capitulo vinte e seis

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Alexia narrando

- Chris! Chris! Fala comigo! - chamei dando leves tapas em seu rosto tentando acorda-lo. - Por favor, não!

Ele havia perdido muito sangue, estava desacordado, não sabemos o que aconteceu lá... A preocupação me consumia.

- Ele tá bem? - Bruno perguntou nervoso.

- Não sei, acelera esse carro! - gritei chorando desesperada.

Ele acelerou em direção ao hospital, não sabia o que íamos dizer sobre o Daniel... Mas tínhamos que chegar logo, tínhamos que salva-lo.

Estava distraída com Chris, quando ouço Bruno tossindo e um certo alvoroço daquele lado. Daniel tinha acordado, estava usando as cordas em sua mão para enforcar o Bruno. A raiva dominou meu corpo. Raiva pelo Chris, raiva pela Evellyn, raiva pela Babi, pelo Bruno, Vini, e mais ainda por mim. Pulei para o banco de trás, socando o rosto dele com força, tirei seus braços do pescoço de Bruno e continuei a bater. O segurei pelos cabelos, batendo sua cabeça contra a porta várias vezes até ele desmaiar de novo.

- Se meu namorado vai ficar desacordado, você também vai! - sussurrei. - E se ele morrer, você morre também!

Fiquei sentada no banco de trás mesmo, para o caso de ele acordar, o que não aconteceu. Quando chegamos ao hospital, Bruno carregou Chris até lá dentro no colo. Eu saí arrastando o Daniel pra lá, sem cuidado algum. Quando os médicos vieram socorrer ele - logo depois de socorrerem o Chris. - eu o esquivei e me olharam sem entender.

- Esse aqui é para a polícia, até ela chegar não entrego pra ninguém! - falei firme e arrastei ele até às cadeiras. Me sentando e deixando ele no chão mesmo.

- Senhorita ele está perdendo muito sangue! - uma enfermeira falou.

- Até a polícia chegar ninguém encosta um dedo nele, então é melhor ligarem para lá logo!

Eles assentiram e saíram. Minutos depois a polícia chegou. Tive que explicar tudo o que tem acontecido e o que aconteceu. Algemaram o Daniel e entregaram para os enfermeiros, levaram ele pra uma sala e dois policiais ficaram de guarda. Bruno veio até mim e eu o abracei.

- Acabou! - sussurrei. Eu chorava e pude perceber que ele também. - Como o Chris tá?

- O médico ainda não disse nada! - respondeu.

- Os policiais vão querer depoimento de todos nós.

- Responsáveis por Christian Muller Carpentier? - o médico chamou.

- Aqui! - falei alto.

- Estamos fazendo os exames para confirmar... Achamos que ele pode ter algum tipo de traumatismo craniano por conta das pancadas na cabeça. O levamos para a ressonância magnética agora. Já vamos saber os resultados e aí poderemos tomar as devidas providências! - ele disse sem nos olhar nos olhos.

- Não pode ser! - exclamei quando as lágrimas começaram a descer.

- Sinto muito... Qualquer notícia viremos avisar! - Bruno assentiu e o médico saiu.

- Me diz que ele vai ficar bem! - pedi ao Bruno e o abracei.

- Ele vai ficar, é forte! - falou. - Temos que avisar aos pais dele!

- Tá bom! - sentei nas cadeiras e ele foi até a recepção.

Tudo que eu queria agora era ele aqui, ele não podia morrer, simplesmente não podia!

Alguns minutos depois o médico voltou.

- E aí doutor? - perguntei.

- Bom... Detectamos um dano em seu cérebro, então podemos afirmar que ele está com traumatismo... - Bruno botou a mão no meu ombro.

- Tem cura? - perguntei rápido sem deixá-lo terminar de falar.

- ...Porém, os danos foram leves e vamos conseguir curá-lo aplicando Heparina, uma injeção anticoagulante. E também um remédio anti-inflamatório para reduzir a inflamação que ele tem em seu cérebro. Provavelmente terá alta daqui a dois dias, e aí passarei os remédios que vocês terão que manter! - suspirei dando um sorriso maior que o rosto.

- Obrigada doutor! - falei feliz e pulei em seu pescoço, o abraçando. Ele não se moveu, sem saber o que fazer.

- Estou fazendo meu trabalho! - Bruno me tirou de cima dele. - Tenho que ir, os enfermeiros já estão aplicando o que eu passei pra ele, tenho que ver outros pacientes!

- Você falou com a mãe do Daniel? - perguntei.

- Na verdade não, liguei para os pais do Chris, mas eles disseram que não vão poder vir! - Bruno respondeu.

- Idiotas, o que eles têm de mais importante pra fazer do que ver o filho que tá doente? - estava irritada, muito irritada.

- É até melhor assim, não vão pertubar ninguém aqui, nós dois sabemos lidar com a situação. Quando levarem Daniel para a prisão, vão comunicar seus pais, aí entregamos nas mãos dos mais velhos!

- Não somos crianças! Vocês já tem dezenove anos e eu vou fazer dezoito ainda esse ano. Já podemos cuidar de tudo! Só acho ridículo, o filho deles tá com traumatismo craniano e eles não podem vir!?

- Como você disse, podemos cuidar disso! - assenti.

Passamos o resto da noite ali. Bruno havia ligado para o Vini e a Babi, eles queriam vir, mas dissemos que não era necessário. Ficamos sentados na sala de espera a noite toda, pois não podia ficar no quarto dele. Pela manhã o doutor disse que ele teve uma melhora inesperada e que amanhã seria liberado se continuasse assim.

- Ele está consciente, quer ir vê-lo? - o doutor perguntou.

- Claro!

- A visita terá que ser rápida, ele não pode ficar nervoso!

- Pode deixar!

Ele me guiou até um quarto e fez sinal pra eu entrar. Abri a porta lentamente e entrei. Chris estava deitado na cama, com a cabeça enfaixada e olhando pro teto. Quando ouviu a porta fechar me olhou.

- Que bom que veio! - deu aquele sorriso que derrete qualquer uma.

- Pensei que você ia morrer! - corri até ele e o abracei. Ele resmungou. - Desculpa, te machuquei? - perguntei nervosa, o soltando.

- Tudo bem! - ele respirou fundo e fechou os olhos.

- O que houve?

- Tontura, mas o médico disse que é normal!

- Não vou poder ficar muito tempo... Como você deixa ele bater tua cabeça no chão? Tá muito fraco, primeiro apanha de barra de ferro e agora assim!? - brinquei e nós rimos.

- Fazer o que se essa bruxinha sempre precisa de um príncipe!

- Eu sei me cuidar muito bem sozinha tá!? - bufei e ri.

- Eu vi!

- Cala a boca! - ficamos nos encarando com um sorriso bobo no rosto.

- Acabou né!? - ele sussurrou.

- Acabou! - confirmei e o beijei de leve.

- Pelo menos você cumpriu a promessa, você tá aqui!

- Vou estar sempre!

- Você tem que sair! - o médico falou.

- Já estou indo! - dei um beijo em sua testa e sai.

Eu não sou Marrenta 2Onde histórias criam vida. Descubra agora