Neurotensina

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Texas, EUA. 10:08


Quando abriu os olhos, a primeira coisa que viu, foi um teto levemente mofado. Sentia o corpo levemente dolorido, mas tinha quase certeza que não havia qualquer osso quebrado. Aos poucos, as coisas começaram a vir em sua mente, lembrando-o dos últimos minutos que vivenciou antes de apagar de uma vez por todas. Aquilo o fizera dar um pulo da onde estava deitado levemente desesperado. Cadê a Hani?

— Ei, calma, calma! — Ouviu uma voz grossa ao tempo que sentia uma mão em suas costas, forçando-o a deitar — Você nos deu um susto, cara! Vai devagar.

— Cadê a Hani? — Preocupou-se em perguntar antes de qualquer coisa.

— Ela está bem, descansando. O Yixing falou que está tudo certo, nos dois. Só precisam realmente repousar.

— Como... Como...

— Eu achei vocês? — KyungSoo completou num meio sorriso, vendo o químico confirmar com a cabeça — Minseok falou que o carro havia capotado e eu fui em direção a vocês. Mas aí recebi uma mensagem do seu celular falando para te encontrar num motel que tem na perimetral. E lá estava você e a Hani, desacordados e com curativos superficiais.

— Mas... Isso não faz o menor sentido.

— Eu também não sei explicar o que houve. Tinha um furgão branco estacionado lá por perto, a recepcionista falou que um cara havia entrado sozinho e não tinha ideia de como vocês estavam lá. Apenas decidi tirar vocês de lá e vim dirigindo até aqui, onde achei seguro, pelo menos por hora.

— A Hani realmente está bem? — Ainda que a história fosse confusa, tudo que se resumia na cabeça do Park, era a vida da noiva. Se sentia totalmente culpado em ter colocado-a naquela situação.

— Sim, ela realmente está. Yixing aparece a cada duas horas só pra ter certeza. Não achei seguro levá-los para o hospital, mas ele esta me ajudando bastante.

— E o bebê?

KyungSoo suspirou baixo, os olhos levemente perdidos. Aquilo foi o suficiente para o um gosto amargo tomar conta do paladar do Park que nem precisou ouvir e já sabia o que aquilo significava.

— Eu sinto muito. De verdade. Mas ela perdeu o bebê.



Estrasburgo, França. 14:23


Baekhyun ainda soluçava baixinho contra o peitoral do Junmyeon enquanto o mesmo fazia um carinho suave em suas costas, falando palavras de conforto de maneira calma. Desde que soubera da perda do bebê, se sentia culpado. Como se de alguma forma, o seu descuido ao entrar na rede da empresa tivesse chamado a atenção para o Park que acabou perdendo o filho no meio dessa fuga.

Suho apertou ainda mais o garoto em seus braços, preocupado que o mesmo tivesse uma outra crise tal como outrora. O levara para emergência e não economizou um mísero euro até que o garoto tivesse um calmante para deixá-lo ao menos mais tranquilo e mesmo assim, o Byun se encontrava desestabilizado.

— Ele não dormiu? — O jogador ergueu a cabeça e apenas negou com um aceno, sem afrouxar o abraço — O remédio não devia ter feito efeito?

— E fez. Ele está bem mais calmo do que antes, mas não é como se um diazepam na veia fosse apagar tudo que tem na cabecinha dele né? Ele tem que começar um tratamento ou outro gatilho pode trazer isso novamente pra ele.

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