Capítulo 3

83 13 24
                                        

-Hobi! Você acordou!-uma mulher o disse. Ela vestia um vestido solto e parecia que tinha a barriga bem aparente.

Ele a observou, sentada na poltrona ao seu lado, se abanando com um panfleto, e franziu a testa.

-Desculpa, mas... Quem é você?-ele perguntou, com a voz rouca, sentindo a garganta seca.

A pessoa soltou uma risada, mesmo não achando graça e se levantou, aproximando-se dele.

-Hoseok... Você não se lembra?

Ele estava reunindo forças para se lembrar, quando um médico entrou pela porta.

-Hoseok! Que bom que acordou!-ele disse, de forma simpática.

Ele franziu a testa para o médico.

-Sente alguma dor?-ele perguntou.

-Só a minha cabeça dói um pouco. -o Jung respondeu.

-Ele não se lembra de mim, doutor!-a mulher que estava ali o disse.

O médico começou a pensar. Era provável que ele tivesse perdido a memória, assim como o amigo do qual não se lembraria tão cedo.

-Sabe como chegou aqui?-ele o perguntou.

Hoseok forçou a mente, mas mal se lembrara de seu nome.

Ele negou com a cabeça.

-Se lembra de alguma coisa sobre a sua vida?-o mais alto perguntou, anotando na prancheta.

Ele negou novamente.

-Há uma grande chance de ele ter tido amnésia. -ele disse para a mulher. E continuou, se virando para Hoseok: -Você é Jung Hoseok e eu serei o seu médico, Park Chanyeol.

"Park? Isso me lembra alguma coisa." Pensou Hoseok.

-E essa é... -ele olhou para a mulher, esperando que ela se apresentasse.

-Jung Wheein. -ela disse. -Eu sou a sua omma.

Ele sentiu uma pontada no coração, por ela ser uma pessoa tão significativa na sua vida e não conseguir lembrar-se dela. Era desesperador.

-Você foi trazido ao hospital no sábado. Conseguimos algumas informações quando sua mãe veio e olhando no seu celular. -o doutor Park apontou para o aparelho ao lado da maca.

-Eu posso conversar com o meu filho?-a mulher perguntou.

-Claro. Se precisarem, chamem a enfermeira ou a mim. -ele sorriu, deixando o quarto.

-E o meu pai?-foi a primeira coisa que o Jung mais novo perguntou, para não ficar em silêncio.

-Ele lamenta não poder vir, mas estava trabalhando. -ela disse. -Vim com a Hwasa.

-Quem é Hwasa?-ele perguntou.

-É a minha namorada. -ela sorriu ao se lembrar da mais nova. -Conheci ela há um ano, mais ou menos. E quando eu conversei com o seu pai sobre isso, eu já estava grávida. Mas ele me apoiou. Disse que iria bancar a pensão e que eu poderia contar com ele.

Hoseok assentiu, mas nenhuma daquelas lembranças iam à sua cabeça.

A mãe percebeu e não pôde conter o olhar cabisbaixo.

-Você deve estar cansado. -ela disse, mais baixo. -Durma mais. Vai te fazer bem.

Ele resolveu não contestar. Iria apenas atender ao conselho de sua suposta mãe.

Seu sonho foi repleto de memórias. A moça que dizia se chamar Wheein apareceu diversas vezes. Com certeza, sua visita influenciou no trabalho de seu subconsciente.

Ao abrir os olhos, ele  se deparou com uma mulher de pele mais escura e cabelos curtos. Ela também aparecia no sonho.

-Hwasa noona?-ele perguntou, imaginando ser a mesma de suas memórias.

-Hoseok, você acordou. -ela sorriu para ele. -A Wheein foi beber água, já deve voltar. Sabe como é, a criança tem que ficar hidratada.

-Hwasa, eu... -a Jung entrou e ficou surpresa ao ver Hoseok acordado.

-Omma!-ele disse feliz, seus olhos se enchendo de lágrimas, assim como os de sua mãe.

-Você se lembrou, Hoseok!-ela disse, eufórica, o abraçando.

Ele sentiu o ventre de sua mãe se manifestar.

-Como é, mesmo, o nome dela?-ele perguntou. -Ahn Chan... Ahn Chae...

-Ahn Chaeyool. -Hwasa respondeu. -Foi você quem escolheu.

-Era esse que eu ia sugerir. -ele riu, com a mãe se sentando ao seu lado, em uma poltrona. -Quantos meses?

-Vão fazer 8. -ela sorriu, acariciando o ventre.

Hoseok não podia explicar o carinho que sentia pela cena que via: sua mãe acariciando a barriga e Hwasa olhando para ambas. Mesmo ainda recuperando suas memórias, ele já sabia que aquelas eram pessoas especiais.

-Vou chamar o médico. -disse Hwasa, apertando um botão ao lado da maca.

Sem longa espera, o doutor Park chegou, recepcionado pela boa notícia.

Era apenas uma pena que seus documentos estivessem em outra cidade, com uma pessoa da qual ele mal se lembrava.

MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora