{ 0022 × }

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{ Solta a estrelinha bebês. E não esquece de ler as notas finais. }

×××

Quando abri os olhos, o carro estava parado. Luzes brilhantes me fizeram
piscar algumas vezes. Endireitei as costas e me espreguicei.

Hailey pigarreou.

— Acordou.

— Cadê o Brandon?

Ela apontou para a janela, e vi Brandon e Nate em pé ao lado de uma bomba de combustível.

— Ah. Combustível. — Alcancei minha bolsa no chão para pegar a
carteira. Tirei dela duas notas de vinte dólares e as enfiei no porta copos no console.

Hailey olhou para o dinheiro por um instante e disse: — Vou falar uma
coisa, e só vou falar porque estou com pena de você depois do que aconteceu hoje, mas também porque é verdade.

— Tudo bem — eu disse e me coloquei em estado de alerta.

Não era o tipo de declaração que resultava em algo bom de ouvir.

— Você disse que estava chateada porque era aquela pessoa, o tipo que
seu irmão criticou naquele filme idiota.

— Sim.

— E é verdade. Você era aquela pessoa.

— Obrigada, Lee.

— Eu disse “era”. Não é mais.

Entendi o que ela estava tentando dizer, e percebi que sua intenção era
me animar, mas eu sabia que não era bem assim. Eu não era menos
superficial hoje do que seis meses atrás, quando meu irmão me filmou.
Ela deve ter sentido que eu não acreditava nisso, porque continuou:

—Ultimamente, você parece estar se esforçando para melhorar. Me
cumprimentou no colégio na frente das suas amigas. Ajudou meu irmão
com a Eve. E nós estamos juntas há oito horas e eu ainda não quis te
estrangular. Isso deve significar alguma coisa.

Eu ri. A relação das minhas supostas boas ações era muito curta.

Brandon se sentou diante do volante e os olhos dele encontraram os meus.

— Tudo bem?

— Sim. — Era a terceira vez que eu repetia isso, e a terceira vez que
mentia. Apontei para o porta-copos.— Obrigada.

Ele olhou para o dinheiro.

— Pra que isso?

Forcei um sorriso.

— Pela diversão.

Nate e Brandon sorriram, mas também parecia forçado.

Meu telefone tocou e eu me assustei, lembrando no mesmo instante que não tinha ligado para minha mãe quando entrei no carro, como
prometi. Atendi imediatamente.

— Desculpa, mãe. Estou voltando pra casa. Falta uma hora de viagem, mais ou menos.

— Fiquei preocupada.

— Eu sei, desculpa. Esqueci de ligar.

— Pensei que tinha ido comemorar com o seu irmão depois da cerimônia. Como você não ligou, eu liguei para ele.

— Você ligou? — Eu gemi. — O que ele disse?

— Ele não atendeu, mas deixei um recado na caixa postal. Deve estar
ocupado.

— É, deve ter saído com os amigos, alguma coisa assim. Que recado você
deixou?

— Só perguntei se você estava com ele, porque não tinha telefonado,
apesar de ter prometido que faria isso.

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