QUINZE - BOB STUART

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PO'V on Suzy

Eu estava muito assustada com o que tinha acabado de acontecer, não tinha idéia de que um dia alguém faria isso comigo.

O Sr. Gold, diretor, estava ligando para os nossos pais para contar o que havia acontecido. Depois de falar com os pais do menino fez uma cara nada agradável e então discou outro número. E começou a falar:

— Os pais de Bob disseram que a fiança já está paga... - ele parecia não querer estar falando aquilo tudo.

Ele desligou o telefone depois de algum tempo e começou a falar comigo:

—Ele já está liberado. - ele disse para mim enquanto me dava um copo de água. — Seus pais estão vindo te buscar. Sinto muito por isso Suzy.

— Tudo bem Sr. Gold, eu estava errada, eu deveria ter apresentado o trabalho com ele... - abaixei minha cabeça.

— Eu sei que você fez tudo sozinha, eu te garanto que terá a sua nota, agora apenas vá para casa e descanse.

Nós ficamos em silêncio por um tempo, mas eu estava com muitas dúvidas em relação a Bob e decidi perguntar:

— Por que ele é tão... assim?

— Como? - ele me perguntou franzino as sobrancelhas.

— Violento.

— A sim. Ele não era assim, a culpa disso tudo é dos pais dele, ele sempre sofreu muito.- ele estava com um olhar triste.

— E onde os pais dele estão?

— Viajando o mundo, sem ele. Eu conheço Bob desde bebê, ele nem sempre foi assim...

[...]

Dez anos atrás.


"Eu estava caminhando no jardim da escola, vi alguns alunos do primário brincando, andei mais um pouco e cheguei na plantação de rosas, elas eram muito lindas. Quando me aproximei acabei vendo um menino ruivo chorando, ele tinha alguns cortes no corpo por causa das rosas que estavam em volta dele. Entrei no meio das rosas e perguntei para ele:

Meu filho, por que está chorando? - o abracei.

— M-meus pais. - sussurrou entre soluços.

— O que eles fizeram?

— Eles estão sempre brigando comigo e eles sempre somem de casa. Quando eu acordei hoje eles tinham sumido.

— Sumiram??

— Sim, o mordomo disse que eles foram pra Itália. Semana passada eles estavam nas Bahamas.

— Eles te deixaram assim?

— Eles me odeiam - ele abaixou a cabeça e chorou mais ainda.

— Eles Com certeza te amam...

— Não me amam, minha mãe sempre me diz enquanto me bate.

— Ela devia estar alterada só isso.

— Então ela fica alterada toda vez que me vê. - ele parou de chorar e sorriu.
— até que é bom que eles estejam viajando, assim pelo menos eu não vou levar tapas todos os dias.

Eu não sabia o que dizer, então resolvi tentar fazer ele lembrar que ama os pais.

— Meu filho, imagina se eles não voltarem mais? Você não sentiria falta?

— Seria ótimo se eles nunca mais voltassem, eu teria uma chance de ser feliz.

Ele era uma criança mas tinha a mente de um adulto.

— Você quer que eles vão para o papai do céu?

— Eles nunca vão pro céu! Eles devem apodrecer no inferno.

Ele correu para longe e eu não achei mais ele naquele dia..."

[...]


—Eu não imaginava isso. - disse assustada.

— Ninguém imagina, mas ele sempre sofreu muito com esses pais adotivos.

— Adotivos?? Ele também é adotado?

— Sim, na verdade ele só está sendo usado. Os pais dele morreram em um acidente de carro mas ele sobreviveu, ele se sente culpado por isso. Os pais dele eram muito ricos, ele só tinha 5 anos quando tudo aconteceu, a guarda dele ficou com esse casal que eram amigos dos pais dele, mas eles só estão com a guarda dele por causa da herança, que eles já gastaram mais da metade.

— Agora entendo o porque dele ser assim. - abaixei a cabeça.

— Filha!! - Ju disse entrando na sala. — Você está bem? Ele te machucou?

— Estou bem mãe. Vamos para casa?

— Sim vamos, mas você tem certeza que está bem? Não quer ir pro hospital dar um checada?

— Não mãe, não foi nada.

— Está bem então.

Fomos abraçadas até o carro e lá eu falei tudo o que o Sr. Gold tinha me contado, eu também contei sobre o que havia acontecido para o Bob me atacar daquele jeito. Contei que Anderson tinha me puxado para dentro do armário porque estava encrencado e me pediu ajuda.

— Você já o conhecia? - ela fez uma cara que dizia "você está apaixonada, não é?".

— Não estou gostando dele nem nada mãe, eu já tinha conversando com ele, por isso ele me procurou. - cruzei os braços.

— Não entendi, por quê ele te procurou se a irmã dele também estava na escola? - ela sorriu para mim.

— Mãe para de imaginar coisas! - fiz um bico.

Ela me encheu de cócegas até eu dizer que tinha achado ele interessante, nós conversamos sobre o amor e outras coisas até a noite.

Me deitei em minha cama e comecei a pensar, eu estava deixando de lado o meu objetivo, desde que saí do orfanato eu parei de pensar em achar meus pais, eu estava pensando só em mim mesma e meu futuro.
Eu ainda não tinha certeza se eu teria um futuro com aquela família, então eu descidi que eu iria começar a procurar meus pais até saber tudo o que tinha acontecido com eles.

Fim do capítulo 15.



Suzy A Adotada. (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora