Silêncio Aflito...

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 A minha razão já está perdida.

Onde foi parar minha lucidez? 

Já não encontro forças para sair desse poço.

As vozes me torturam e me causam calafrios na alma.

Meu corpo não responde aos meus comandos.

Não sei onde estou.

Só sei que não quero estar aqui.

Tudo que já fui se resume a uma menina com medo do bicho papão que mora embaixo da cama.

Os meus pensamentos foram roubados.

Meu fim está próximo, sinto que isso é inevitável.

O mundo que conheci foi corroído pela ferrugem.

Só resta metade de mim, tentando lutar contra a insanidade.

A cada dia me sinto cada vez mais presa nesse cativeiro.

Sonho com o dia em que meu algoz irá negociar minha liberdade.

Eu devo estar em algum lugar aqui dentro.

Mas não sei em qual porta estou trancada.

Tudo se passa em câmera lenta. 

A guerra está apenas começando, bombas estão caindo ao meu redor.

Tudo está desabando.

Eu estou caindo.

Essa realidade invertida é o que me resta.

Tenho que sair.

Não posso morrer aqui. 


NOTAS FINAIS

Esse poema foi selecionado e faz parte da Antologia Poética do concurso internacional dos países lusófonos - Gritos Contidos 2017.

A Chuva Me Viu ChorandoOnde histórias criam vida. Descubra agora