Doces Lembranças

Epílogo

Sentei no primeiro degrau da escada da minha casa e suspirei cansada de correr. Ela só tinha um ano e quatro meses e não queria saber de colo. Descobriu a graça de correr sobre as pernas e de sentir o vento balançar seus cabelos castanhos ainda curtos. Kathelyn gargalhou se agachando ao pegar uma flor e saiu correndo outra vez. Sorri apreciando seus olhinhos verdes e brilhantes.

Sim, ela tinha herdado os olhos do pai e eu era imensamente grata por isso. Peter não ficou triste pela menina não ter sido minha cópia. Segundo ele, ainda teríamos várias chances e ele não iria desistir de ter uma cópia minha correndo pela casa. Kathelyn se aproximou do penhasco que estava protegido com grades e jogou entre as brechas a flor que caiu sumindo de sua visão. Ela rapidamente voltou correndo pegando agora uma pedra e mostrando para mim.

- Papai! - diz e sorrio negando.

- Não lindinha isso é uma pedra. Fale... Pe-dra.

- Papai! - graceja e saí para o desfiladeiro.

Outra coisa que ela sabia fazer e muito bem era falar papai. Há pouco tempo aprendeu essa palavra e não se desgrudou mais dela. Não foi por falta de tentativas minhas que não consegui fazer minha menina trocar papai por mamãe. Ela também não tem culpa e eu sei disso. Peter é charmoso, carinhoso e sabe ler histórias de dormir como ninguém, ou seja, tudo o que nós mulheres queremos é chamá-lo sempre. Aliso minha barriga de apenas três meses pensando em como será o Peter Júnior no futuro.

O portão de ferro se abre revelando o carro do meu marido. Olho para Kathelyn que estancou em seu caminho olhando para a entrada, esperando pacientemente o momento em que Peter desligou o motor, abriu a porta e saiu de lá com seu terno de trabalho e uma maleta de mão. Ela correu balançando os braços e ele sorriu se agachando para pegar nossa filha em seus braços.

- Papai! – expressa com felicidade e levanto-me para encostar-se à porta de casa com os braços cruzados.

- Minha lindinha! Qual a novidade de hoje? - ele pergunta animado.

- Papai! - ela repete achando graça e sorrio.

- Isso mesmo! Papai. - afirma e me olha com os olhos cerrados.

Peter cochicha algo no ouvido de Kathelyn que mesmo sem entender presta atenção. Ponho as mãos na cintura descendo os degraus.

- O que estão escondendo de mim?

- Ahh, nada meu amor. - brinca e se aproxima sorrindo. – Cansada demais para um jantar hoje? - indaga e beija meus lábios. Kathelyn dá um pequeno grito exigindo o chão e Peter a desce para em seguida me abraçar.

- Um jantar seria ótimo! - murmuro enquanto ele está atrás de mim, assistindo as travessuras de nossa filha.

- Ela está ficando tão linda. - ele diz e afirmo.

- Está, mas também está se tornando uma corredora profissional. Você vai ter que tirar férias daqui uns seis meses para me ajudar a cuidar dessa pestinha. - ele rir e beija meu pescoço.

- E porque só daqui a seis meses? Posso tirar férias amanhã mesmo.

- Porque daqui a seis meses... - pego sua mão e coloco-a em minha barriga pondo a minha por cima. – Vou está enorme.

Sinto Peter endurecer e espero ele assimilar o que eu disse. Em segundos ele suspira e me abraça apertado.

- Eu acho que posso tirar umas férias daqui seis meses. – diz sorrindo e suspira outra vez. – Ah, Katherine, está falando sério?

- Estou e vai ser um lindo menininho. - giro para ver seus olhos felizes e beijo seus lábios.

- Você me faz o homem mais feliz do mundo.

- Bem, você me faz a mulher mais feliz do mundo.

- E eu te amo! - acrescenta e sorrio.

- Eu também te amo.

- Papai! - Kathelyn grita e gargalhamos antes de olharmos. Ela tem um graveto nas mãos, balançando sem parar com seu olhar fixo no objeto.

Observo Peter cerrar os olhos e tirar o terno e a gravata me entregando.

- Ela acabou de me chamar de graveto? - interroga e não seguro o riso com sua piada. – Filha, não sou um pedaço de madeira. Venha cá, tenho que lhe contar uma notícia maravilhosa...

Sento no degrau outra vez e assisto meu dois amores sobre a luz do sol da tarde.

Chegamos ao FIM meus amores!!!
😢

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Beijo meus amores!!

Até mais!
😍