– E então, senhorita. Quantas vezes por dia você pretende vir aqui no café? — disse o moço no balcão.
– Até eu começar a sentir fé na humanidade — Ophelia permitiu-se um gole de café.
– Poxa, então você vai vir bastante — o mesmo riu em tom sarcástico, e passou para o outro lado do balcão, sentando-se ao lado da moça — Croissant, senhorita?
– Obrigada.
O rapaz levantou-se e foi à pia enxaguar os pratos, mas, de forma inquieta e repulsante, virou-se novamente e perguntou:
– Você é nova por aqui?
Ophelia parou seus atos com o Croissant e encarou, de forma estética, o nada.
– Achei que minhas aparições já tiveram se tornado frequentes, não?
– É, sim, claro....— ele retomou a voz — É que você começou a aparecer no Café faz um mês, e eu nunca a vira antes disso.
– Eu me mudei faz um mês — ela o encarou. — E então frequento aqui.
– Por quê?
– O café é bom — ela tomou um gole.
– Temos uma grande variedade de cafés no cardápio, sabia? — Max se levantou da cadeira, permitindo à Ophelia a visão da parede, que continha vários tipos de café escritos à giz.
– Eu gosto desse — a moça permetiu-se mais um gole do café preto.
– Você mora perto?
– Você não precisa saber.
Ophelia pousou sua xícara na mesa e se levantou.
– Obrigada pelo café — ela deixou o Café.
Maxwell foi deixado no Café vazio, enquanto observava a porta se batendo e o sininho tocando.
– Pelo menos eu tentei — sussurrou.
Um homem entrou no Café.
– Era aquela moça de novo?
– Sim — respondeu o menino, ainda encarando o nada. — Ela sempre vem nesse horário.
– Percebi — o homem se assentou — Vou querer o de sempre — ele olhou para o cardápio e em seguida para o moço, que continuava ali parado.
– Claro, senhor — ele procurou pelo chá mate com limão.
– Você gosta dela, não gosta?
O menino parou, pasmo.
– Desculpe senhor, não sei do que está falando — ele lavou uma das xícaras e procurou pelo porta copos — Eu mal a conheço — encarou o bom homem e respirou fundo — Ela é só um mistério para mim.
O rapaz retornou ao trabalho e o homem disse:
– Por isso mesmo.
Maxwell sorriu.
[...]
O movimento estava bem fraco naquela tarde, então resolveu fechar o Café mais cedo.
Caminhando na vaga rua, o silêncio foi quebrado pelo doce som de um violino que tocava ali distante.
O jovem apressou os passos de forma calma, porém ágil, e se aproximou cada vez mais do doce som.
No local se via um pequeno grupo de pessoas que cercavam, aplaudiam e observavam à alguém que ali dançava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ophelia.
Kısa Hikaye"que o mundo se dane", esse era o pensamento de Ophelia naquele momento. depois de várias mudanças, ela fica por mais tempo em um lugar, para vigiar um rapaz, apenas por achar que sua alma é bonita.