Capítulo 2

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Caio
Sábado de manhã

__Já vai? – minha mãe perguntou quando me viu ajeitando a camisa diante do enorme espelho que havia na sala de jantar do meu irmão.

__Mãe, eu não esperava ficar por aqui ontem, preciso tirar essa roupa. – expliquei apontando para a minha camisa.

__Se você já tivesse mudado para o nosso apartamento, não teria esse problema. – ela me cobrou mais uma vez.

__Dona Estela, dona Estela, já combinamos que quando acabar os seis meses do contrato de aluguel eu entrego o apartamento e me mudo, por enquanto eu vou ficando por lá. – falei rindo, enquanto a abraçava.

O jantar se estendeu por horas na noite anterior, me entreti bebendo e conversando com os primos da Camila e quando dei por mim, não tinha condição de ir embora.

__Vou em casa rapidinho e já volto, até lá todos já devem ter acordado. - expliquei me afastando enquanto pegava a chave do carro e os documentos que estavam sobre um aparador.

__Tio Caio, me leva pra brincar na sua casa? – a voz veio da escada.

Olhei para cima e dei de cara com a Gabi parada lá.

__Eu levo querida, vamos marcar um dia, quando você quer ir? - perguntei.

__Agora.

Olhei para a minha mãe, procurando ajuda, ela apenas sorria.

__Gabi... - tentei argumentar.

Como se eu não soubesse que já era uma causa perdida.

__Você falou que vai na sua casa se trocar. - ela me lembrou.

__Mas eu vou rápido e volto pra cá.

__Por favor, tiooo... - ela acabou de descer a escada e veio parar perto de mim, me olhando com uma cara que merecia um Oscar.

__Gabiiii...

__Só pra mim falar oi pro Arthur, vai tio, por favooooor.

Suspirei derrotado, eu nunca soube dizer não a ela.

__Eu não vou demorar. - expliquei.

__Tá bom. - ela respondeu sorrindo, sabendo que havia me dobrado mais uma vez.

__É rapidinho. - frisei, para ela não esquecer.

__Tá booommm. – ela falou me seguindo para fora da casa.

Abri o carro para ela entrar, mas ela voltou correndo para dentro da casa.

__Vovó, você avisa a minha mamãe? – ouvi ela gritando.

__Pode deixar, querida. - minha mãe respondeu.

Voltando correndo, ela sentou em sua cadeira e ficou quieta, olhando o trânsito.

Quando chegamos ao condomínio, como eu previ, fui arrastado até os brinquedos, Arthur estava sentado sozinho em um balanço parado e olhava para o chão, Gabi correu até ele, chamando o seu nome e foi recompensada com um sorriso do menino que se animou e levantou na mesma hora.

Uma senhora o observava sentada em um dos bancos e fui me juntar a ela, eu já a havia visto pelo prédio segurando a mão do menino.

__Finalmente ele se animou. – ela falou quando me sentei.

__Ela me pediu para vir dar oi a ele. – expliquei indiquei a Gabi com a cabeça.

Os dois começaram a correr e foram em direção ao escorregador.

Uma Vida Ao Seu Lado - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora