A inesquecível desconhecida.

31 5 2
                                    

Ela entrara toda poderosa e eu fiquei sem ar,
Uma moça daquelas é difícil de se ver
Imponente e confiante. Que belo semblante!
Sentara ao meu lado praticamente.

Queria eu pedir ao motorista:
Ordene, meu caro, que todos desçam já!
Deixem-nos a sós. 
Então, como um bobo, chegaria mais perto...

Qual seria o seu nome? 
Adriana? Fernanda? quem sabe Geovana?
Não sei, não sei. Que tal Ana?
Parecia-me americana! Do norte!

Tinha cabelos curtos como Marilyn Monroe
Esbanjava sensualidade. Que covarde!
Seus lábios carnudos, avermelhados...
E um olhar intimidante. Fiquei intimidado? 

Quem sabe, quem sabe. De uma coisa sei:
O banco do lado dela me chamava.
E uma guerra dentro de mim se travava:
Coragem e timidez. Onde estava a lucidez?

Entre ruas e avenidas, esquinas e pontos,
Trocamos nós alguns olhares. Tonto!
Por que não fora logo com ela falar?
No próximo ponto quem sabe ela desce.
Nunca mais ela tu verá — Pensei.

E quase acertei; quem descera fora eu.
E ela seguira... para onde? eu pergunto.
E ainda lembro-me daquele olhar
Era deslumbrante, enfeitiçante, apaixonante...

Veja, assim ainda estou eu: apaixonado.
Fui laçado fortemente. Quem eras tu?
Ah, daria mil euros para saber... 
Uma moça daquelas é difícil de se ver.

— SOUZA, Christian.

Escrito em 11/11/17

DatilografadoOnde histórias criam vida. Descubra agora