O que Alice aprendeu sobre essa viagem? Que a sorte tem de encontrá-la vivendo, não se lamentando sobre a cama e reclamando o quão ruim está a vida.
Nesses quase quatro dias de viagem, Alice relembrou o que é viver no presente, não ansiar pelo futuro e aproveitar ao máximo o agora. Porque era exatamente aonde ela queria estar naquele instante. E foi uma paz imensa somente ouvir às pessoas, sentir cheiros e sensações, observar a vida acontecer e estar simplesmente ali vivendo. Como foi incrível não deitar na cama com um celular na mão e somente ver o tempo passar (ela está fazendo isso agora).
Viver é bom e maravilhoso quando Alice não está preocupada com de onde o dinheiro dela vai vir e quando aparecerá o novo cliente. Alice sabe exatamente onde seus calos doem, sabe que não pode fugir sempre dessa dor. Mas ela pode ser amenizada... não precisa ser tão duro e sofrido como ela faz tudo se tornar em pouco tempo. Alice sabe que tem que sair de casa, sabe que tem que ter o próprio canto... mas até que isso aconteça, Alice não pode se perder dela mesma.
Nesses quatro dias, Alice se reencontrou, e foi lindo saber que em algum pedacinho de seu inconsciente, ela ainda existe: A Alice viajante que ama conhecer lugares novos, tirar fotos e comer coisas diferentes. A Alice que é viciada em música, que tem um repertório gigantesco, que ama dançar e é inimiga do fim. A Alice que às vezes passa dos limites com a bebida, mas que torna a noite ainda mais divertida, independente do seu estado de embriaguez. A que faz piada com tudo e todos, que gosta de fazer perguntas difíceis a nível "pesquise no Google", e que aprendeu a ser viciada em conhecer a história das pessoas (um dos mais "novos" adendos de sua personalidade). A Alice que sabe sim cuidar e que gosta de dar carinho, desde que ela também o receba de volta e se sinta em um lugar seguro, sem julgamentos. A Alice que ama novas aventuras, experimentar novas sensações, e que ama contar sobre o lado bom da vida. Porque a Alice feliz sabe mais que ninguém como ser leve e positiva. Ela está em equilíbrio consigo mesma e com a natureza ao seu redor. Ela sabe ser gentil, educada... ela simplesmente sabe sorrir.
E o melhor: ela sorri com a alma.
A perguntaram recentemente qual foi a última vez em que ela foi feliz e que deu um sorriso sincero; somente ficou um branco imenso em sua mente, pois Alice não se lembrava.
Em quatro dias, ela se recordou da sensação.
A Alice é feliz quando ela se sente livre. Sua alma vibra quando ela alcança a liberdade.
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Caixinha de Sonhos da Alice
PoetryUm conjunto de pensamentos de uma menina chamada Alice, mantidos dentro de uma caixinha infinita de sonhos. Postagens diárias.