Alexia narrando
- Chris! Chris! Fala comigo! - chamei dando leves tapas em seu rosto tentando acorda-lo. - Por favor, não!
Ele havia perdido muito sangue, estava desacordado, não sabemos o que aconteceu lá... A preocupação me consumia.
- Ele tá bem? - Bruno perguntou nervoso.
- Não sei, acelera esse carro! - gritei chorando desesperada.
Ele acelerou em direção ao hospital, não sabia o que íamos dizer sobre o Daniel... Mas tínhamos que chegar logo, tínhamos que salva-lo.
Estava distraída com Chris, quando ouço Bruno tossindo e um certo alvoroço daquele lado. Daniel tinha acordado, estava usando as cordas em sua mão para enforcar o Bruno. A raiva dominou meu corpo. Raiva pelo Chris, raiva pela Evellyn, raiva pela Babi, pelo Bruno, Vini, e mais ainda por mim. Pulei para o banco de trás, socando o rosto dele com força, tirei seus braços do pescoço de Bruno e continuei a bater. O segurei pelos cabelos, batendo sua cabeça contra a porta várias vezes até ele desmaiar de novo.
- Se meu namorado vai ficar desacordado, você também vai! - sussurrei. - E se ele morrer, você morre também!
Fiquei sentada no banco de trás mesmo, para o caso de ele acordar, o que não aconteceu. Quando chegamos ao hospital, Bruno carregou Chris até lá dentro no colo. Eu saí arrastando o Daniel pra lá, sem cuidado algum. Quando os médicos vieram socorrer ele - logo depois de socorrerem o Chris. - eu o esquivei e me olharam sem entender.
- Esse aqui é para a polícia, até ela chegar não entrego pra ninguém! - falei firme e arrastei ele até às cadeiras. Me sentando e deixando ele no chão mesmo.
- Senhorita ele está perdendo muito sangue! - uma enfermeira falou.
- Até a polícia chegar ninguém encosta um dedo nele, então é melhor ligarem para lá logo!
Eles assentiram e saíram. Minutos depois a polícia chegou. Tive que explicar tudo o que tem acontecido e o que aconteceu. Algemaram o Daniel e entregaram para os enfermeiros, levaram ele pra uma sala e dois policiais ficaram de guarda. Bruno veio até mim e eu o abracei.
- Acabou! - sussurrei. Eu chorava e pude perceber que ele também. - Como o Chris tá?
- O médico ainda não disse nada! - respondeu.
- Os policiais vão querer depoimento de todos nós.
- Responsáveis por Christian Muller Carpentier? - o médico chamou.
- Aqui! - falei alto.
- Estamos fazendo os exames para confirmar... Achamos que ele pode ter algum tipo de traumatismo craniano por conta das pancadas na cabeça. O levamos para a ressonância magnética agora. Já vamos saber os resultados e aí poderemos tomar as devidas providências! - ele disse sem nos olhar nos olhos.
- Não pode ser! - exclamei quando as lágrimas começaram a descer.
- Sinto muito... Qualquer notícia viremos avisar! - Bruno assentiu e o médico saiu.
- Me diz que ele vai ficar bem! - pedi ao Bruno e o abracei.
- Ele vai ficar, é forte! - falou. - Temos que avisar aos pais dele!
- Tá bom! - sentei nas cadeiras e ele foi até a recepção.
Tudo que eu queria agora era ele aqui, ele não podia morrer, simplesmente não podia!
Alguns minutos depois o médico voltou.
- E aí doutor? - perguntei.
- Bom... Detectamos um dano em seu cérebro, então podemos afirmar que ele está com traumatismo... - Bruno botou a mão no meu ombro.
- Tem cura? - perguntei rápido sem deixá-lo terminar de falar.
- ...Porém, os danos foram leves e vamos conseguir curá-lo aplicando Heparina, uma injeção anticoagulante. E também um remédio anti-inflamatório para reduzir a inflamação que ele tem em seu cérebro. Provavelmente terá alta daqui a dois dias, e aí passarei os remédios que vocês terão que manter! - suspirei dando um sorriso maior que o rosto.
- Obrigada doutor! - falei feliz e pulei em seu pescoço, o abraçando. Ele não se moveu, sem saber o que fazer.
- Estou fazendo meu trabalho! - Bruno me tirou de cima dele. - Tenho que ir, os enfermeiros já estão aplicando o que eu passei pra ele, tenho que ver outros pacientes!
- Você falou com a mãe do Daniel? - perguntei.
- Na verdade não, liguei para os pais do Chris, mas eles disseram que não vão poder vir! - Bruno respondeu.
- Idiotas, o que eles têm de mais importante pra fazer do que ver o filho que tá doente? - estava irritada, muito irritada.
- É até melhor assim, não vão pertubar ninguém aqui, nós dois sabemos lidar com a situação. Quando levarem Daniel para a prisão, vão comunicar seus pais, aí entregamos nas mãos dos mais velhos!
- Não somos crianças! Vocês já tem dezenove anos e eu vou fazer dezoito ainda esse ano. Já podemos cuidar de tudo! Só acho ridículo, o filho deles tá com traumatismo craniano e eles não podem vir!?
- Como você disse, podemos cuidar disso! - assenti.
Passamos o resto da noite ali. Bruno havia ligado para o Vini e a Babi, eles queriam vir, mas dissemos que não era necessário. Ficamos sentados na sala de espera a noite toda, pois não podia ficar no quarto dele. Pela manhã o doutor disse que ele teve uma melhora inesperada e que amanhã seria liberado se continuasse assim.
- Ele está consciente, quer ir vê-lo? - o doutor perguntou.
- Claro!
- A visita terá que ser rápida, ele não pode ficar nervoso!
- Pode deixar!
Ele me guiou até um quarto e fez sinal pra eu entrar. Abri a porta lentamente e entrei. Chris estava deitado na cama, com a cabeça enfaixada e olhando pro teto. Quando ouviu a porta fechar me olhou.
- Que bom que veio! - deu aquele sorriso que derrete qualquer uma.
- Pensei que você ia morrer! - corri até ele e o abracei. Ele resmungou. - Desculpa, te machuquei? - perguntei nervosa, o soltando.
- Tudo bem! - ele respirou fundo e fechou os olhos.
- O que houve?
- Tontura, mas o médico disse que é normal!
- Não vou poder ficar muito tempo... Como você deixa ele bater tua cabeça no chão? Tá muito fraco, primeiro apanha de barra de ferro e agora assim!? - brinquei e nós rimos.
- Fazer o que se essa bruxinha sempre precisa de um príncipe!
- Eu sei me cuidar muito bem sozinha tá!? - bufei e ri.
- Eu vi!
- Cala a boca! - ficamos nos encarando com um sorriso bobo no rosto.
- Acabou né!? - ele sussurrou.
- Acabou! - confirmei e o beijei de leve.
- Pelo menos você cumpriu a promessa, você tá aqui!
- Vou estar sempre!
- Você tem que sair! - o médico falou.
- Já estou indo! - dei um beijo em sua testa e sai.
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Eu não sou Marrenta 2
Teen FictionAlexia✓ Minha vida perdeu o sentido, o que vou fazer sem ele? como seguir em frente? Meu melhor amigo, meu irmão, uma das pessoas mais importantes da minha vida se foi, se foi sem mim... se foi por mim. como lidar com a culpa? como acordar todos...