Orexígenos

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Paris, França. XX:XX


A francesa estava sentada em uma das cafeterias em frente a tal famosa Torre Eiffel. Mexia a colherzinha em seu café, totalmente distraída. Estava sentada em uma das mesas mais distantes, quase num cantinho escondido enquanto fitava um ponto qualquer sem estar visualizando de fato. Estava preocupada com algumas coisas que vinham acontecendo nos últimos dias e cogitava sair da França nos próximos dias pelo menos até que a poeira abaixasse um pouco.

— Você fica sofrendo com dor no estômago depois mas não abre mão do café. Que coisa feia, tsc — A mulher ergueu os olhos e abriu um imenso sorriso ao ver quem falava. Olhou para os lados e ao perceber que ninguém lhe fitava, abraçou a outra mulher com um sorriso sincero nos lábios.

— Então vocês decidiram vir me ver. O que me deixa chocada é que nos ligamos pela mente e ainda assim vocês não dão as caras! Os piores amigos de um cluster que eu poderia ter — A francesa disse num bico, vendo o coreano abrir um sorriso e lhe abraçar também, ainda que não estivesse ali fisicamente.

— Levamos a sério a ideia de não se conectar por hora depois da última reunião. Não queríamos colocar ninguém em risco — Jongdae pontuou e a francesa fora forçada a concordar — Porém, me diz quando nego alguma coisa para a Tarcila.

— Você é um pau mandado, Jongdae — Brincou enquanto via a brasileira jogar os fios negros para trás dando ênfase no que havia dito — E por que a Tarci queria tanto me ver?

A garota não disse nada, apenas ergueu a mão direita mostrando o anel em seu anelar com o maior sorriso que poderia ter nos lábios carmim. A francesa levou a mão aos lábios levemente surpresa, mas logo abriu um sorriso tão largo quanto o da amiga e pulou em cima do casal, apertando-os contra seu corpo.

— Eu não acredito que meu casal vai se casar! Eu to tão feliz por vocês — Ditou animada, voltando a sua cadeira antes que chamasse atenção já que para quem visse, ela estaria sozinha.

— Não queria muito né? Mas bichinho, saiu da Coréia para o Brasil só pra ficar comigo... Tinha que reconhecer seu esforço — A morena ditou baixinho enquanto o Kim mostrava sua maior expressão indignada.

— Também não caso mais.

— Você não vive sem mim, ChenChen.

— Ai casal, nem comecem — A garota revirou os olhos e ambos riram — Mas estou realmente feliz. Faremos o casamento mais incrível do mundo! E ah... Eu tava com tanta saudades de vocês!

— A gente também tava com saudades de você, Belli.



Colorado, EUA. 20:30


Um jazz suave tocava no recinto, o chef de cozinha transitava pelo apartamento vestindo um pijama de seda cinza, os pés descalços contra o chão frio de mármore. Com uma taça repleta de vinho na mão caminhou tranquilamente até o pequeno escritório que tinha na casa, contornou a mesa de madeira e se sentou na poltrona de couro sorvendo um gole generoso da bebida. Kyungsoo tirou a pasta preta de dentro da gaveta na mesa de mogno em seu escritório, seus dedos deslizaram pela maciez dos sacos plásticos transparentes que tinha dentro. Cada saco tinha um documento diferente. De laudos periciais, a reportagens que abordavam o assassinato de seus pais, possíveis suspeitos que Kyungsoo sabia que não eram de fato os culpados, para por fim ter as fichas dos homens de fato eram responsáveis. Ali também estavam todas as fichas dadas a si pela Luna, todos os homens e mulheres que tiveram alguma participação nem que fosse mínima sequer na morte de seus pais e que encontraram o inferno por suas mãos. Ainda faltavam alguns e nem todos o jovem Do tinha uma lembrança concreta, por isso recorria a ajuda da garota hacker e seus amigos encrenqueiros, mas no meio disso tudo tinha um que não esquecera, que recordava do rosto pois fora o que lhe poupara a vida e parecia que o garoto JongIn o conhecia.

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