Capítulo 09

185 15 23
                                    

Emma estava cansada quando se sentou em sua cela solitária e escura. Havia um copo de barro com água, dois pedaços de pães e uma metade de uma beterraba em um prato sujo. Ela se sentou em frente a refeição e comeu tudo.

Adormeceu instantaneamente, exausta pelo dia. Mas acordou um tempo depois com o barulho das trancas de ferro.

Não se surpreendeu ao ver o rosto de Killian, e antes que pudesse se refrear, ou pensar o quão estúpida estava sendo, ela abriu um sorriso verdadeiro.

Parece que se sentia mais intima dele depois de tudo que ouvira de Erin mais cedo. E não pode se impedir de sorrir mais ainda, quando Jones murmurou um “saia em silencio”.

Emma o seguiu apressada, e dessa vez não escorregou na lama em frente o portão lateral que saía das masmorras. Killian estava a sua frente, e parou logo depois para esperá-la chegar até ele.

Eles caminharam um ao lado do outro, sem dizer nada, como se esse outro passeio já estivesse programado pelos dois de uma forma estranha e psíquica.

Emma ouviu a música no feudo. Eles ainda estavam comemorando a safra farta! Ainda haviam pessoas por ali, era extremamente perigoso.

- Não se preocupe. – Killian disse quando ela lhe expressou seus pensamentos – Eles estão ocupados, e não freqüentam onde nós estaremos.

E para a surpresa de Emma, eles seguiram pelo caminho que a mulher seguira mais cedo, e em um tempo depois, eles estavam em frente o lago no qual Shaunee queria entrar.

Emma pensou nela, e pensou no quanto o lago estava bonito à noite, tendo o reflexo da lua desenhado em sua superfície ondulante.

- Pensei que você também gostaria de se banhar.

Emma arregalou os olhos quando ouviu Killian dizer isso.

- O que? – ela perguntou nervosa.

- Percebi seu olhar ao lago, e logo depois como você olhou para si mesma, e para o lago novamente. – um sorriso mínimo e quase invisível nasceu no canto dos lábios de Killian. – Lhe trouxe aqui hoje para isso. Mas não se preocupe, não vou olhar. – e apontou para uma pedra na lateral, onde ele caminhou e se sentou, de costas para a pedra, de costas para o lago.

Emma ainda estava estática, tentando entender que Killian realmente queria dizer aquilo, mas era surpreendente demais para ela. E ela percebeu que surpreende-la já era uma das especialidades que Killian tinha.

A mulher, porém, continuou parada encarando o lago, tentando decidir o que fazer, no que acreditar.

- O que te impede, Emma? – Killian perguntou ali perto.

Ele não olhava para ela. Continuava sentado com as costas escoradas na grande pedra e encarava exatamente a floresta à sua frente, deixando claro que ele não pretendia se virar para espiar Emma.

A mulher voltou a olhar para a água, e se aproximou devagar, encostando a mão na superfície. A temperatura estava morna, dando uma sensação familiar a sua pele, fazendo cada parte de seu corpo desejar entrar naquela água. Ela olhou mais uma vez para a pedra onde Killian estava, e pelo ângulo de sua visão ela não conseguia vê-lo, e ele não conseguia vê-la.

Silenciosamente, ela desabotoou o vestido, e o retirou completamente de seu corpo. O deixou ali perto, e pulou as gramíneas ao redor do lago. Entrou rapidamente no lago, não querendo se demorar ali, e foi invadida por um incrível sentimento de relaxamento quando sentiu a água tocar sua pele. Fechou os olhos, mergulhando na água, molhando o cabelo, e logo depois respirando fundo. Nada podia ser melhor. Ela passou a mão pelo cabelo, tentando desembaraçar os fios, e passou um bom tempo fazendo isso.

If Tomorrow ComesOnde histórias criam vida. Descubra agora