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— Brandon.

Ele riu e desligou o motor.

— Está só repetindo o meu nome ou tem alguma coisa para me dizer?

— Estou repetindo porque agora eu posso, mas tenho uma pergunta.

— Qual?

— Você faz curso de teatro?

— Sim.

— Que bom. Tem muito talento.

Ele me encarou.

— Obrigado.

— E poesia? Seu nome me da uma remota lembrança de um poeta. Gosta de poesia?

— Está com medo de sair do carro?

— Ao contrário de você, eu não sou atriz. — Eu estava com medo de
estragar os planos dele de reatar com Eve por causa da minha terrível falta
de talento dramático.

— Não precisa ser. Viemos como amigos, lembra? Não precisa fingir
nada.

— Certo.

Ele levou a mão à maçaneta da porta.

— Espera! Quero arrumar o seu cabelo.

— Sério?

— Sério. Você quer que ela se interesse por você, não quer? — Achei que ele sairia do carro, mas, em vez disso, Brandon se virou para mim com ar cansado. Peguei rapidamente o gel na bolsa, antes de ele mudar de ideia. — O segredo é usar pouco. — O gel era azul e prometia superfixação, então eu espremi na palma a quantidade equivalente a uma moeda pequena, esfreguei as mãos e passei o produto no cabelo dele. — Seu cabelo é ótimo. Só parece que foi a sua mãe que cortou.

— Você nem conhece a minha mãe.

— Bom, qualquer mãe. — A parte da frente ainda estava meio caída,
então passei uma última camada de gel e sorri. — Pronto.

— Missão cumprida?

Olhei para ele e percebi que, para ajeitar seu cabelo, eu havia eliminado a distância entre nós.

Recuei.

— Sim, ela vai estar apaixonada quando a noite acabar.

— Nunca pensei que o cabelo tivesse tanto poder. — Ele continuava
olhando para mim, aquele olhar que parecia vasculhar minha alma, depois sorriu. Meu coração deu um pulo que me surpreendeu, e eu abaixei a
cabeça.

Tirei o celular e o brilho labial da bolsa e os coloquei no bolso enquanto ele abria a porta e descia do carro. Quando enfiei a bolsa com o que restava dentro dela embaixo do banco, ele já estava abrindo a porta do meu lado. E me ajudou a descer.

Depois de travar as portas, ele olhou para a casa e eu vi que respirava fundo, os ombros subindo e descendo com o movimento do ar entrando nos pulmões.

— Está nervoso? — perguntei, um pouco surpresa.

— Talvez. Obrigado por ter vindo comigo.

— Tudo bem.

— Bom, vamos lá.

— Brandon?

— O que é, Florence?

— Nada. Eu só queria dizer o seu nome.

Ele sorriu, e era isso que eu esperava. Ele só precisava relaxar. Eu sabia
que Halie queria que eu o mantivesse longe de Eve, mas quem era eu para impedir, se o que ele realmente queria era reatar o namoro?

Boyfriend? ❥Onde histórias criam vida. Descubra agora