Capítulo III - Não vou ficar chorando

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Saio exausta do ensaio. Nunca pensei que fazer poses e fotografar fosse algo cansativo, acabei surpreendida nesse teste.

Segundo o Lucca, eu tenho jeito para a coisa e as fotos parecem ter ficado satisfatórias, já que ele e toda a equipe eram só sorrisos para os resultados.

Claudinha e eu nos despedimos e pelo horário ainda pego Antônio no Centro de Treinamento. Preciso conversar com ele e resolver nossas questões.

Deixo minha amiga em seu apartamento e rumo ao meu destino.

Mesmo com a relutância de Antônio e Júlio sobre suas mulheres e eu frequentarmos a academia de Caio, isso não nos impediu.

Continuamos insistindo nas aulas de defesa pessoal com a diferença que os únicos que fazem contato conosco são eles e, claro, o Caio.

No começo fiquei muito animada com o fato de ter contato corpo a corpo com ele, mas depois das primeiras aulas onde ele foi realmente profissional e até rude comigo no cotato corpo a corpo, eu desanimei.

Entro no prédio e subo direto para a arena de luta, ele provavelmente está lá terminando seu treino.

Quando eu passo pelo corredor das salas individuais, vejo uma silhueta conhecida e volto para trás para tirar a dúvida.

É Caio, e ele está conversando muito próximo de uma mulher. Ela passa a mão em sua cintura e apesar de sua postura rígida ele não faz nenhum movimento para inibir o toque dela.

Continuo observando e ela fala alguma coisa que o faz segurar seu cabelo estilo Chanel em punho, forçando seu rosto para cima em direção aos seus olhos.

Sinto um aperto no peito, a intimidade que eles demonstram me leva a acreditar que ele já dormiu com ela e pelo jeito que a cena se desenrola, isso não teve fim.

O ciúme toma conta de mim e eu invado a sala sem pensar em mais nada, meu único objetivo é parar aquilo que provavelmente acontece com frequência entre eles, mas não hoje.

- Opa! Desculpe!– falo com cara de inocente.

Caio solta seu aperto dos cabelos da mulher e se vira me encarando seriamente. Ela não se abala em nada por ser pega em uma cena mais íntima e continua com a mão na cintura dele. Que vontade de enforcá-la!

- Amanda?! O que quer aqui? – ele se afasta dela e vira-se totalmente para mim cruzando os braços na altura do tórax.

- Estou procurando meu irmão. Você não deveria estar com ele?

- Seu irmão está na arena terminando seu treinamento e eu aproveitei para verificar algumas pendências da academia.

- Não parecia – ergo as sobrancelhas para ele.

- O que parece ou não, não é da sua conta, garota. Se quer seu irmão, já sabe onde ele está.

Como sempre ele é um grosso. Vejo a mulher dando uma risada contida e minha raiva aumenta e acabo falando o que não devo.

- Mas é da conta do meu irmão saber que o seu chefe de segurança fica fodendo vadias por aí ao invés de cuidar da sua segurança – falo assumindo a mesma postura que a dele.

- Escuta aqui, garota...

- Deixa, Margô. Com ela eu me entendo.

Ele avança sobre mim e segura meu braço com força arrastando-me para fora da sala. Eu tento me soltar do seu aperto, mas ele coloca mais pressão.

- Me solta, seu ogro idiota!

- Te solto quando entregar a criança birrenta ao irmão – odeio quando ele diz que sou criança.

[Degustação] Petulante & Insensível - LIVRO III - SEAAOnde histórias criam vida. Descubra agora