VI

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Louis arrancou a roupa, impaciente e se arrastou para a cama. O sono lhe fugia. Toda submissa que ele dominou ao longo dos anos derivou em sua memória. Mesmo Abigail tinha sido um encontro alegre. Ela tinha sido uma mulher infeliz no casamento, cujo marido disse que se ela precisava ser açoitada, devia encontrar para si mesma um dominador e deixá-lo sozinho. Como um homem homossexual, Louis havia sido uma escolha segura. Mas talvez Niall sugeriu-o para Abigail por outra razão? Fez perceber que haveria pouca conexão emocional entre eles? Oh, eles eram bons amigos, e Louis sabia como estimular Abigail durante as sessões, mas não havia nenhum sentimento duro quando o marido decidiu que ele queria jogar com ela.

Cada homem ou mulher que tinha sido dominado por Louis, foi embora com pouco ou nenhum arrependimento. Isso o deixava triste. Esta época do ano enfatizava sua falta de família, suas perdas.

Lágrimas gotejaram sobre seu travesseiro, e Louis chorou até que seu nariz e garganta doessem. Que vida vazia. O que ele ia deixar para trás? Nada. Se fosse varrido da face da terra, ninguém ficaria inconsolável. Um pouco deprimido, talvez, mas não devastado. Sua família o renegou anos atrás, convencidos de que ele iria para o inferno por suas tendências homoafetivas e desviantes. E por outras razões que Louis não iria pensar. Seus amigos estavam próximos, mas ninguém realmente abria uma brecha no muro ao seu redor. Como tinha conseguido chegar a este ponto onde enfrentava outro feriado sozinho e deprimido? Niall estava certo. Louis escolheu um desconhecido para que ele não tivesse que, mais uma vez, lidar com o fato de não poder se relacionar. Ele balançou as pernas para fora da cama e lavou o rosto. Ele poderia enfrentar mais uma sessão com Harry? Louis poderia abrir mão do poder e ser dele tanto quanto Harry afirmava ele ser dele?

Louis tinha que fazer. A alternativa era ir para casa para enfrentar Niall como um fracasso e isso ele não poderia fazer. Quando ele voltou à cama desta vez, adormeceu de imediato.

***

A névoa parecia mais grossa na terceira noite que Louis entrou no A Jaula. Lá, na frente do balcão, com o colar que ele tinha escolhido em torno de seu pescoço, estava Harry. Ele estava sem camisa, de joelhos e bonito. Longas marcas corriam de sua clavícula em suas costelas, de onde Louis arranhou-lhe a noite anterior. Harry não olhou para cima, mas Louis notou suas narinas e músculos tensos quando ele se aproximou. Harry estava tão em sintonia com ele.

— Um quarto privado, Malik. — Louis manteve seu olhar sobre sua forma rebaixada enquanto Zayn entregou-lhe uma chave.

O outro homem hesitou e Louis finalmente encontrou seu olhar. Seus olhos âmbar tinham uma pergunta e Louis balançou a cabeça.

— Eu vou seguir as regras. Se você precisar de mim para mantê-lo público, eu vou. — E ele quis dizer isso. Significa mais para ele ser parte do estilo de vida do que a fácil troca de fluidos. Zayn deve ter ouvido a sinceridade em sua voz.

— Os armários têm todas as coisas que você precisa. Há uma caixa do lado de fora da sala. Por favor, deixe-os lá quando você estiver acabado. — Os olhos de Zayn brilharam. — Os outros clientes ficarão desapontados.

Um leve sorriso ergueu os lábios de Louis.

— Eu não estou compartilhando esta noite.

O outro Domme balançou a cabeça e entregou-lhe uma rédea. Os olhos de Louis se arregalaram.

— Como você…

Zayn sorriu.

— Eu já vi esse olhar antes. Eu senti isso antes.

— Obrigado.

O outro homem acenou se despedindo, e Louis prendeu a rédea na coleira de Harry.

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