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Oi, vocês estão esquecendo de votar ne? To vendo ai.

×××

Sentei na ponta da mesa, com os outros membros do conselho estudantil me olhando, esperando que eu dissesse alguma coisa.

Normalmente eu gostava de liderar as discussões, mas até agora havia sido inútil nessa reunião.

— Florence — disse Daniel, o vice-presidente —, acho que podemos passar para o segundo item.

— Certo. — Olhei para o papel na minha frente. O segundo item era
um assunto pelo qual eu havia lutado, uma festa na praia sem bebida alcoólica. — Todo mundo cumpriu as tarefas?

— Temos as autorizações — disse Daniel.

— Não consegui a banda — falou Ashley. — Alguma que se candidatou
para o baile toparia fazer a festa?

— Não... — Eu me detive ao lembrar da banda de Nate. — Não sei, talvez. — O dia em que fizemos as audições foi longo. Talvez não tivéssemos prestado muita atenção nas últimas bandas. — Vou ver se tem alguma e te falo. E a comida? Tudo certo?

Clarissa assentiu.

— Tudo certo.

— A lista de inscrição pela internet está bem cheia. Acho que essa ideia
da grande noite sem bebida vai dar um bom retorno — Daniel opinou.

— Por que a surpresa? Outros colégios fazem festas como essa.

— Só achei que todo mundo ia querer se divertir na noite da formatura.

— Nós vamos nos divertir. — Eliminei o segundo item da lista e bati duas vezes com a caneta na página. — E aí, alguém vai querer falar no discurso da próxima sexta? Fazer a palestra motivacional do “estamos nos
formando”?

Daniel, que havia acabado de beber um gole de sua garrafa de água, tossiu e tentou recuperar o fôlego. Os outros ficaram me encarando.

— Que foi?

— Você não vai querer falar no último discurso do ano?

— Ah... Bom, estou perguntando se mais alguém quer falar.

Ashley balançou a cabeça, dizendo que não. Olhei em volta, e todos os
outros a imitaram. Daniel disse: — Não. Você é boa nisso, e esse ano foi seu. Você conquistou o direito.

Eu queria me orgulhar, mas não sabia mais se devia, se isso significava que eu era egoísta. Eu havia trabalhado duro esse ano, principalmente por
causa da faculdade, mas também por gostar da liderança, de fazer discursos e de lutar por uma causa.

Bati com a caneta na página mais algumas vezes.

— Tudo bem. Eu falo. Obrigada. Sobre os outros itens da pauta, deem uma olhada em todos e me mandem as perguntas por e-mail ou então para o Daniel. Acho que vamos encerrar mais cedo hoje.

Todo mundo levantou e começou a conversar, enchendo a sala com o
som de vozes.

Daniel olhava para mim. Não precisei olhar para ele para saber.

— O que é?

— Você está distraída. Normalmente, você é muito organizada e controlada.

— Desculpa.

— Não precisa se desculpar. Você foi mais... verdadeira.

Finalmente olhei para ele.

— Como assim?

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