IX

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Louis suspirou e apertou os lábios.

 Isso pode ser melhor.

Em um silêncio constrangedor, Louis colocou uma jaqueta escura sobre o corpete e os jeans. Ele caminhou para a porta e Harry bateu nela para abri-la. Louis encontrou seu olhar e piscou.

— Obrigado — disse ele com uma voz firme.

O ar frio da noite virou o rosto de Louis em um vermelho escuro e ele virou a gola do casaco mais perto de seu queixo. Sua voz foi abafada quando ele disse,

— Eu não conheço muito bem São Francisco. Existe algum lugar onde podemos tomar um café tarde assim?

— Eu conheço um lugar — Harry estendeu o braço e, após um momento de hesitação, Louis aceitou e eles foram descendo a rua.

Eles caminharam juntos e Louis se maravilhou com a forma como ele se sentia diferente no meio das luzes da cidade e ruas movimentadas. Tudo parecia forte e intrusivo. O firme, musculoso braço de Harry e o calor de sua pele contrastava com o ar frio de Dezembro. Sua respiração fazia nuvens na frente de seus rostos, enquanto eles se moviam lentamente pela rua.

Pela primeira vez, Louis considerou a forma como eles pareciam juntos fora da cena do clube. Harry era alto, esbelto, sexy. Mulheres olhavam em seu caminho e os homens davam-lhe um grande espaço enquanto eles negociavam o tráfego a pé. Eles não falaram um com o outro, mas não era um silêncio desconfortável. A raiva que Louis sentia vindo dele em ondas, parecia ter dissipado pelo momento, mas ele estava bem consciente de que passou por cima de seu limite. Por que Louis fez isso? Ele tinha rejeitado-o porque Harry era perigoso para suas emoções, seu coração. Louis havia escolhido uma mulher para ficar em segurança, contido, sob controle. No entanto, a simples visão de seu rosto, ressentido com raiva, quando Harry acariciou seu pênis na frente dele, foi o suficiente para arrastá-lo de volta em sua esfera, sua alma. Harry assustava o inferno fora de Louis. De todos os homens que ele conheceu em sua vida, Harry foi o único homem que tinha chegado à caixa trancada dentro da necessidade que Louis mantinha escondida de todos. Apenas Horan tinha sequer imaginado sua existência, mas Harry abriu os cadeados e chegou dentro como se fosse o dono de Louis.

Eles chegaram a um café tranquilo e Harry abriu a porta para Louis. No interior, as luzes suaves, as decorações de Natal e feriados, a música que fluía através do lugar, lembrou Lous da intensa solidão que havia levado-o para a cidade em primeiro lugar. Enquanto eles pediam o café e sentavam-se, Louis empacotou seus pensamentos. Quanto ele devia dizer a Harry? O que Harry merecia saber? “Conhece a si mesmo”, não quer dizer “mostrar a si mesmo”.

Fazia?

Harry esperou, seus olhos esverdeados focados em seu rosto, suas mãos repousavam em sua xícara de café. Louis respirou fundo e olhou para a árvore de Natal no canto. De certa forma, não era nenhuma surpresa que ele tivesse chego a uma crise durante a época de Natal. Afinal, foi quando tudo começou. Tudo começou com a morte do seu irmão, e acabou aqui neste café.

— Quanto Malik lhe disse sobre mim?

Sua respiração aliviou para fora e Harry olhou para seu café.

— Ele me disse que você era um Domme experiente de uma pequena comunidade do norte e, era para eu ser cuidadoso.

Um punho frio apertou seu estômago, e o café quente queimou sua garganta enquanto tomava um gole.

— Por que ele te disse isso? — Era seu julgamento fodento tudo novamente?

Harry suspirou e franziu a testa, pequenas linhas que apareciam ao lado de sua boca.

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