VINTE E SETE - BRANCA DE NEVE

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PO'V on Suzy.

Eu já estou cansada de ir pro hospital quase toda semana, acordar aqui de novo é horrível, eu queria acordar no meu quarto e ir tomar café com minha família, mas acho que isso não vai mais acontecer...

- Bom dia. - me comprimentou a enfermeira com a bandeja do café da manhã.

- Bom dia. - me endireitei na cama.

Como eu estava sem apetite comi apenas as frutas, olhei para o relógio e já estava em horário de visitas, me sentei na poltrona em frente a janela e fiquei admirando a vista, ouvi alguém abrir a porta mas não olhei pra ver quem era, com certeza era Jonathas, Johanna e Ju, minha mãe, o mesmo de sempre.

- Sentiu saudades? - na hora que ouvi essa voz me lembrei quem era e dei um salto da cadeira.

- Tio! - O abracei. Vi que ele não tinha mudado nadinha, ainda usava uma bermuda velha que ele dizia que era bonita e ainda tinha o cheiro de maresia.

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Pra quem não lembra o tio dela está no começo da história. Ele que a achou quando ela era um bebê.
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- Minha filha, o que ouve? - ele me olha triste.

- Ah... você lembra daquelas vezes que eu sentia que alguém me seguia? - ele assente. - então, eles voltaram. Estava tudo ótimo nos primeiros dias da adoção, só que eu comecei a sentir que voltaram a me seguir de novo, e dessa vez ele falou comigo, e como pode ver me enforcou.

- Mas você viu o rosto dele, pode denunciar!

- Sim, mas eu estou pensando mais no que ele me disse...

- O que ele te disse? - cruzou os braços.

- Disse que tem alguém me querendo de volta e que eles querem destruir minha vida. - Me sentei novamente na poltrona.

- Contou essas coisas pra mais alguém? - ele senta no braço da poltrona.

- Só pra um amigo, mas eu confio nele.

- Não devia ter contado, não sabe como essas pessoas são de verdade, não pode confiar, principalmente porque você mal conhece essas novas pessoas que entraram na sua vida.

- Eu o conheço bem tio! Ele é de confiança. - digo irritada.

- Tudo bem. Tenho que voltar pra casa agora, não fique chateada, eu volto amanhã.- ele me beija se despedindo.

PO'V on Anderson.

Acordei bem cedo e fui fazer minhas higiene matinais, coloquei uma das minhas blusas sociais de manga comprida. Depois disso fiz um novo curativo na queimadura e me arrumei pra ver a tal noiva.

Antes de ir para o restaurante almoçar com a menina resolvi ir no hospital ver se Suzy estava melhor.
Quando cheguei perguntei pra recepcionista em que quarto ela estava.

- Bom dia, Suzy Allard está em que quarto? - perguntei.

- 56, 6° andar. - ela respondeu apontando pro elevador.

- Obrigado.

Fui em direção ao elevador, subi até o sexto andar e vi um homem com cheiro de maresia sair do quarto de Suzy, ele passou por mim falando por mim falando algo suspeito no telefone.

- Por que fizeram isso com ela? Eu estou cumprindo o acordo, vocês não podiam tocar nela!

Nela quem?

Curioso peguei o celular e fingi estar fazendo uma ligação e fiquei parado ouvindo.

- Eu sei que vocês querem ela de volta mas deixaram ela comigo antes e agora não pretendo devolver ela pra vocês! - ele parou de falar e ouviu algo que o deixou irritado. - Se vocês continuarem com isso vou ir pra Polícia. Não ligo se eu for preso junto, vocês tem que pagar por tudo o que fizeram! -  Ele tem algo a ver com isso tudo! - Vocês passaram dos limites, mataram e roubaram, tudo por uma menina que vocês nem queriam mais!- ele sai do corredor quando o elevador chega e entra nele.

Entro no quarto dela um pouco nervoso a pergunto:

- Quem era aquele homem que saiu daqui e por que ele estava aqui?

- Ele é meu tio, por quê?

- Seu tio?

- Sim, por consideração que me criou alguns anos mas teve que me colocar no orfanato por falta de dinheiro.

Então o tal tio dela está envolvido nisso tudo, resolvo sair correndo atrás dele a procura de respostas.

- O quê você ta fazendo? - Suzy me pergunta antes de eu sair do quarto.

- Indo atrás do criminoso. - corro e aperto o botão do elevador várias vezes até ele abrir.

Quando chego na recepção ele já não estava mais lá, fui correndo na rua vê se ele estava na fila de algum ônibus e vi ele entrando em uma limusine.

Que merda é essa? Ele não era pobre?
Tenho que ir contar pra Suzy agora!

Antes que eu entrasse dentro do hospital alguns homens me puxam pelo braço.

- Você vem com a gente! - um homem alto gritou enquanto me puxava pra dentro de um carro preto. - Seu pai está te esperando. - me sentei no banco do carro e vi que meu pai estava lá bem furioso. Eles fecham a porta e o carro começa a andar.

- Por que estava aqui? Annie não te disse que hoje você vai conhecer sua futura esposa? - meu pai pregunta.

- Sim ela disse, mas eu não quero me casar com uma desconhecida só por causa do dinheiro dela!

- Mas vai, pelo bem da sua futura empresa.

- Você pensa tanto no futuro, isso é idiotice! - o carro para.

- Isso não é idiotice. - o motorista abre a porta. - Agora você vai sair desse carro e vai fazer a menina rica se apaixonar por você. -Olho pra ele de cara feia. -  Ah, antes de ir, o nome dela é Bianca ela se parece com a branca de neve.

- Sério? Branca de Neve?

- Quando você vê-la vai saber porque. - ele ri malicioso, e eu saio do carro.

Olho para o enorme restaurante de frutos do mar e suspiro, começo a preocurar a tal Branca de neve, não a achei do lado de fora então resolvi entrar. Quando entrei vi o lugar totalmente lotado, chamei um dos garçons e perguntei:

- Alguma menina de cabelo preto e pele branca chegou aqui?

- Bom, uma menina chegou aqui sozinha e disse que estava esperando por alguém, ela tinha o cabelo preto e a pele bem branca.

- Onde ela está?

- Lá. - ele apontou pra uma mesa perto das janelas e lá tinha uma menina muito bonita com as características que meu pai mencionou.

Fui andando até ela e quando eu cheguei ela me olhou surpresa e sorriu.

- Você é a tal noiva? - perguntei de um jeito grosso. 

- É... sou... - ela abaixa a cabeça um pouco magoada.

- Ah, Me desculpe, eu só estou de mal humor por causa de umas coisas...

- Tudo bem. - ela sorriu, me sentei na frente dela.

- Você parece mesmo a branca de neve. - Falei enquanto a olhava

-C-Como assim? - ela perguntou envergonhada.

- Não é nada. - Sorri.

Fim do capítulo 27.



Suzy A Adotada. (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora