Fabiano

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- Ô Fabiano, larga essas poesias e vem aqui!
Fabiano fecha o caderno e vai até a frente da loja, Orestes está de braços cruzados e uma meia dúzia de malas está sob os pés de uma moça loira.
Fabiano repara nas covinhas quando ela sorri, no olhar curioso e abaixa para pegar a bagagem quando o outro aponta sem olhar para ele.
Deixa as bagagens no escritório do dono e volta para seu caderno.
Das coisas que vi
Depois que você
Se foi, sem nem mo
Dizer que mal lhe fiz

Te vejo
Em tudo
Em tudo há algo seu

Como hei um dia lhe esquecer,
se as folhas caindo devagar
na praça à tarde
me lembra seus movimentos
lentos ao acordar
e .

- Fabiano!
O próximo verso foge como um passarinho assustado. Ele olha para o lado e vê Fátima nas pontas dos pés.
- Que lhe foi?
- Fabiano, quem é aquelazinha?
- Deve ser a nova farmacêutica. Orestes disse que ia tá pra chegar por esses dias.
- Precisa ser bonita assim não.
- Fátima, isso é ciúme?
Fátima para no ar, se vira com olhos arregalados, de rosa suas maçãs ficam vermelhas, desce os pés e de seus olhos de fenda saem faíscas. Fabiano observa a colega arrumar os medicamentos, resmungando e se levantando toda hora para olhar do lado de fora.

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⏰ Última atualização: Oct 20, 2017 ⏰

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