O fantasma da ópera - OUP

A carta para Raoul

      Na quarta-feira, uma carta também chegou ao jovem Visconde de Chagny. Ele abriu a carta, viu o nome na parte inferior e sorriu pela primeira vez naquele dia.

Prezado Raoul,

      Claro que lembro-se de você! Como eu poderia te esquecer? Venha me encontrar na quinta-feira às três horas nos Jardins das Tulipas.
      Não fique com raiva de mim, Raoul, por favor.

Christine Daae

      Raoul colocou a carta cuidadosamente no bolso. Bravo? Como ele poderia estar com raiva de um anjo? Na quinta-feira ele estava nos Jardins de Tulipas às duas horas.
      Às três e dez ele começou a se sentir infeliz. Às três e meia ele queria morrer, ou matar alguém.
      E depois... ela chegou. Ela correu pelos jardins para ele, e em um segundo ela estava em seus braços.
      "Oh, Christine!" ele disse, uma e outra vez. "Oh, Christine!"
      Eles atravessaram os jardins juntos e conversaram por muito tempo. Lembraram-se de suas felizes semanas na Bretanha, quatro anos atrás.
      "Mas por que você foi embora, Christine?" Raoul perguntou. "Por quê você não ... Escreveu pra mim?"
      Por um minuto ou dois, Christine não disse nada. Então ela disse devagar: "Nós éramos tão jovens, você e eu. Eu era apenas uma cantora pobre da Noruega, e você ... você era o Visconde de Chagny. Eu sabia que nunca poderia ser sua 'esposa'."
      "Mas eu te amo, Christine ..."
      "Não, shh. Ouça-me, Raoul, por favor. Fui para casa, na Noruega, e um ano depois, meu pai morreu. Fiquei muito infeliz. Mas voltei para a França, para Paris. Trabalhei e trabalhei no meu canto porque queria ser uma cantora de ópera. Não é apenas uma boa cantora, mas a melhor cantora de ópera em Paris.
      "E agora você é", disse Raoul. Ele sorriu. 'Toda Paris está em seus pés."
      Christine virou o rosto e não disse nada.
      "Christine" disse Raoul calmamente. "Eu quero te fazer uma pergunta. Quem foi o homem no seu camarim na terça-feira à noite? Diga-me por favor!"
      Christine parou e olhou para ele. Seu rosto ficou branco. "Que homem?" ela sussurrou. "Não havia homem no meu canarim, na noite de terça-feira."
      Raoul colocou a mão em seu braço. "Eu o ouvi", disse ele. "Eu escutei fora da porta e ouvi a voz de um homem. Quem era ele?"
      "Não me pergunte, Raoul! Havia uma voz de homem, sim, mas não havia homem no meu quarto! É verdade! Oh, Raoul, eu sou tão receosa. Às vezes eu quero morrer."
      "Quem é ele? Diga-me, Christine, por favor. Eu sou seu amigo, eu posso ajudar você. Diga-me o nome dele!"
      "Eu não posso dizer-lhe seu nome. É um segredo" sussurrou Christine. "Eu nunca o vejo, só ouço sua voz. Mas ele é em toda parte! Ele vê tudo, ouve tudo. É por isso que eu não falei com você na noite de terça-feira. Ele é meu professor de música, Raoul. Ele é um cantor maravilhoso. Eu cantei tão bem na noite de terça-feira por causa dele. Eu sou famosa por causa dele. Ele é meu anjo da música! E ele diz que ele me ama. Como posso deixá-lo?"