00 | Prólogo

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00 | Prólogo

Nicholas

— Que diabos você esta fazendo ai fora, garoto? — Um homem, baixo e gordo em um terno preto me pergunta serio, jogo o cigarro no chão pisando no mesmo.

— Só estava dando um tempo, senhor.

— Você não é pago para "dar um tempo". — Ele faz aspas no ar me fazendo mentalmente revirar os olhos. — Pegue mais champanhe e sirva os convidados.

Pense em Richard e Dorotea.

Ele fica na porta me esperando, mentalizando mais uma vez a voz encorajadora do meu mentor, eu entro sem dizer nada.

Pego a bandeja que eu tinha abandonado em cima de uma das mesas da cozinha e sigo para dentro, uma música clássica toca me dando mais uma vez a vontade de revirar os olhos, riquinhos com gosto musical do caralho.

Sigo pelo lugar vendo todos me olhar como se eu fosse à merda em seus sapatos, eu odiava esse lugar, porra, completamente, Olho para Cary, que tinha me conseguido esse emprego hoje, ele parecia completamente o oposto de mim, a vontade de um jeito que eu invejava.

Fui para trás de uma das grandes plantas que pareciam ter se multiplicado enquanto eu estava fora, puxei meu celular do bolso, não havia mensagens, o que poderia significar com Richard estava bem ou não, aperto o punho me sentindo impotente, respirando fundo estalo meu pescoço para direira e então para a esquerda , e é quando eu a vejo.

Eu estava quase ao lado das portas, eu ouvi quando seus passos ecoaram pelo chão da enorme sala, e parecia que a sala tinha ficado em silencio apenas olhando para ela.

A morena curvilínea não pareceu se importar, ela era o oposto de todos naquela sala. Diferente dos vestidos longos elegantes, as maquiagens pesadas e ternos caros sob medida, ela usava uma calça jeans colada em seu corpo, uma camiseta vermelha escuro do ramones e tênis, sua calça resaltava suas coxas grossas e sua bunda grande e empinada, seu cabelo era mantido para trás em um laço vermelho, lhe dando uma inocência que fez meu pau apertar.

Ela olhou ao redor da sala, não dando a mínima para todos os olhares nela, mas antes que pudesse ter qualquer ação uma loira apareceu a puxando pelo braço para fora do local. Elas seguiram para fora da sala e mesmo não sabendo ao certo porque, eu as segui.

— O que diabos você esta fazendo vindo aqui vestida assim? — A mulher a olhou com nojo, o mesmo nojo que ela me olhou antes de pegar uma taça de champanhe, alguns minutos atrás.

— Eu precisava falar com o pai, mamãe. — Ela disse me deixando ainda mais interessado na conversa.

Mamãe?

Eu tinha tido meu quinhão fodido, mas se tinha alguém que eu sempre poderia me apoiar era minha mãe. Quando viva minha mãe era a melhor coisa na minha vida. Essa mulher simplesmente não parecia se encaixar com esse titulo.

— Não me chame assim. — A loira passou a mão pelo cabelo fazendo careta. — Você não pode vir a um lugar como esse usando esse tipo de roupa. Achei que depois do seu namoro com Liam você ao menos aprenderia a se vestir.

— Eu não dou a mínima para como eu... — Mas antes que ela pudesse terminar a loira lhe deu uma grande bofetada no rosto, a cabeça da morena foi para o lado com o impacto e os cabelos castanhos taparam seu lindo rosto, ela encarou o chão.

— Como sempre, você envergonhando nossa família. — Ela quase cuspiu as palavras olhando para a morena que parecia estar prestes chorar.

Ela então passou as mãos no cabelo, alisou o vestido e saiu como se sua filha não estivesse encostada na parede com uma grande marca vermelha no rosto enquanto chorava, bufei revirando os olhos, ricos do caralho.

Meus pés acabaram me levando a frente da morena, que agora estava abaixada no chão, ela levantou o rosto para me encarar, seus olhos castanhos nublados de lagrimas.

— Você esta bem? — Perguntei engolindo em seco, ela me olhou em silencio por um grande momento ate que ela assentiu passando a mão no cabelo.

— Vo-cê viii... — Ela pausou soluçando, ela fechou os olhos respirando fundo e continuou. — Você viu isso?

Eu não sabia ao certo o que fazer ou falar, mas eu queria desesperadamente que ela parasse de chorar, eu assenti e ela soluçou ainda mais alto voltando a chorar enquanto escondia seu rosto nas mãos.

— Se serve de consolo. – Eu comecei vendo ela levantar o rosto para me encarar.—Eu acho que você esta linda.

Eu sorri quando ela corou, estendo a mão para ele que pega se levantando, seu corpo toca o meu me fazendo mais uma vez ciente de meu pau duro em minhas calças, eu passo os polegares por suas lagrimas. Seus olhos parecem maiores de perto, sua boca parece tão carnuda e convidativa que eu não consigo desviar o olhar.

— Eu quero muito te beijar. — Eu digo me aproximando, seus olhos se arregalaram e ela solta um suspiro aumentando ainda mais minha vontade de beija-la.

Meus instintos me diziam para descer minhas mãos e apertar aquela bunda deliciosa, mas eu não poderia fazer isso. Eu não poderia toca-la, não quando ela parecia tão frágil, então eu apenas a encarei. Seus olhos castanhos em uma batalha com os meus.

— Porque diabos você veio aqui? — A voz masculina fez com que ela se afastasse rapidamente de mim.

Um cara alto, cabelos castanhos e olhos verdes, parecendo a porra do Justin Bieber entrou na sala e olhou para nós dois com a sobrancelha erguida, ele me deu o mesmo olhar que todos naquela fodida sala, eu apenas ignorei me encostando na parede — L.J?

L.J? O apelido apenas não parecia se encaixar, não para uma garota tão delicada.

— Eu precisava vir, Liam. — Ela disse olhando o chão então, ela suspirou —foi um erro de qualquer maneira, me leva de volta para o hospital. Kate precisa de mim. — Então ela saiu com o mauricinho que me lançou um ultimo olhar de nojo completo antes de sumir pela porta.

Bufei.

Ricos do caralho.

Olhei para o chão, apertando a ponta do nariz em busca de paciência quando vi, alguns centímetros do meus sapatos uma fita vermelha descansava no chão.

A fita vermelha dela.

Pegando a mesma e enfiando no bolso, eu sorri.

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Not Good Enough (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora