Ou Alice era a garota mais azarada do mundo ou o destino adorava brincar com a pobre garota. Neste exato momento, ela queria matar a esperança de forma que não estimulasse pensamentos negativos. Sabe quando você quer muito algo, mas ao mesmo tempo não quer depositar todas as suas fichas nisso para que a queda não seja tão dolorosa? Era exatamente dessa forma que Alice se sentia.
Ela conhecera outra pessoa no ônibus. Talvez esse fosse seu novo point de encontro, Alice não sabia, mas estava sendo promissor para a sonhadora. Dessa vez, o carinha e ela não ficaram apenas nos esbarrões por acaso no ombro. Ele falou com ela. Engraçado como o tempo era um assunto universal para se tratar com estranhos. Um tanto arcaico. Porém, para Alice, foi o melhor assunto que uma pessoa poderia tratar com ela naquele momento.
Um garoto bonito estava tentando puxar assunto com a sua pessoa!
Alice respondeu da pior forma possível. Teve sorte de não ter desmaiado lá mesmo e não gaguejou. Ele tinha olhos verdes e barba por fazer. Era o tipo de pessoa que falava olhando nos olhos e não deixava a conversa morrer. Gostava de ler, desistira do curso de letras por falta de retorno financeiro. Parecia ser inteligente. Ele estava se esforçando. Estava interessado. E Alice... Oh, pobre Alice. Não acreditava que aquilo fosse verdade.
Falaram sobre o básico, o tanto quanto cabia em poucos minutos. Alice logo teve que descer em seu ponto, desejando não ter que saltar naquele momento, mas o estranho foi mais esperto e pediu o Facebook da garota sorridente. Ela passou ainda abobalhada. Ele pegou o celular para procurá-la. Ela foi embora, e nem ao menos sabia o seu nome.
Entretanto, o destino não estava ao seu favor.
Mais uma vez.
Quase sete horas da noite e nenhuma solicitação de nova amizade.
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Caixinha de Sonhos da Alice
PoetryUm conjunto de pensamentos de uma menina chamada Alice, mantidos dentro de uma caixinha infinita de sonhos. Postagens diárias.