Aleatoriamente

É amor próprio

Ela vivia dizendo que iria se cansar, né? Então! Não é joguinho, é desistência. É amor próprio. Ela aprendeu que com você não iria ter futuro. É, ela gosta e muito de você. Mas isso não foi o suficiente para fazê-la ficar. Já insistiu tantas vezes em tentar te entender que o coração calejou. As promessas foram todas contrárias. Será que não percebeu que ela não precisava de muito, apenas desejou que você falasse menos e agisse mais? Cara, podia ter feito metade do que vivia dizendo por aí. Ela nunca exigiu muito de você, apenas respeito, atenção e menos desculpas esfarrapadas. Ela sabia que o seu celular não estava descarregado. Ela conhece sua rotina de trabalho, sabe que você almoça cutucando nesse celular e volta e meia até esquece de comer. Ela sabe que seu visualiza e ''a gente se fala depois'', era sempre mais uma desculpa das brabas para não ir busca-la no trabalho. Cara, quando a gente quer, não tem chuva que impeça a gente de sair de casa. Está sem dinheiro? Pede para o amigo. Liga a cobrar, manda aquele sms esperto para dizer que lembrou dela ao passar por uma loja do shopping aonde vende aquelas roupas iradas que ela tanto gosta. Antecipa crédito no celular, pega o busão, vai de bicicleta, caminha alguns quarteirões e já coloca em dia aquela caminhada que você adiou algumas semanas atrás. Não coloca empecilhos onde não existe interesse da sua parte. Não brinque com os sentimentos de quem não merece toda essa migalha que você tem para oferecer. Quem quer se entrega, faz por merecer. Não coloca obstáculos onde existe passe livre. Eu sei que nunca te ensinaram, mas, amor nunca foi obrigação, apelo ou falta de reciprocidade. Ela percebeu que você é como todos os outros que já passaram pela vida dela, e então reforçou aquele velho e bom clichê: ''antes só do que mal acompanhada'', ou seria mal apaixonada?

Texto: Rogério Oliveira