Força! Essa palavra a descrevia sem sombra de dúvidas. Ela perdeu tantos, perdeu coisas que nem sabia que tinha e ainda sim não desistiu, ela tem uma coisa que em seu lugar outros não teriam: Esperança!
Ela cria essa camada de indiferença, como se a ela nada importasse, mas eu sei que importa. Eu a vi chorar, eu a vi gritar, sentir medo e se indignar.
Vi que a cada dia mais ela se importava com o povo, com pessoas como a senhora Marta que nos acolheu em sua casa logo que chegamos à vila. Ouvi as conversas entre elas, em que Marta contou a ela sobre os tempos de glória e o reinado de Luis, e sobre o quanto ele era bom.
Ela sentiu compaixão quando Dona Marta contou a ela que vivia às custas de um dos muitos vitarianos que vieram morar em Pitah por conta do absurdo aumento no valor dos impostos, o homem pertencia à corte do rei de Vitara que confiscara a casa de dona Marta para que o tal morasse lá.
Este senhor a concedeu um dos quartos e logo se mudou, porém a casa já não pertencia mais a ela e sim àquele lorde, que permitiu que ela vivesse lá contanto que cuidasse da casa e da limpeza da mesma.
Mel ficou indignada por saber que era possível que algo seu fosse confiscado pelo rei para atender aos "caprichos" de seus lordes. Segundo ela, uma propriedade que foi devidamente quitada pertence ao comprador, e um cidadão sem pendências com o Estado tem o direito à propriedade privada, ou seja: "Se a casa é da senhora Marta nem eu, nem o rei e nem a rainha da Inglaterra podiam tomá-la da senhora Marta".
Foi bom vê-la se envolver com as pessoas da vila, brincar com as crianças e se alegrar por isso. Fiquei feliz por ela estar sorrindo, por estar feliz. Mas depois que houve uma invasão de silenciadores na vila, em que invadiram também a casa da senhora Marta, ela tem estado tão frágil!
Durante a invasão vieram em busca de Alfred, o marido desaparecido de Marta, e como não o encontraram vasculharam por toda a casa em busca de pistas que levassem à ele. Eu imediatamente afastei Melissa do perigo, a escondi no sótão e guardei a porta com minha vida.
Estávamos quietos e escondidos no sótão quando consegui ouvir a discussão da senhora Marta com um dos silenciadores, ela estava resistindo à investigação.
" - Vocês não podem destruir tudo assim, vocês não tem o direito!
- Nós somos subordinados diretos do rei senhora! Se não nos permite investigar sua casa está oferecendo resistência ao rei!
- Pois mande que o seu rei volte para o lugar de onde veio, pois eu obedeço à minha Rainha!
- Senhora devo alerta-la de que está ferindo a lei de subordinação ao rei, a senhora agora reconhece o rei de Vitara como seu rei?
- Rei Consorte meu senhor, e eu sinto muito mas não! O seu rei não tem autoridade sobre os súditos de Sua Majestade a rainha Nerissa!
- De acordo com a Constituição Piterum-Vitara eu devo notificá-la que insubordinação à família real consiste em um crime do quarto nível punitivo, a senhora insiste em sua desobediência?
- Se obedecer a você significa obedecer ao seu rei tirano, sim senhor e eu arcarei com as consequências por conta disso.
Quarto nível era prisão, às vezes quando o crime era muito grave podiam determinar um exílio. A senhora Marta já deveria saber disso, mas o que não sabia era que as prisões estavam muito cheias por conta das rebeliões.
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The Reign
FantasyESSE FOI O MEU PRIMEIRO LIVRO, DEIXO ELE AQUI POR APEGO EMOCIONAL, MAS É UM PROJETO DESCONTINUADO. Mel precisa lidar com a perda da mãe, a descoberta do primeiro amor, uma repentina síndrome do pânico e seus mais profundos segredos do passado. ...