Um dia depois da minha volta eu sai do orfanato e fui para minha nova casa, eu mal podia esperar pra saber como é ter pais e amigos, eu imaginei todo um conto de fadas, imaginando tudo desde quando eu pusesse meu pé naquela casa até o dia da minha morte.Johanna estava sentada ao meu lado de fone e com uma cara bastante desagradável, Ju e Francisco, nossos pais, tentaram perguntar o que ela tinha, mas ela negou estar mal.
Entramos em um condomínio lindo com muitas mansões, e as duas casas que ficavam no final da rua sem dúvidas eram as mais lindas, enquanto eu estava fascinada com tudo aquilo eu vi um menino que aparentava ter mais ou menos a minha idade, tinha olhos claros cabelo liso e preto, ele parecia estar aborrecido, naquele dia eu vi tantas pessoas com raiva de algo que eu imaginei que eu era a única pessoa que estava feliz.
Quando chegamos na casa que era uma das últimas da Rua o menino já tinha sumido, o motorista abriu a porta e eu agradeci, quando sai me deparei com uma dúzia de criadas que se curvaram e gracejaram para nós.
— Vocês duas ja podem entrar, a criada, Mary, acompanhará vocês e mostrará toda a casa — disse Francisco com um cigarro na boca ajudando o motorista a tirar as malas do carro.
Eu olhei para trás e vi um lindo chafariz no centro da entrada da casa, subi as enormes escadas até chegar a uma porta de madeira, parecia um lindo castelo moderno era tudo muito lindo.
Eu queria entrar com o pé direito como muitas pessoas falam que dá sorte, então eu fui a passos lentos ate a porta, e quando o mordomo me deu passagem eu fui levantando meu pé direito bem de vagar e quando eu ia colocá-lo no chão Johanna passou por cima de mim me derrubando de cara no chão.
— Ah foi mal, eu não queria esperar você acabar com sua brincadeirinha de astronauta na lua. — Johanna sorriu e subiu as escadas de vidro deixando a criada para trás.
— V-você ta bem? — disse Mary sem saber o que fazer.
— Sim eu estou, você ainda vai ver ela fazer muito isso comigo, logo você se acostuma. — Levantei arrumei meu vestido sorri e fui explorar a mansão.
Quando me dei conta já tinha se passado muito tempo e ja havia escurecido, Johanna ficou o tempo todo no quarto mandando as criadas trocarem os móveis de lugar, quando Francisco disse "vocês podem decorar como quiserem" ele não quis dizer "obriguem as criadas a tirarem todos os móveis do seus quarto a colocá-los em vários lugares pra vocês verem onde fica bom".
Enquanto todos estavam se acostumando com o novo ambiente e trabalhando eu estava em uma biblioteca enorme que tinha nos fundos da casa, todos os livros estavam empoeirados e Mary me seguia insistia em limpar todas as páginas do livro para que eu pudesse ler.
Quando o relógio no meu pulso marcou exatamente as 20 horas ouvi um barulho alto de um sino, corri para a janela e vi todos os moradores saírem de suas casas e irem para a rua.
— Vamos senhorita Suzy, temos que sair agora — disse Mary.
— Por quê todos nós estamos saindo?— disse enquanto descia as escadas.
— Todos as quartas-feiras a noite esse sino toca e nós saímos para prestar referência a bandeira e cantar o hino Nacional.
Quando chegamos em frente uma igreja que ficava bem perto de nossa casa vi o gigante sino e os três mastros que seguram as bandeiras de nossa cidade, estado e país, todos os moradores estavam com a mão sobre o peito, então todos começaram a cantar, estava tudo tão lindo, aquele era com certeza um conto de fadas, enquanto eu sorria paralisada olhando a bandeira subir Mary me cutucou, eu entendi o motivo daquilo então pus a mão sobre o peito e comecei a cantar.
Quando a música havia acabado todos começaram a ir para casa mas eu fiquei la olhando para a bandeira e sorrindo, quando olhei para trás vi que apenas eu havia ficado la na frente daquela igreja e Mary tinha sumido, então alguém disse:
— O toque de recolher vai tocar daqui a 5 minutos — era uma voz um pouco grossa mas era linda.
Olhei para frente e vi o menino que estava na rua mais cedo.
— Toque de recolher? Como assim? — perguntei incrédula, parecia que o meu conto de fadas tinha acabado com aquelas palavras, eu não queria viver tendo que dormir as oito horas da noite.
— Você é a nova filha dos Campbell não é? — ele disse se sentando na calçada da igreja.
— Sou sim, e você quem é? — Cruzei os braços o encarei.
— Anderson, Anderson Clark.
Quando ele disse Clark eu me lembrei de quando entrei na cidade e vi uma placa escrito algo como Indústrias Clark.
— Eu poderia dizer que é um prazer conhece-la mas não gosto de nenhuma dessas menininhas mimadas dessa vizinhança, e mesmo que você não seja com certeza daqui a menos de dois dias vai ser esnobe igual a todos desse lugar. — ele disse retirando um cantil de whisky do casaco.
— Eu não sou e nunca vou ser vou ser esnobe. E você tem quantos anos pra poder beber? — perguntei tentando disfarçar minha curiosidade.
— Eu tenho 16 anos e eu to caindo fora — ele se levantou e foi andando em direção ao final da rua daquele condomínio.
— Ei! Pra onde você vai? Não tem o toque de recolher?
— Tem sim, mas eu nunca obedeci ele — ele parou e olhou pra trás.
— Por quê não obedece? Se ele existe deve haver um motivo.
— Eu não obedeço porque o meu pai que criou ele, e eu nunca vou obedecer nada que ele me mande fazer.
Ele queria dar uma de bad boy ou só era louco mesmo?
— Eu acho que você também não deveria obedecer ele — ele sugeriu olhando pra mim — por que não vem comigo?
— Você só pode estar louco — eu disse indignada.
— Eu sei, eu estou assim ja tem muito tempo. Agora eu vou lá, acho melhor você entrar correndo, o padre ja vai bater o sino.
Depois disso ele saiu andando pelas ruas escuras até que eu não pudesse mais vê-lo.
Fim do capítulo 10
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Suzy A Adotada. (Não Revisada)
Подростковая литератураEu, Suzy Allard, vivi a maior parte da minha vida em um orfanato sombrio. E então, um dia eu fui adotada por um casal de milionários e minha vida mudou completamente. Cidade nova, casa nova, escola nova, amigos novos e mistérios novos.