Dia 29

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Alice ficou com um cara desconhecido pela primeira vez na vida. Ainda que já tivesse tido algumas experiências desastrosas com amigos, beijar um estranho era simplesmente curtir o momento ao invés de se preocupar com o que a pessoa poderia ou não achar do seu desempenho. Afinal, eram desconhecidos, não se veriam mais.

A pequena sonhadora achou que não precisava de um amor. Poderia apenas viver com a parte física da coisa, o famoso "pegar e não se apegar". Uma festa seria o melhor momento para experimentar sua nova vibe. Entretanto, não foi nem um pouco bem-sucedida. Talvez Alice simplesmente não fosse uma garota adepta a ficadas ao acaso. Como poderia, se a melhor parte de um relacionamento, para ela, era a amizade que se construía com seu parceiro? Nunca que um beijo num estranho em uma festa qualquer iria satisfazê-la. E ela já deveria saber disso. Mas a garota tentou e não ficou apenas no "e se". Isso foi o que valeu a pena. Alice deu um passo à frente e ousou. 

Um passo para a mudança.

Apesar dos pesares, ir à boate lotada, dançar até o amanhecer e beijar um estranho foi uma das coisas mais divertidas que ela já fizera na vida. Estar com seus melhores amigos tornou a experiência ainda mais louvável. Mas, mesmo assim, Alice sentiu um vazio. Não a solidão costumeira, e sim a falta de um amor. Muito mais que beijos casuais, ela queria um abraço caloroso e declarações sinceras. 

E isso, pensava ela, não se encontra em qualquer esquina

Esse era o motivo de toda sua preocupação. 

E se a tal pessoa nunca chegasse?

Caixinha de Sonhos da AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora