11 | Demons

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Eu quero esconder a verdade. Eu quero abrigar você, mas com a fera dentro não há onde nos escondermos. Não importa o que fazemos ainda somos feitos de ganância. Este é o meu destino. Quando você sentir o meu calor olhe nos meus olhos. É onde meus demônios se escondem. — Imagine Dragons

— Não. Para com isso. — Acordo assustada. — Solta ela. — O grito de Nicholas faz meus olhos arregalarem.

Alguém entrou no apartamento?

— Nicholas? — Pergunto me levantando.

Ele não está ao meu lado.

— Não toque nela. — Ele diz.

Olho confusa para a porta do banheiro entreaberta indo ate lá.

— Para. — O grito aterrorizado faz meu coração apertar.

Puxo a cortina vendo Nicholas deitado na banheira. Ele se mexe enquanto se debate.

— Nicholas. — Chamo, sem saber ao certo se devo acordar ele.

— Cala a boca. — Ele grita ainda dormindo. — Cala a boca. — Ele repete. A dor transparece em suas palavras.

Eu não quero tocar nele. Não quero o assustar. Mas ele começa a bater na banheira de porcelana que deixa marcas vermelhas em seus braços.

— Laila... — Ele sussurra ainda dormindo.

Ele parece tão quebrado que sem pensar nas consequências me aproximo mais.

— Hey, Nicholas. — Tento novamente mais suavemente e assim que minha mão toca seu ombro seus olhos azuis se abrem me fazendo cair para trás.

Ai.

Me levanto esfregando minha bunda enquanto Nicholas se levanta da banheira jogando um edredom pesado para o lado.

Ele dormiu aqui?

Ele vai até a pia jogando água em seu rosto e respirando fundo ele se vira para me encarar.

— Você está bem? — Ele pergunta.

— Eu? Você que teve um pesadelo. — Me aproximo e quando levo a mão para seu rosto ele se afasta.

— Se troque. Eu vou te levar para casa. — Ele se vira saindo do banheiro.

Eu me troco em tempo recorde. Nicholas me espera na sala com a chave na mão e o olhar preso no nada.

— Nicholas? — Chamo, ele se vira e me olhando rapidamente e vai em direção ao elevador.

— Vamos. — É uma ordem.

O caminho ate a casa do meu pai é em silencio. Ele para na frente do portão me esperando descer.

— Hm, tchau. — Eu digo, ele acena sem me encarar.

Babaca.

Xingo ele enquanto entro na casa. Ainda estou xingando enquanto tomo banho e me troco.

— Nicholas Anderson, você é um idiota. — Eu digo para mim mesma antes de checar meu celular.

Quando percebo que não tem nenhuma mensagem dele e tenho vontade de chorar percebo que a idiota sou eu.



O resto da semana passa em um piscar de olhos. Charlotte acaba tendo que ir para a revista no sábado atrasando nossa mudança. É quarta feira quando nós duas finalmente conseguimos tirar uma folga. Nicholas não entrou em contato nenhuma vez desde aquele dia.

Not Good Enough (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora