''Seu vestido branco com seus olhos azuis dar cor do céu e sua pele branca igual a neve, como se ela fosse um anjo, faltava só as asas, no entanto, que bom que ela não tem asas assim não pode voar para longe de mim. ''
Novos ventos sopravam em minha vida, fazendo talvez um pequeno sentimento de nostalgia voltar, mas agora já é tarde demais. Acabei de ser transferido para uma escola nova e terei que me acostumar com isso, mesmo que seja dura essa realidade, porém entre os desafios da vida esse será apenas mais um e quem sabe nem será o mais difícil. Pensava nisso enquanto caminhava a passos lentos pelo corredor da escola com uma mochila verde em minha costa. Meus olhos azuis, que muitas pessoas diziam que lembravam o céu num dia ensolarado, hoje lembraria a chuva por estarem triste. Meu cabelo escuro capaz de lembrar minha própria sombra, talvez isso combinasse comigo no momento, afinal estou preso a uma sombra do passado.
Tinha uma pequena esperança que eu não fosse o nerd da turma por usar óculos ou pela minha maneira de se vestir: com uma camiseta vermelha escrita bazinga e por outra camisa xadrez que usava por cima, para combinar com a calça jeans azul. Bem, deve combinar. O tênis preto e branco da marca all star, sinceramente acho que dava para disfarçar meu lado nerd.
Em meio aquele cenário desconhecido, um rosto que eu conhecia muito bem seria o de Eliza, o amor da minha vida. Ela estava escorada na parede sorrindo com aquele rosto lindo e puro que me apaixonei perdidamente. Seu vestido branco com seus olhos azuis dar cor do céu e sua pele branca igual a neve, como se ela fosse um anjo, faltava só as asas, no entanto, que bom que ela não tem asas assim não pode voar para longe de mim. Aqueles fios lisos de cabelos longos caídos sobre seus frágeis ombros, sentia que num simples olhar o tempo havia congelado e meus olhos não conseguiam se desviar de tamanha beleza. Definitivamente eu a amava.
Aproximei de Eliza com meus olhos felizes por poderem admira-la. Ela apenas sorria para mim, esse sorriso indecifrável assim como seus lábios. Sem dúvida queria beija-la, por um impulsivo agir de meu corpo ou minha mente atraídos por aquela beleza unica, fez com que nossos rostos fossem de encontros com o outro e ai em meio ao meu pesadelo, um beijo de amor aconteceu como em meus sonhos, queria poder dizer.
No momento que nos beijamos, foi como se nossos lábios se conhecessem há séculos. A decepção, porém, foi grande. Não fui capaz de sentir o tocar de nossas bocas, aquele definitivamente não era o gosto que seus beijos faziam, no passado, meu corpo sair do seu controle, fui apenas capaz de sentir um vento leve e refrescante percorrer minha boca.
Ela afastou-se sem dizer sequer uma palavra, apenas com um olhar triste igual ao meu quando entrei nesse colégio, sabia que precisava fazer algo para espantar aquela tristeza dela, aproximei minha mão direita para tocar e acariciar seu rosto, só que um som atrapalhou tudo, esse som seria o toque de entrar na sala de aula. Queria ter dito algo naquele instante para ela, só que minha voz fraquejou e calou-se por completo, não conseguia emitir som algum. Os olhos que ficaram tristes agora foram os meus quando vi a garota que eu amo se virar e sair correndo pelo corredor. Queria ter ido atrás dela, porém não podia perder aula e ela já ia começar. Cabisbaixo fui em direção a sala sem olhar para trás, guardando a dor comigo.
Entrei na sala e enxerguei vários rostos cujo jamais havia visto antes, que agora começaria a ver com bastante frequência. Tentei achar um lugar vazio para me sentar, sorte minha logo na primeira fila perto da janela tinha um lugar, a mesa ao lado estava sem ninguém, isso queria dizer que poderia ficar quieto na minha e só esperar o sinal tocar para ir embora desse lugar e finalmente poder dormir para sair dessa realidade falsa de alegria chamada vida. As pessoas ficavam me olhando será que estavam achando que eu era nerd? Torci para que não. O professor entrou na sala de aula, ele era careca e usava óculos, seu corpo fino e magro, usava uma camisa xadrez cinza, desse jeito ia parecer que sou filho dele.
Que dia chato, talvez o motivo seja a chuva com sua melodia de sono ou pode ser um sentimento de estar incompleto, como se faltasse algo importante. Páginas do caderno estavam vazias, a vontade de escrever não existia e ao meu lado uma cadeira vazia que eu mesmo escolhi que estivesse assim por minha timidez ou por estar na esperança que Eliza sentasse nela, ficando ao meu lado sempre, mas eu sabia que ela estaria comigo, porque sempre ia ter uma parte do coração dela comigo.
O barulho da porta ao bater me fez sair de meus pensamentos. Olhei para quem adentrava com um ressentimento que pudesse ser alguém da diretoria e quisesse falar comigo, porque, não saberia bem dizer. No entanto foi uma garota vestida como uma rockeira: jaqueta de couro preta por cima de uma blusa da mesma cor e uma calça jeans azul rasgada. Seus olhos pareciam ser cor de mel, não conseguia reparar muito bem por causa dos óculos. O espanto veio mesmo ao notar que os cabelos dela eram escuros como uma noite resplandecente conseguia me fazer lembrar do sol dos fios de Eliza, sem duvida ambas tinham algo em comum que era um eclipse perfeito em todos os significados da verdadeira arte, até mesmo os pintores fracassariam em ser capaz de criarem algo tão belo quanto as duas, elas pareciam tão iguais porém logo vi a diferença grande entre as duas, quando ela começou a discutir com o professor por ter chegada atrasada, dizendo em voz alta e clara que ele só estava brigando com ela, por que ele não transava.
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Perdido no amor (Em Hiatus)
Ficção AdolescenteUm garoto e uma garota apaixonam-se e, no meio desse relacionamento, juram o amor eterno. No entanto, o destino é imprevisível. Uma tragédia acontece com a intenção de separá-los, porém, às vezes um coração apaixonado pode ser teimoso em desistir. L...