VI

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Escuridão.
Era a única coisa presente.
Ela sentia seu sangue pulsando, sentia o peso de seus olhos.
Com dificuldade até mesmo para respirar, ela rastejava-se pelo chão.
-Mike...

-Mike! - Max gritou assim que chegara na casa de Michael. Logo o menino moreno saiu da residência para recepcionar as amigas.

-Max, Anne! - ele sorriu forçado.

Por dentro estava em prantos. Contar a verdade seria algo grande. Algo maior do que tinha coragem. Apenas encarar os olhos de Annabeth era difícil para ele, quem diria despejar uma história na garota e esperar que ela se lembrasse de alguma coisa.

-Mike, o que viemos fazer aqui, realmente? - a morena perguntou, delicada.

Michael limpou a garganta, despertando seus pensamentos para longe.

-Acho melhor entrarem. Os meninos estão no porão. - ele murmurou.

Anne sorriu docemente e acompanhou os amigos para a casa de Mike. Ela nunca havia entrado lá, porém quando passou da porta de entrada um sentimento estranho de familiaridade a acertou.

Assim que entraram no porão os olhos de Anne encheram-se de água. Ela não entendia o porquê, simplesmente um sentimento estranho e uma dor no peito a acertaram.

Como se estivesse sendo controlada, se aproximou de um forte improvisado com lençóis e cadeiras. Automaticamente, entrou no mesmo, respirando fundo e analisando o seu interior.

Mike e os meninos a encaravam, esperançosos.

Annabeth apenas não entendia. Ela olhava para os cobertores, para as almofadas e para os lençóis e sentia como se já tivesse visto isso em algum lugar.

-Certo. Trouxe seu café da manhã. Sei que parece loucura, mas preciso que dê a volta pela casa e toque a campainha. Minha mãe vai atender, ela saberá o que fazer com você. Mas não pode dizer que me conhece.


-Anne? - Will murmurou, despertando Jane de seus pensamentos. Ela dirigiu seu olhar para os amigos. Estavam encarando ela, nervosos.

-Nós iremos te contar uma história. - Mike disse, sentando-se em um dos sofás de seu porão.

Annabeth assentiu, prestes a sair do forte.

-Pode ficar aí. - Michael sorriu, como se lembrasse de Eleven em seu porão, comendo Eggos e movendo coisas com a mente.

Os cantos dos lábios de Anne curvaram-se sutilmente, como um agradecimento silencioso, e a mesmo voltou a se aconchegar entre os lençóis e almofadas.

Will sentou-se no chão, ao lado do sofá. Lucas e Dustin ficaram em pé, logo sendo seguidos por Mike, enquanto Maxine jogava-se no sofá.

-Em 1983, uma coisa louca aconteceu. - Will começou. Ele direcionou-se para junto dos amigos e os quatro sentaram-se em uma mesa.

-Quatro amigos jogavam D&D no porão. - Max continuou, ainda sentada. - Nada demais. Mas nessa mesma noite, um dos amigos, Will Byers, desapareceu. - ela disse. Will, improvisando, agachou-se e ficou em posição fetal. Maxine gargalhou e puxou o menino para perto de si.

-E os três outros amigos tiveram a brilhante ideia de procurá-lo. - Mike continuou. Os meninos começaram a andar e procurar no porão, olhando embaixo de almofadas e atrás dos sofás.

I Never Gave Up On You • milevenOnde histórias criam vida. Descubra agora