TRINTA E SEIS - VIAJEM PARTE 5

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PO'V Suzy.

- O que você ficou fazendo o dia inteiro? - Eu perguntei.

- Eu fui ver um tio meu que mora aqui. - Anderson responde, olha pro seu braço e o esconde rapidamente atrás de si.

- Você não sabe mentir. - Eu tento ver o que ele estava escondendo de mim mas não consigo. - O que você tá escondendo aí atrás?

- Não é nada, eu vou pro meu quarto a gente conversa amanhã. - Eu o puxo pelo braço antes que ele pudesse sair e ele grita de dor, olho pro braço dele e vejo que seu casaco estava sujo de sangue.

- O-O que é isso?? - Eu perguntei assustada.

- N-Não é nada. - Ele tira a minha mão do braço dele.

- Anderson o que é isso? Me deixa ver! - Eu pego o braço dele.

- Não faz isso Suzy! - Ele pede mas eu não obedeço e levanto cuidadosamente o casaco ensanguentado dele pra ver o que tinha em baixo.

- U-Uma queimadura! - Onde você conseguiu isso? - antes que ele pudesse responder eu digo. - Não minta pra mim! - Ele me olha por um tempo e suspira.

- Eu me queimei a um tempo atrás, não é nada de mais.

Olhando para aquela queimadura lembrei do que Annie tinha me contado antes e eu tinha que confirmar se era realmente verdade.

- Anderson, você se queimou no incêndio da minha casa? - Olho nos olhos dele esperando que ele me diga a verdade, depois de um tempo ele assente com a cabeça. - Por que você estava na minha casa no dia do incêndio? Foi você que me tirou de lá?

- Sim, foi eu.

- Por que não me contou antes? - Eu pergunto começando a chorar. - Você tem sofrido com essa queimadura todo esse tempo e não me contou nada? - Ele fica em silêncio olhando pro chão. - Você salvou a minha vida! - Eu o abraço chorando.

- Eu sei. - Ele me abraça apertado.

[...]

PO'V on Johanna.

Com Suzy longe de casa as coisas ficaram muito paradas, a escola estava chata sem ela correndo desajeitada nos corredores, em casa o dia era terrivelmente tedioso, a nossa mãe adotiva, Ju, sempre me levava pra sair durante o dia pra tentar me animar mas a noite ela sempre chorava vendo a foto do falecido marido, Francisco.

As coisas com Jonathas estavam a cada dia piorando, quanto mais eu via ele com mais raiva eu ficava, nós bringávamos e ficávamos sem se falar.

(Três dias após a partida de Suzy)

Eu estava sozinha em casa de manhã me arrumando pra ir pra escola, Ju  tinha saído para resolver alguns problemas da empresa que já estava praticamente fechando por causa das dívidas após a morte de Francisco.

Eu estava sentada no sofá quando ouvi um barulho, era o som da torradeira avisando que as minhas torradas estavam prontas. Fui até a cozinha pegar as minhas torradas, mas tinha alguma coisa estranha, eu sentia como se alguém estivesse me observando pelo olho mágico da porta da cozinha. Peguei as minhas torradas e coloquei no prato, quando eu me virei para voltar pra sala a campainha toca, coloco meu prato de torradas em cima do balcão e vou atender a porta, quando a abro vejo um homem loiro com os olhos grandes esverdeados.

- A Suzy está? - Na hora que escuto a voz dele um arrepio percorre meu corpo, o reconheço, ele era o homem que tinha atacado Suzy no hotel, era o mesmo homem que eu tinha visto nas gravações das câmeras de segurança.

- N-não. - Eu respondi tantando parecer calma.

- Onde ela está?! - Ele grita derrepente e eu dou um grito assustada.

- Ela foi viajar, pra Paris. - Eu digo quase chorando de medo e ele sai correndo com raiva.

Quem será que é esse homem e o que ele quer? Como ele descobriu o nosso novo endereço? - Eu me perguntava enquanto chorava sentada no chão ainda com a porta aberta.

Limpo as minhas lágrimas, me levanto e tranco a porta. Vou para a sala e fico me perguntando o que eu posso fazer: ligar pra Ju, ou pra Polícia? Fingir que nada tinha acontecido ou me desesperar?

Enquanto eu pensava no que fazer escuto a campainha novamente, no desespero corri para a cozinha para pegar o telefone e ligar para a polícia, mas quando eu cheguei na ele começou a bater na porta e tentar abri -la, pego o telefone e tento ligar para a polícia.

- Que droga! - Eu digo desesperada ao perceber que eu tinha me esquecido o número da polícia.

- Johanna você tá aí?? - A pessoa que estava atrás da porta disse.

Não era a voz grossa do homem de antes, era a voz doce e incomparável de Jonathas. Corri e destranquei a porta, quando eu vi o semblante de preocupação no rosto dele não deixei ele me perguntar nada, o beijei aliviada por ser ele, e por ele estar ali, porque com ele eu me sentia mais segura do que com qualquer outro.

[...]

PO'V on Autora.

Mais tarde naquele mesmo dia, em uma cabana escondida na floresta afastada da cidade...

- Como você não sabia que ela tinha saído do país?

- E-Eu juro que não sabia, ela não me contou!

- Você se diz o tio dela e não sabe que ela saiu do país? - Ele permaneceu em silêncio. - Então eu acho que você já não presta mais para mim, acho melhor eu me livrar de você agora.

- Não! Por favor, não Margareth! Eu sou útil pra você e eu posso te provar isso.

- Útil para mim? Não. Para mim você é apenas um lixo, a única coisa que eu tenho para fazer com você agora é te descartar.

- Eu sou útil sim! Suzy confia em mim, eu a criei durante a infância e no orfanato eu ia visita-la. Por minha causa vocês conseguiram descobrir onde ela morava com a família adotiva, onde ela estava hospedada despois do incêndio e onde ela está morando agora.

- Não se valorize de mais, isso só vai complicar as coisas pra você. - Uma outra pessoa que estava na cabana se pronúncia.

- Não se intrometa Robert, você é apenas um ajudante. - Margareth ordena.

- Margareth por que você está assim? Você podia ter tudo, agora você tem que viver assim, se escondendo em vários países.

- Você sabe muito bem o porque disso. - Ela responde irada. - Por causa daquela menina insuportável.

- A Suzy é uma boa menina, eu tenho certeza que se você conhecesse ela mudaria de ideia.

O silêncio toma conta do lugar, e de repente... um tapa.

- Robert pode se divertir com ele, mas não o mate, não hoje...


Fim do capítulo 36.

Suzy A Adotada. (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora