''Não sei qual o jogo que o destino joga com as pessoas, mas esse jogo costuma demorar para se ter um fim ''
Acordei com o barulho chato do despertador do celular, me revirei na cama devido a preguiça que pesava sobre meu corpo ainda cansado, então percebo que ainda podia ouvir o barulho da chuva, uma noticia boa pelo menos já que me encontrava sem nenhum guarda chuva para conseguir ir até aquele colégio, mesmo assim algo me dizia ser bom dar uma levantada da cama.
Caminhei até o banheiro, o mesmo por dentro era todo feito de mármore, eu sei poucos podem ter tamanha grana pra isso, só que meus pais passam viajando e ganhando grana... Isso nem sempre é bom, pois propaga uma solidão em mim... Apesar de não estar sozinho, onde quer que eu vá, Eliza sempre esta comigo. Fiz minha higiene bucal sobre aquele lavabo de material frio, combinava bem com os pisos brancos gelados do chão, ao abrir a torneira, jogo uma água em meu rosto na intenção de limpa-lo, mas também para me fazer voltar à realidade e não ficar pensando demais nela. Toda a higiene de meu rosto já tava pronta, agora me perguntava oque fazer? Nada nessa casa era interessante, um tédio entre os tédios.
Por ironia minha pergunta foi respondida com o tocar da campainha. Quem seria? Deveria ser alguém de alguma empresa querendo falar com meus pais, mais tédio? Foi meu pensamento. Desci as escadas após sair de meu quarto e abri a porta pronto para dar uma desculpa, para minha surpresa foi um garoto aparentemente da mesma idade que a minha, ele tinha olhos verdes como as folhas de uma arvore acompanhados de cabelos pretos com um penteado para o lado e um degrade de navalha. Ele sorria ao me ver com seus dedos completamente brancos, parecia um garoto propaganda daquelas marcas de pasta de dente.
-Hey desculpa vir assim de repente, você é um aluno novo não é? Meu nome é Thiago me sento lá no fundo. –Disse ele mantendo aquele sorriso esbranquiçado
Os aprendizados de tantas vidas dentro das salas de aulas me dizem que os piores alunos são aqueles que ficam no fundo. Uma amizade nessa cidade até que não seria ruim, apesar dele me dar medo por ser um aluno do fundo, penso em tentar ser ''amigável ''.
-Você repara bem hein? Sim sou o aluno novo, me chamo Louis- Falei com um sorriso falso no rosto.
-Eu sei, mas não costumo muito reparar em homens, já nas garotas. –Falou rindo de leve
-Entendi.
-Então posso entrar ou vou continuar aqui nesse banho de chuva?- Perguntou ele com uma voz debochada.
-Me deixa ver? Pode entrar sim- Respondia percebendo que tava distraído ao ponto de não perceber que ele estava se molhando na chuva
Em questão de segundos após ouvir minhas palavras ele já entrou em minha casa, mais precisamente jogado em cima do sofá preto. Percebi que para alguém que conheci faz alguns minutos, Thiago era bastante folgado, nem precisei dizer sinta-se em casa, e ele já parecia se sentir como se tivesse na casa dele. Bem sem poder fazer nada a respeito, fui até a cozinha, a área sem duvida ampla cabendo um fogão elétrico, uma churrasqueira, um forno também elétrico, um micro-ondas e um balcão grande onde ficava a pia. As paredes todas tinham a cor branca como de forma idiota pudessem dizer paz, num lugar onde nem vida existia, afinal morri há tempos, só meu corpo esqueceu-se disso. Abri a geladeira e peguei uma lata de coca-cola para tomar e me dirigi novamente a sala onde me sentei na poltrona ao lado do sofá e estava vendo Thiago jogando futebol usando meu vídeo game e minha televisão, no fundo muitos se importariam, mas eu não.
-Me desculpa não resisti, ao ver um vídeo game caro igual esse.- Disse ele com uma voz alegre
-Não tem problema. –Respondi de forma calma
-Eu vi você com a gostosa da Isadora, já pegou ela?- Falou ele rindo
-Com sinceridade não- Mantive o mesmo tom de voz de minha resposta anterior
Após minha resposta fiquei a pensar em todos acontecimentos da aula de ontem e de certa forma boas partes deles estavam ligados á ela, não sei qual o jogo que o destino joga com as pessoas, mas esse jogo costuma demorar para se ter um fim, olhando para essa sala sem vida alguma ate pouco tempo antes da chegada de Thiago, percebi o ambiente que vivemos depende da nossa natureza, a minha claramente era uma natureza morta, por mais que ele pudesse emitir sinais de vidas, naquela alegria de um simples jogar de um vídeo game, eu claramente atraia um clima de morte, sem animo para puxar assunto ou para fingir um sorriso, ultimamente só sei fingir para outros olhares o quão alegre me sinto por respirar, nem sempre a verdade é reconhecida, porem dentro de toda mentira existe uma verdade escondida.
Fiquei vendo Thiago jogar naquele futebol, ele de dez em dez minutos tentava fazer perguntas para quebrar aquele clima silencioso, no entanto todas minhas resposta criavam uma incapacidade de gerar um assunto, claramente qualquer um diria que sou antissocial, após algumas incontáveis partidas para mim, ele larga o console daquele aparelho eletrônico e ergue-se o mesmo com um rosto numa expressão de como se tivesse sem jeito de dizer algo, avisa que já passou de seu horário de estar em casa, uma certa curiosidade invadiu cada parte de mim e dei uma breve olhada no relógio em meu pulso e percebi que havia passado do meio dia, e que Thiago só parou de jogar por que claramente sua barriga sentia fome gerando um barulho nenhum pouco agradável, me levantei daquela poltrona e caminhei ao lado dele até a porta onde nos despedimos num ato de apertarmos nossas mãos, após bati a porta e fui almoçar
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-Capitulo especial pelos 100 views e 100 votos, Eu estaria mentindo se dissesse que não me deu uma alegria ao ver esses números.
-Espero que tenham gostado
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Perdido no amor (Em Hiatus)
Ficção AdolescenteUm garoto e uma garota apaixonam-se e, no meio desse relacionamento, juram o amor eterno. No entanto, o destino é imprevisível. Uma tragédia acontece com a intenção de separá-los, porém, às vezes um coração apaixonado pode ser teimoso em desistir. L...