Capítulo 07

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Logo foi esclarecido por que a ceia de Emma estava vindo farta. “Farta” para os padrões em que a mulher estava se acostumando a comer.

Dale havia explicado que os generais e comandantes de quatro províncias inglesas se reuniriam ali no dia seguinte para darem inicio aos planos de defesa.

A noite adentrava, enquanto Emma tentava armazenar em sua mente todas as informações importantes a que ela tinha conhecimento.

Repassou mentalmente todas as dezenas de vezes que presenciou uma reunião de tropas que seu pai comandara. E ao pensar no pai, levantou os olhos para a fenda horizontal que havia no topo de uma das paredes de concreto, ficando a observar a luz do luar que penetrava à cela, e as partículas de poeira que subiam em espirais pelo ar.

Seu pai provavelmente jamais aprovaria o que Emma estava fazendo. Por mais que desaprovasse o comportamento do exército francês, ele nunca trairia sua nação.

Igualmente, ele jamais quebraria as promessas que fizera a um irmão. Pensando em Frank, a mulher imaginou o que ele diria se soubesse que Emma havia ido atrás dele, e que ela não havia ficado para proteger o que restara de sua família.

O barulho das trancas de ferro se abrindo fez a mulher desviar o olhar, curiosa e apreensiva, imaginando o que Trist ou Dale estariam fazendo em sua cela em tão alta madrugada.

Porém foi o rosto de Killian que apareceu quando a porta se abriu.

Sem registrar exatamente o que estava fazendo, Emma se levantou imediatamente.

- Boa noite. – Killian entoou sua voz grave.

Emma permaneceu calada, estupefata pela presença do comandante. Ela reparou que sua blusa comprida branca estava estufada, o que a fez pensar que ele ainda usava bandagens por seu ferimento recente.

Havia pouco mais de uma semana que Emma não via Killian, e curiosamente, agora ela se sentia intimidada pela sua presença.

Killian também não parecia a vontade, e encarou a mulher de volta, esperando que ela falasse algo.

- Está se curando? – Emma perguntou baixinho, indicando a lateral do corpo de Killian.

- Estou bem. – ele respondeu assentindo formalmente.

Então ele pigarreou, e disse algo que deixou Emma momentaneamente de pernas bambas:

- Vim te convidar a um passeio.

A garganta de Emma se travou, enquanto ela abria a boca sem conseguir emitir nenhum som.

- Uh... C- Como?

Killian não demonstrou nenhum sinal de insegurança, apenas observou a mulher tentar formar uma frase completa.

- Eu não posso sair da cela. – ela balbuciou – Está louco?

Killian esboçou um pequeno sorriso, quase invisível naquela escuridão de dentro da cela.

- Sou comandante, Emma. Lhe dou permissão para caminhar comigo esta noite. Não quer sair e andar livremente sem nenhuma corrente te incomodando?

O corpo inteiro da mulher tremeu de excitação só de pensar naquela possibilidade.

Há quanto tempo não podia aproveitar o ar puro, flexionar as pernas, observar a imensidão do céu, sem sentir nenhuma dor, ser cutucada, ou ter alguém gritando
consigo?

- Vamos. – Killian disse ao observar o rosto da mulher e perceber toda a agitação que passou por seus traços.

Ele abriu a posta de ferro que rangeu, e olhou para os lados.

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