Aluguel Perigoso

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#08

Aluguel Perigoso

Costumam dizer que tudo que é proibido é mais gostoso. Dizem que se não corrermos risco não vivemos de verdade. Mas será que realmente vale a pena se arriscar tanto para ter emoções?

É verdade que aventuras são legais. È horrível quando a gente percebe que passamos a vida sem viver nada de interessante. Viver cada dia intensamente é maravilhoso. Mas pior que não viver aventuras é não ter responsabilidade do que nós fazemos. Bom senso é algo que cada um de nós deve ter do modo que achar melhor. Ações têm consequências. Aventuras acabam e a vida real continua.

Ser stripper pode parecer algo bastante tranquilo. Algo fácil e sem nenhum problema. Mas isso também é um emprego, e como tal, tem suas regras e obrigações. Na Utopia House, uma das principais regras é no que diz respeito à prostituição.

Quem trabalha lá, está proibido de fazer sexo por dinheiro fora dela. Parece uma frescura, mas é uma regra necessária. Questão de negócios, os rapazes — e o que eles fazem — tem que ser exclusividade da casa.

Mas nem sempre essa regra é cumprida. Durante toda a existência da casa, houve strippers que faziam esse trabalho extra. Os outros sempre sabiam que isso rolava, mas não faziam nada. Paul também, mesmo criando a regra. Preferia fazer vista grossa, pois sabia que não era algo frequente.

No tempo que eu trabalhei na UH, eram bem poucos os rapazes que quebravam essa regra. Raríssimos. E é numas dessas exceções, certamente é a origem de umas das histórias mais interessantes que eu já fiquei sabendo. E histórias quentes e intensas, Santiago Zepeda ama muito.

Ele era um latino nascido e criado no Bronx. De estatura baixa, seu corpo magro era escultural. Muito bem definido. Sua pele era bem morena e seus cabelos eram bem pretos, assim como seus olhos. As sobrancelhas eram levemente arqueadas, destacando mais os olhos e o nariz fino. Com uma ginga impressionante, era o melhor dançarino da casa. Demonstrava que tinha sangue quente dentro e fora da UH. Quer dizer, principalmente fora.

Pois durante os dias da semana em que não trabalhava como stripper, trabalhava como acompanhante. Não precisava disso pela grana, pois já ganhava muito bem para se sustentar. Precisava pela aventura. Pois era uma vida que o deslumbrava desde jovem. E ele adorava, exatamente do jeito que imaginava.

Não fazia programa com qualquer um. Apenas com homens do mais alto nível. Empresários, playboys, políticos. Artistas, talvez? Homens muito refinados, experientes e educados. Mas que entre quatro paredes, expunham seus desejos mais picantes. Desejos que talvez só o garoto pudesse proporcionar.

Amava aquele jogo de conquista e de sedução. Como nos tantos filmes e contos eróticos no qual era fã. Ele só gostava das histórias héteros, pois podia fantasiar mais nelas, e achava que eram bem mais variadas. Sentia como se personificasse aquelas protagonistas. Românticas, aventureiras e com um desejo sexual intenso. Mas com o sangue masculino tomando conta de seu corpo, e a testosterona tomando conta de seus impulsos.

Era assim que Santiago amava viver. Uma vida dupla arriscada e até perigosa, mas que não o amedrontava. Pelo contrário, só fazia ele querer mais daquilo.

Mas por trás de todo o glamour que a profissão poderia oferecer, ser acompanhante de luxo tinha suas grandes dificuldades. Era diferente de fazer qualquer coisa dentro da UH, pois o ambiente lá protegia os rapazes e os deixavam livres para cumprirem seus trabalhos como for. Mas lá fora, havia o mundo real. E quem fosse se arriscar, faria isso sozinho.

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