Logo foi esclarecido por que a ceia de Emma estava vindo farta. “Farta” para os padrões em que a mulher estava se acostumando a comer.
Dale havia explicado que os generais e comandantes de quatro províncias inglesas se reuniriam ali no dia seguinte para darem inicio aos planos de defesa.
A noite adentrava, enquanto Emma tentava armazenar em sua mente todas as informações importantes a que ela tinha conhecimento.
Repassou mentalmente todas as dezenas de vezes que presenciou uma reunião de tropas que seu pai comandara. E ao pensar no pai, levantou os olhos para a fenda horizontal que havia no topo de uma das paredes de concreto, ficando a observar a luz do luar que penetrava à cela, e as partículas de poeira que subiam em espirais pelo ar.
Seu pai provavelmente jamais aprovaria o que Emma estava fazendo. Por mais que desaprovasse o comportamento do exército francês, ele nunca trairia sua nação.Igualmente, ele jamais quebraria as promessas que fizera a um irmão. Pensando em Frank, a mulher imaginou o que ele diria se soubesse que Emma havia ido atrás dele, e que ela não havia ficado para proteger o que restara de sua família.
O barulho das trancas de ferro se abrindo fez a mulher desviar o olhar, curiosa e apreensiva, imaginando o que Trist ou Dale estariam fazendo em sua cela em tão alta madrugada.
Porém foi o rosto de Killian que apareceu quando a porta se abriu.
Sem registrar exatamente o que estava fazendo, Emma se levantou imediatamente.
- Boa noite. – Killian entoou sua voz grave.
Emma permaneceu calada, estupefata pela presença do comandante. Ela reparou que sua blusa comprida branca estava estufada, o que a fez pensar que ele ainda usava bandagens por seu ferimento recente.
Havia pouco mais de uma semana que Emma não via Killian, e curiosamente, agora ela se sentia intimidada pela sua presença.
Killian também não parecia a vontade, e encarou a mulher de volta, esperando que ela falasse algo.
- Está se curando? – Emma perguntou baixinho, indicando a lateral do corpo de Killian.
- Estou bem. – ele respondeu assentindo formalmente.
Então ele pigarreou, e disse algo que deixou Emma momentaneamente de pernas bambas:
- Vim te convidar a um passeio.
A garganta de Emma se travou, enquanto ela abria a boca sem conseguir emitir nenhum som.
- Uh... C- Como?
Killian não demonstrou nenhum sinal de insegurança, apenas observou a mulher tentar formar uma frase completa.
- Eu não posso sair da cela. – ela balbuciou – Está louco?
Killian esboçou um pequeno sorriso, quase invisível naquela escuridão de dentro da cela.
- Sou comandante, Emma. Lhe dou permissão para caminhar comigo esta noite. Não quer sair e andar livremente sem nenhuma corrente te incomodando?
O corpo inteiro da mulher tremeu de excitação só de pensar naquela possibilidade.
Há quanto tempo não podia aproveitar o ar puro, flexionar as pernas, observar a imensidão do céu, sem sentir nenhuma dor, ser cutucada, ou ter alguém gritando
consigo?- Vamos. – Killian disse ao observar o rosto da mulher e perceber toda a agitação que passou por seus traços.
Ele abriu a posta de ferro que rangeu, e olhou para os lados.
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If Tomorrow Comes
Romance[FINALIZADA] O quão injusto é o fato de que uma parcela de sua felicidade, está no mesmo lugar que está sua ruína? Fanfic Adaptada, originalmente escrita por Roberta Franco - Fanfic Obssesion.