Sob a Máscara

Os planos

O novo império Caltês abandonou as regiões mais distantes atendendo ao chamado do seu líder, deixando para trás uma terra morta, que não foi cuidada, somente explorada, pois a determinação principal era não criar raízes.

Na Europa, outra grande movimentação ocorria, mais próxima do imperador Emílio, que movia o seu principal exército rumo aos adversários do leste.

— Eles estão bem armados e têm um treinamento impecável — lhe segredou um de seus homens de confiança, designado justamente para buscar informações dos inimigos.

— Quanto mais preparados estiverem, melhor— disse o imperador mascarado — Teremos a chance de provar que temos o exército mais forte do mundo e com isso diminuiremos o confronto quando formos para a América...

Dois meses depois os primeiros confrontos tiverem início na fronteira da Europa com a Ásia. Foi uma luta tão feroz e sangrenta que deixou demasiadas baixas dos dois lados.

Os aliados do leste possuíam armas de fogo mais modernas, mas a superioridade numérica do exército Caltês fez a diferença, numa torrente de homens que chegavam da África todos os dias.

Assim, em pouco tempo começaram a recuar e a invasão começou. Emílio determinou que o seu exército fosse avançando pelas laterais do extenso território, conquistando, recrutando, com a mesma ordem de antes: não se fazia prisioneiros, aos abutres com eles!

Pela experiência adquirida em outros combates, o avanço desta vez se tornou mais rápido e em menos de um ano, a capital chinesa estava cercada.

O imperador Emílio liderou o ataque ao último foco de resistência, mas se decepcionou quando os encontrou desarmados e prontos para se juntar ao império Caltês.

Sua decepção foi tão grande que ele decidiu escolher membros da família real chinesa para servir de diversão numa caçada comemorativa, que durou a noite toda.

E ele bradava que tinha muito a comemorar.

— Saúdem o imperador do velho mundo!

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Todos os países da América realizaram uma reunião emergencial, enquanto Emílio Caltês derrotava facilmente o povo do leste oriental.

A rainha Paloma participou ativamente e deu uma opinião decisiva neste encontro, cujos líderes americanos tiveram que concordar.

— Conheço muito bem os hábitos do louco tirano com quem fui casada. Ele não descansará enquanto não tomar o resto do mundo que está fora de seus domínios e logo investirá contra a América.

— Mas ele também demonstrou que pretende que o seu novo e numeroso povo aproveite bem das novas regiões que são conquistadas, pois Emílio está devastando estas terras, pondo um fim a tudo, pois, depois que vier para cá e se nos vencer, sei bem o que ele pretende fazer, já vi acontecer antes e não pude fazer nada para impedir.

— E o que ele pretende? — inquiriu o líder mexicano.

— Depois que não tiver mais nenhum povo para conquistar, ele começará a caçar seu próprio povo, para o imperador louco todos não passamos de uma enorme praga que deve ser exterminada.

— O que sugiro é o seguinte — continuou ela — Sempre após uma conquista, seu povo descansa e se fortalece. Se esperarmos isso acontecer, nossas chances de vencer serão menores. Devemos aproveitar o desgaste dos confrontos que seu exército está passando hoje e atacar.

— E qual seria o nosso alvo? — questionou outro líder.

— Temos que ir direto até a fonte de todo o mal, avançar até arrancar a cabeça do imperador mascarado e trazer a paz para o mundo, enquanto ainda existe um mundo para ser preservado, mas não podemos fazer isso de forma óbvia, emílio é um caçador nato e tem um faro aguçado para estratégias de combate.

— Precisamos de alguém próximo ao imperador para nos dizer o que ele pretente, se não nossos esforços serão inúteis — concluiu ela.

Todos concordaram com o plano da rainha e iniciaram os preparativos para a investida.

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— Trago novidades e não são boas! — alertou um dos homens de Emílio, que ainda se curava da ressaca da noite anterior, depois da caçada aos nobres chineses.

— Duvido muito que seja algo com que se preocupar... — respondeu o imperador sorrindo.

— Estamos sendo atacados em diversos pontos da costa oriental por tropas de soldados da América.

— Ora, então eles não vão nos deixar descansar?

O imperador meditou por um tempo e tomou uma decisão tão rápida que surpreendeu seu comandado.

— Deixe que avancem, que pensem que estão vencendo, não vamos impor tanta resistência, só o suficiente para que imaginem que estamos cansados e que somos um adversário fácil.

— Assim que eles entrarem o suficiente neste lado oriental, bloqueamos a sua saída e exterminamos a principal força dos inimigos, pois eles virão cada vez mais com tudo, achando que podem me vencer.

— Enquanto isso— prosseguiu Emílio satisfeito — quero que outro exército contendo os nossos melhores homens comece a ser formado no oeste europeu, pois pretendo, quando der a ordem de extermínio para os invasores americanos, cruzar o oceano e atacar a América, enquanto os seus principais exércitos estiverem fora, morrendo nas mãos dos calteses.

— Que você acha do meu plano? — perguntou o imperador para o seu homem, mas já sabia a resposta óbvia antes que ele respondesse.

— Tenho certeza Emílio que o senhor está caminhando para se tornar o imperador do mundo...