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- Quero todos lá fora - falo abrindo a porta e o sol invade.
- Vamos morrer queimados! - Uma garota fala.
- Não se forem espertos - falo indo rápido em direção a uma sombra.
O sol queima meu rosto o deixando desfigurado, quando finalmente chego à sombra sinto ele voltando ao normal. Então volto para dentro.
- E então... vocês são fortes não são? Eu quero sondados e não covardes, meus vampiros precisam saber como controlar a dor - falo provocando Éric. Mas eu não estava falando apenas da dor física.
Ele saí correndo até a mesma sombra, grita um pouco mas consegue chegar.
- Estão esperando o que? Já deveriam estar lá fora - falo e todos começam a correr.
Alguns param no meio do caminho e são pulverizados, outros chegam nas sombras, algumas de árvores outras de murros. Éric é o primeiro à voltar.
- Eu sou forte! - ele fala.
- Você é fraco Éric... - falo e ele faz uma expressão de raiva - onde está Vick?
- Treinando, ela não te respeita, ela acha que não precisa de uma líder - ele fala.
- Quando os outros voltarem diga para me encontrarem à noite aqui - falo indo em direção a sala de treinamento.
- Sim senhora!
Desço as escadas lentamente enquanto ouço os barulhos da espada batendo na madeira.
- Vick! Por que não foi treinar com os outros? - pergunto.
- Achei que podíamos escolher - ela fala largando a espada.
- Por que não foi treinar com os outros? - repito. Dessa vez com autoridade.
- Por que não acho você uma boa líder para o clã - ela fala.
- Isso não quer dizer que eu não seja uma boa treinadora - falo pegando a espada e à lançando na parede.
A espada perfura a parede e fica cravada ali.
- Esse tipo de arma não e o mais adequado para você - falo - me acompanhe.
Começo a andar e ela ignora meu "pedido". Vai em direção á arma e tenta tirá-la da parede.
- Me acompanhe VICK! - falo em um tom mais alto.
Ela vem em minha direção contra a sua vontade, e começa a me seguir.
- Vai fazer o que? Me jogar no sol também? Pensa que eu não ouvi o grito dos meus amigos sendo queimados lentamente? - ela fala.
- Eles podiam ter corrido, mas decidiram parar de tentar, isso foi culpa deles não minha, agora deixe eu ser mais clara, eu VOU treinar você - falo virando a esquerda em um corredor.
- Deixa eu ser MAIS clara senhora, eu NÃO vou treinar com você - ela diz.
- Essa infelizmente não está na lista de opções - falo sorrindo - chegamos - digo parando em uma porta velha no corredor.
Abro a porta com um chute e entramos dentro da sala.
- Minha antiga sala de armas, do tempo que eu lutava e ensinava os novatos, do tempo em que eu tinha um propósito, pode escolher qualquer uma - falo sentando em um sofá velho e empoeirado.
- Não obrigada - ela diz indo em direção a porta.
- PODE ESCOLHER QUALQUER UMA DELAS - falo tentando mostrar para ela que não tinha escolha a não ser fazer o que eu pedi.
Ela só me olha e continua andando.
- Por que você me detesta tanto? Não vê que quero te ajudar? Para você não morrer? Para não ser frágil como eu era? - falo empurrando ela para parede.
- EU NÃO SOU COMO VOCÊ E NUNCA VOU SER! - Ela fala me empurrando - eu não mato inocentes...
- Como assim?
- Ele foi mordido, o irmão a July, e você o matou mesmo sabendo que ele estava daquele jeito por sua culpa, e o triste é que ele faria tudo outra vez por você - ela fala com os olhos cheios de lágrimas - eu... eu o amava...
Já ouvi falar, em curas para mordida de lobos, mas nunca deram certo, as lendas sobre isso ultimamente só tem aumentado, na minha opinião, a única saída é a morte.
Ando em direção ao meu quarto, abro a porta, minha cama (apesar de não dormir eu gosto de vê-la ali, ela me lembra o passado) logo a frente com um cobertor azul escuro, a sacada com cortinas cinzas se movendo lentamente com o vento.
Posso ouvir a chuva caindo no telhado, posso sentir cada gota tocando o chão. Jeff adorava a chuva, ele dizia que ela levava tudo de ruim, o problema é que para levar tudo de ruim que há nesse mundo agora, só se chovesse o mar inteiro.
Agora o mau dominou cada centímetro do planeta, ele corre nas veias de cada ser vivo, ele está em todos, sem exceção, e eu pensando que não poderia ficar pior.
Me deito na cama, sinto o cobertor macio, queria poder dormir, sonhar... sinto falta disso, acima de tudo sinto falta de sonhar.

Um Passo Para As Trevas (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora