Jeon Jungkook
Depois que sai pela cidade sem um rumo certo, recebi várias ligações vindas de casa. Bipolar.
Às 11:00 resolvi que precisava comer, e não, não iria no café do Jimin. Hoje eu preciso de paz, e se a Eunmi sonha que eu estava lá algum dia depois da discussão dos dois, o resto do acordo que temos vai por água abaixo.
Paro em uma cafeteria qualquer, e peço um café normal e sem açúcar. Estava horrível, mas não pior que o meu dia. Dou uma olhada ao redor e vejo as pessoas no café, homens, mulheres, crianças. Quase todos concentrados o suficiente em suas funções para não perceberem que estão perdendo tanto tempo de suas vidas, não vivendo realmente.
Até ontem eu era um deles, eu não aproveitava nada , nem um segundo qualquer em algo que não fosse meus deveres de contador e meu acordo com a família Choi. Ou com parte dela.
Lembro-me do irmão da Eunmi, o melhor ser humano da família. Choi Minho. Ele nunca apoiou o nosso namoro, no início achava que era algum tipo de implicância comigo, já que ele sempre me olhava feio e não me cumprimentava quando estava na casa de seus pais. Mas por fim, depois de muita insistência da minha parte, fiz com que ele confessasse que na verdade sempre gostou de mim e que não achava justo o que os pais e irmã me faziam fazer.
Após isso nossa relação melhorou em 300%, eu gostava da companhia dele, mas então ele foi embora, e me deixou sozinho no ninho de cobras.
Adiciono um lembrete mental, " Avisar ao Minho de que consegui fugir."
Me levanto e deixo o dinheiro do café sobre o balcão, desejo um bom dia à balconista e parto em direção à minha casa.
Tenho muitas coisas lá, e se a Eunmi acha que vai acabar assim, ela está muito enganada.
Chego na mesma e respiro fundo antes de adentrá-la. Olho para os lados e vejo tudo vazio.
Caminho assim em direção a porta de entrada, procuro minha chaves nos bolsos da calça, não as encontrando. Suspiro frustado e toco a campainha.
- Oh, olá Sr. Jeon, achei que não voltaria hoje. - a Sunhee me olha meio surpresa.
- Bom, eu voltei. - entro na residência e me viro para a mulher. - A Eunmi está em casa?
- Não senhor, saiu tem uma hora mais ou menos. - ela diz.
- Okay, obrigada noona.
Subo as escadas e entro em meu quarto imediatamente, tenho que ser rápido, a cobra não fica muito tempo fora de casa, e eu preciso sair daqui antes de ela chegar.
Pego uma mala preta e de rodinhas de cima do guarda-roupa e a ponho sobre a cama. Bato a camada poeira que havia se acumulado em cima da mesma durante o tempo que não a usei e a abro vendo que havia uma sacola dentro desta.
Pego-a com um pouco de pressa e decidido que não seria nada, porém, uma foto cai de dentro da sacola e eu me abaixo para pegá-la. Paraliso ao pegá-la e reconhecer a minha mãe. Sento-me sobre a cama e abro a pequena sacola preta. Vários documentos sobre o internamento da mesma e um contrato com minha assinatura.
Começo a lê-lo devagar e minunciosamente.
As entrelinhas, as benditas entrelinhas.
"Diante deste contrato e dos termos aceitos pelo Sr. Jeon Jungkook, o tratamento para pessoas com transtorno de personalidade Borderline será totalmente interrompido se este, não cumprir suas totais obrigações para com a Srta. Choi Eunmi. Esta poderá entrar em contato com a clínica onde a Sra. Jeon Somin se encontra e pedir para que os responsáveis pela paciente não continuem o tratamento. O Sr. Jeon Jungkook, terá a o prazo de dois dias para fazer a retirada da paciente da clínica."
- Filha da puta... - falo ainda meio tonto por aquelas palavras.
- Jungkook, você por aqui. - uma voz melosa e já conhecida por mim fala da porta.
- Vim pegar minhas coisas. - digo ríspido jogando a sacola na mala novamente.
Começo a jogar algumas camisas por cima desta, na esperança de que Eunmi não tenha me vista com ela.
- Você leu o contrato, certo?! - ela diz sínica se sentando na cama ao lado na mala. - Não precisa tentar esconder, eu vi. Já liguei pra clínica, seu tempo é curto Kookie.
- Não fala comigo por favor, fica quieta e me deixa ir embora. - eu falo sentindo meus olhos encherem de água e me minha mão ter um leve tremor.
- Está com medo amor, medo de não conseguir sozinho, medo de não conseguir cuidar da sua mãezinha doente? - ela fala me deixando ainda mais nervoso
- Não me chama de amor. - falo sentindo uma lágrima escorrer por minha bochecha.
Eu não entendi e nunca irei entender esse poder que ela tem sobre mim, raramente eu conseguia me impôr.
- Amor, te chamo assim a hora que eu quiser, você me deve muito seu pequeno ingrato, sua mãe nunca se matou ainda porque eu pago o tratamento caro dela. - ela continua. - Aliás, que eu pagava.
- Eu vou conseguir um emprego e vou te provar que eu posso sim viver sem você ou sua família. - grito para a mesma e a partir daí as lágrimas desciam livremente por minha face.
- Chora criança, pode chorar. Você vai ter que fazer muito disso pra conseguir meu perdão.
- Eu não quero seu perdão, você me faz mal, faz mal a todas as pessoas. - digo ainda chorando e pondo coisas na mala.
- Precisa sim, você não vive sem mim. Eu vou te arruinar Jungkook, você não vai conseguir nenhum emprego.
- Vou sim, se você fizer algo comigo eu te denuncio, você a partir de hoje não tem mais nada a ver comigo Eunmi, está ouvindo bem? Nada a ver. - falo fechando a mala. - Vê se me esquece.
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Pior capítulo da terra, pode entrar.
Espero que tenham entendido, beijos da Carolzinha.
All the love.
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Flowers And One Coffee
FanficJeon Jungkook: Um secretário de contabilidade, que odeia seu emprego e só o faz pois precisa de dinheiro. Park Jimin: Dono de uma cafeteria e uma floricultura, ele ama o que faz. Quem diria que uma mera tempestade os faria ser felizes juntos? #Top5...