"Talvez ele só saiba fingir tão bem quanto você."
Narração Marina*
- Tem certeza que faz mais de um ano que você não joga ?
Ele diz sorrindo, estamos no sofá, cada um de um lado, o baralho entre nossas pernas cruzadas,
- Absoluta, mas em minha defesa, antes quando eu podia jogar, eu adorava.
Ele apenas dá risada,
- Se nota, 9×3.
Olho minha cartas,
- Na verdade 10×3 , bati.
Coloco as cartas à mostra para ele ver.
- Sabe o que eu vou fazer um dia? Te levar para las Vegas , nos cassinos e fazer você ganhar dinheiro pra gente.
Eu ri, ri alto, mas ri de gargalhar.
- Bom saber que eu te divirto.
Eu limpei uma lágrima que escorria de meus olhos, e era só assim que eu queria chorar, de felicidade.
O celular dele começou a tocar e ele se levantou do sofá para atender,
- Não, não estou no hotel, - Ele bufa, - Claro que não, já entrei de férias, - Coloca a mão na cabeça,- Não, não vou voltar para São Paulo agora, Vou ficar no Rio.- Ele faz uma cara de bravo, - Depois conversamos sobre isso, tchau.
E então finaliza a ligação zangado.
- Incompetente .
Diz guardando o celular e voltando a se sentar,
- Tudo bem?
Pergunto vendo sua expressão nada boa,
- Era o investigador que eu coloquei para achar sua familia ,
Meu coração se acelera, parecia que ia sair pela boca,
- E então?
Pergunto ansiosa.
- Nada, ele verificou o bar e..
Ele para olhando para todo lugar menos pra mim,
- Continua..
Ele volta seu olhar para mim de novo,
- O motel que ele vai algumas noites e não achou nada..
Ele fica me olhando, parece que espera que eu exploda ou que eu diga eu sabia , mas não, não faço isso.
- Que bom que ele fica com qualquer uma mas longe de mim.
Luan tenta esconder um pequeno sorriso.
- Não o ama mais então?
Pergunta baixo.
- Como poderia ? Para amá lo teria que fazer muita terapia e passar por um psicólogo, a verdade é que a única coisa que sinto pelo Bruno é nojo.
Abro a boca sem querer, não havia percebido que estava com sono.
Olho para a parede e vejo as horas, 2:52 da madrugada.
- Está tarde, é melhor eu ir.
Ele se levanta e eu gostaria de convida lo a passar a noite aqui, nem que dormisse no sofá mas sei que ele ficaria melhor nas camas luxuosas do hotel e não quero arriscar , mesmo que me diga que Bruno está longe, tenho medo de que Deus me livre ele apareça.
Caminho com ele até a porta quando ele se vira para mim do nada,
- Ele tem família?
Faço que sim.
- Moram em São Paulo, seus pais, ele é filho único.
Ele não diz mais nada, abre a porta e sai.
- Então acho que é tchau né?
Diz e eu me a próximo para beijar sua bochecha quando ele se surpreende e se vira fazendo com que eu beije o canto de sua boca.
- Am, me desculpe
Ele sorri.
- Não se preocupe, boa noite.
Se vira e vai embora para seu carro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
2050
FanfictionO ano é 2050. E essa é a história de como eu conheci a mulher da minha vida e de como eu quase a perdi, a história verdadeira sobre amor e perdas, sobre o que é verdadeiro e o que é falso, sobre como uma vida pode ser planejada e ainda sim sair dos...