Um Passo Para As Trevas (Em Revisão)

28

- Maldito! - Ouço Dyego gritar.
- Enny eu sinto muito - Nick fala, agora é humano e está andando com o resto dos lobos para a floresta.
- Enny você está bem? - Dyego chega e me pega no colo.
- Mordida de lobo... - falo colocando a mão direita em cima da ferida em meu ombro esquerdo.
- Droga! - ele fala me levando para dentro.

**

- Como você pode abaixar a guarda dessa forma? - Dyego pergunta.
- Eu sei... fui tola, confiei nele - falo deitando na cama - agora é tarde.
- O que faremos? Como curar mordida de lobo? - ele fala andando de um lado para o outro.
- Não seja idiota Dyego... eu vou morrer, todos sabem, vou para meu lugar - falo confiante.
- O céu? - ele fala espantado.
- O céu nunca foi o meu lugar, eu vou para o inferno - falo sorrindo - Droga, meu braço - sinto uma dor aguda que vem da ferida.
- Enny... - ele chega mais perto.
- Ainda tenho três dias - falo sorrindo.
- Isso não tem graça Enny! - ele fala olhando para o chão - como pode estar feliz com sua própria morte!
- Dyego... eu já estava morta a muito tempo... Quando eu morrer procure por Ray no sub solo, assuma o comando, e vingue minha morte - falo.
- Quem era ele? Ele é um lobo morto partir de agora - Dyego diz.
- O nome dele é Nick, ele caiu comigo, era um anjo - falo sentando na cama ao lado dele.
- Um anjo? Você é... como assim? - Dyego fala.
Fico em pé e tiro a blusa.
- Minhas asas... elas... costumavam ficar aqui - falo expondo minhas cicatrizes.
- Hã... Enny...
- Sim... - dou um sorriso de canto - pode toca-las.
Ele fica em pé e anda lentamente em minha direção.
- Você é uma vampira, essas marcas não deveriam ficar aqui - ele fala passando a mão lentamente sobre elas.
- Eles fazem questão que mesmo esse sangue de demônio que corre em minhas veias não possa apagar essas marcas de vergonha e pecado, uma parte do meu passado que eu nunca poderei apagar, uma marca pra mim nunca me esquecer do que fiz - falo fechando a blusa.
- Mas... ele é um lobo... como ele não morre? Deveria estar velho agora, não é? Como ele poderia se transformar fora da lua cheia? - Dyego pergunta.
- Faz um tempo dês de que vi um pela última vez...
- Um o que? - Dyego pergunta curioso.
- Um híbrido, meio vampiro meio lobo. - falo.
- Eles não estavam extintos dês de que a guerra começou? - ele fala confuso.
- Foi o que eu pensei... até ago... - sinto uma dor enorme na cabeça, tudo se apaga.

**

- Enny - ouço alguém me chamando, uma voz masculina... será que é... sim tenho certeza.
- Gabriel? - pergunto.
- Sim...
- O que...? Por quê? - falo tentando encontra-lo em meio a multidão.
- No dia que em que você caiu... eu disse que lhe daria algo... essa e a hora Enny... me desculpe por deixa-la com Nick... sei que não deveria... afinal ele era meio demônio. - ele fala.
- O que? Me deixar algo? - falo confusa.
- Você não pode morrer Enny... não agora - ele fala.
Do meio de uma escuridão que parece não ter fim surge uma luz que consome todas as trevas, o clarão é tão forte...
Sinto uma dor muito forte no corpo todo, começo a gritar, ninguém me escuta... será que... é assim a morte? Não... já imaginei ela muitas vezes e pelo menos para mim não tem luz...

**

- Enny - Dyego me chama.
- O que foi agora? Será que não posso morrer em paz! Que droga! - começo a gritar.
- Enny! - ele fala me abraçando.
- O que? Mais que... Dyego! - Falo o empurrando - o que foi? Onde estamos?
- Num abrigo... ao leste do nosso antigo castelo... eu acho - ele fala.
- O que! O que aconteceu? - falo apavorada.
- Enny os lobos nos atacaram três dias depois... três dias depois que você foi mordida... felizmente conseguimos fugir. Eu... eu não sabia o que fazer... você estava dormindo... eu tinha certeza de que não estava morta... mas agora... o mundo é dos lobos - ele fala triste.
- Como assim!? Como isso aconteceu? Eles não podem ter vencido! Quanto tempo eu dormi? - falo tentando ficar em pé mas algo me faz voltar para o chão.
- 16 anos... e... - ele fala apontando para mim.
Olho para traz... ali estão... duas asas enormes, elas ocupam quase todo o espaço atrás de mim, cada pena tão escura quanto a noite.