The Reign

A sabedoria de Constance

    A chegada em Nalä foi rápida após a última parada, e durante a viagem a princesa se distanciou ainda mais dos companheiros de aventura. Aaron e Damien acabaram se aproximando e um sentimento de amizade crescia entre eles, enquanto que Amanda permanecia quieta falando apenas com Aaron.

    Após a breve recepção no Castelo Accueillant, morada permanente do príncipe, seguiram na direção da bruxa. Constance tinha um lar extremamente diferente do esperado, era um local claro e arejado, e havia luzes aonde fosse possível. A própria bruxa tinha uma aparência diferente, era uma mulher negra e esbelta, dona do mais sincero sorriso. Recebeu a cada um com um caloroso abraço e os guiou até a sala de estar.

- Bom, estando todos sentados e acomodados acho que posso dar início a esta conversa. - disse a boa bruxa, após convidar todos a se sentarem na sala de estar - Meus olhos me revelam que a princesa tem dois pretendentes, algo claro nas expressões corporais dos três é que o amor provoca instabilidade em seu convívio. - Melissa se sentiu tensa, porém aliviada, a bruxa parecia não precisar entrar na cabeça de ninguém afinal de contas. - Estão errados, e estão vivendo essa parte errado. Principalmente você mocinha, está vivendo a vida toda errado.

- Como alguém pode estar vivendo errado? - A herdeira se defende.

- Existe um jeito que pode ser mais fácil mocinha, a vida pode ser mais leve. Você não vai sentir essa bagunça que está na sua cabeça, mas vai ter paz. A vida passa rápido demais pra você perder todos os momentos tentando manter o controle de tudo o que se passa nela, ou pelo menos tentar.

    "Veja bem, eu não poderei ajudá-la no que diz respeito ao escolhido pelo Criador, seu destinado, mas posso ajudar os três no que diz respeito ao jeito como vêm levando a vida. - ela sugere, parando para olhar nos olhos de cada um - Precisam parar de confiar tanto nesse coração de vocês que a cada segundo muda de ideia.

    "O que realmente importa não são os sentimentos avassaladores que vocês sentem tão derrepente quanto deixam de sentir, mas os sentimentos quietos que ficarão para sempre dentro de vocês. O carinho que o guardião sente pela protegida é algo que não deixa de existir, por exemplo, porém deves tomar o cuidado de saber a quem você realmente protege. Precisamos resolver o seu dilema meus caros, certamente. Porém antes, é importante que eu fale com cada um de vocês separadamente, e isso inclui a sereia que aguarda educadamente lá fora.

- Eu vou chamá-la. - respondeu Aaron.

- Ah não, ela não! Você será o primeiro querido. - imediatamente os outros dois se retiraram do recinto. - Você precisa estar aberto à ouvir tudo o que há para dizer.

- Estarei. - seu tom era quase como uma promessa.

- Bom devo começar por alertá-lo de algo, independente de ser ou não o destinado da princesa, você ainda é seu guardião.

- Claro que sim, senhorita!

- Mas não é nela que a sua mente está focada, você se concentra muito na bela sereia lá fora. Você deve decidir com a cabeça como vai agir seu coração, sentimentos apenas crescem quando são alimentados! Você deve acalmar sua mente, evite tais pensamentos, se ocupe mais, para quê se preocupar com algo que não está no seu controle. A quem pertence o coração da dama cabe ao Criador decidir, então nesse meio tempo proteja o seu, e cumpra o dever que foi designado a cumprir até que não seja exigido mais de você.

    "Quanto ao que fazer no futuro não cabe a mim ou a você saber, assim que o Criador prover sua resposta você saberá o caminho a seguir. Confie nos instintos que a sua mente, sábia e iluminada pelo Senhor, lhe fornece e aja de acordo com esses. Você é guardião, mas nasceu para se tornar o destinado de alguma dama da dimensão, não sei se é a princesa, porém quando encontrá-la vai entender que nada disso realmente importava, somente que cumprisse o seu dever.