No intervalo, peguei meu celular, e sentei na arquibancada que tinha no jardim, um jardim que tava destruído na verdade. Depois de uns minutos o garoto loiro sentou ao meu lado e ficou me olhando, mas não me olhava com um olhar maldoso, só parecia não saber o que falar, mas eu também não disse nada.
- Obrigada por me ajudar na sala! - ele disse e abaixou a cabeça.
- Faria por qualquer um! - falei seca.
Eu não sai do Canadá, abandonei meus amigos pra ajudá-los, pra vir fazer outros amigos aqui, até porque não poderia fazer isso com a vida dele.
- Sou Matheus! - se apresentou.
- Alexia!
- Math! - Vitor e os amigos dele chamaram lá de baixo.
Vi ele engolindo em seco, mas saiu e foi com eles.
Não posso me envolver, não vim aqui pra isso, foi totalmente ao contrário, não vou me envolver, não vou!!!!!
No final das aulas dei de cara com o Max no portão, ele me olhou e sorriu, bufei e revirei os olhos, fui pra direção ao contrário dele e ele veio correndo até mim.
- Ei! - chamou e me virou pra ele. - Tenho uma surpresa pra você!
- Não gosto de surpresas, e tenho que ir pra casa! - me soltei e continuei andando.
- Vamos comigo, tenho certeza que você vai gostar! - falou andando ao meu lado.
- Ok, mas eu não vou ficar até tarde! - falei.
Na verdade não estou com a mínima vontade de ficar perto dele, cara chato...
Ele saiu me puxando, um carro passou e abriu a porta, ele fez sinal pra eu entrar, e assim o fiz. Chegamos a uma ponte, muito alta, e tinha uma tirolesa até uma pequena "ilha" que tinha ali.
- Quer ter a honra de ir primeiro? - um dos caras perguntou.
- E como eu vou saber que é seguro? - perguntei.
- Arriscando!
Pensei por um momento, a incerteza é o legal da aventura...
- Eu topo! - confirmei.
O menino me falou pra segurar bem na barra que tinha, e nada prendia meu corpo, se eu soltasse a mão, cairia.
Respirei fundo e dei sinal com a cabeça, alguém me empurrou e eu segurei firme a barra. A sensação é de voar, da medo, pois estou solta, a única coisa que me segura sou eu mesma, mas é muito legal. Quando fui chegando na ilha apertei o "freio" que tinha em cima da barra, ele foi parando e eu finalmente encontrei o chão.
Várias pessoas vieram em seguida. Quando todos estavam na ilha, tínhamos que pegar canoas pra ir até a praia.
- Você vem comigo! - Max disse.
- Tá achando que manda em mim? - levantei a sobrancelha.
- Não, só tô dizendo que você vem comigo!
- Eu vou com quem eu quiser!
- Por que não vem comigo, Alex? - o garoto da tirolesa sugeriu.
- Ela vai vir comigo! - Max falou firme.
- Eu vou com ele! - eu disse indo até o garoto.
- Você nem sabe o nome dele!
- Ninguém mandou achar que manda em mim! - falei e entrei na canoa e o garoto logo atrás.
- Quantos anos você tem? - o menino perguntou.
- Um ano a mais do que eu tinha ano passado! - respondi.
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Eu não sou Marrenta 2
Teen FictionAlexia✓ Minha vida perdeu o sentido, o que vou fazer sem ele? como seguir em frente? Meu melhor amigo, meu irmão, uma das pessoas mais importantes da minha vida se foi, se foi sem mim... se foi por mim. como lidar com a culpa? como acordar todos...