 
Caio: Sério? –Olhei assustado-. Você nem parece que teve filhos. 
Andréia: Eu tive 3 filhos. –Ela riu. Sério, quantos anos essa mulher tem? Porque olha minha mãe teve dois filhos e nem é tão gata assim. 

Logo a Luna chegou com um cara, reconheci que era o tal Gustavo Garcia que ela vivia tirando foto e estava namorando. Esse mesmo cara estava de mãos dadas com a Luna. 

Luna: Maninho, esse é o Gael. –Levantei e fui cumprimentar ele-. Gael, esse é o meu irmão Caio. 
Gael: Prazer cara! –Ele apertou minha mão firme. Pelo menos sabe apertar uma mão. 
Caio: Prazer. –Ele foi falar com a mãe dele e depois com o meu pai. 
João: Agora podemos almoçar. 
Luna: Isso ai, gosto quando falam em comer. 
Gael: Começou a gulosa. –Ele riu e a minha irmã deu um soquinho em seu braço. 

Fomos para a sala de jantar, sentamos e o meu pai mandou servir o almoço. A empregada, que já não era a mesma de quando eu morava aqui, serviu o almoço que parecia está maravilhoso. 
Comemos enquanto todos conversavam e faziam perguntas para mim.

Tem foto do Caio nos personagens, voltem lá pra ver.

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