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— Que foi? - pergunta Flynn quando me vê fazendo careta. Christopher acabou de me mandar uma mensagem, e por mais que eu queira muito responder, não consigo. Ainda estou chateada com ele pela a noite passada.

Estava tudo indo bem, até ele achar que seria uma boa ideia me usar para fazer ciúmes para a ex dele. Se eu soubesse que isso iria acontecer não teria aceitado o convite dele.

— Não é nada. - digo bloqueando o celular. Flynn não sabe que sai com o Christopher e muito menos que teve beijo.

— Sua cara me diz outra coisa. - ela cerra os olhos e respiro fundo. Flynn é a minha melhor amiga, claro que ela iria notar algo de errado. — Então, você vai me contar o que passa ou vou ter que procurar saber? - ela cruza os braços.

— É o Christopher. - digo por fim.

— O que ele fez? - pergunta e me sento ao seu lado. Resumo toda a história para ela.

— O quer que eu faça? - pergunta me encarando. Ela está com uma cara de quem quer matar um. Christopher, para ser mais exata. — Quer que eu corte o pau dele fora?

— Não. Não quero que faça nada. - respondo.

— E o que você vai fazer? - pergunta. — Porque ele está vindo logo ali. - ela aponta para a janela, onde vejo Christopher descendo do carro.

— O que... Não, não quero saber. - me levanto, mas Flynn me faz sentar novamente.

— Você não tem que sair, essa casa é sua e não dele. - ela diz séria. — E outra, se ele veio conversar sobre ontem, no mínimo que você tem que fazer é escutar primeiro e aceitar um chute no meio da pernas dele depois. - a campainha toca e ela vai atender. — Amiga, estou indo. Qualquer coisa me liga. - ela grita e Christopher aparece no meu campo de visão.

— Lana... - fico em silêncio enquanto ele se aproxima.

Tento parecer o mais natural possível, mas por dentro estou tendo um pequeno surto. Sei que não temos nada e que não sou tão importante para ele, mas o que ele fez comigo foi baixo e isso.

— Se veio atrás do Richard, ele não está. - digo cruzando os braços e encaro a televisão. Não faço a mínima ideia do que está acontecendo na série que está passando, mas acho melhor olhar para a tela do que para ele. Não quero chorar na frente de Christopher.

Christopher

— Você não responde as minhas mensagens. - digo olhando para Lana.

— Ah. - ela diz com uma expressão de tédio. Me sento ao seu lado.

Ontem fomos ao cinema e fiz a maior idiotice da minha vida e me arrependo muito por isso.

— Quero me desculpa por ontem. Fui um idiota e...

— Me usou. - diz.

— Não quando estávamos assistindo o filme. Os beijos que demos antes não foi enganação. Foi real. - digo. — Tão real, que estava pensando em prolongar o nosso passeio para eles continuarem. Mas quando vi a minha ex, não pensei direito. Só quis mostrar para ela que estava seguindo a minha vida, e que por mais que eu tenha gostado dela no passado, ela não é mais nada para mim.

— Se você tivesse me contado que ela estava atrás da gente, eu teria te ajudado.

— Eu sei. Mas como eu disse, eu não pensei direito. - digo olhando para o chão.

Ela não diz nada, e eu muito menos. Não sei mais o que falar para que ela acredite em mim.

— Sua amizade e muito importante pra mim. - digo depois de alguns minutos em silêncio. — Você é a única pessoa, sem contar os meus amigos, que eu posso ser eu mesmo. Você não acha um idiota.

— Nunca te disse isso. - diz ela com um pequeno sorriso no rosto. — Eu te acho um idiota, mas não digo porquê sei que você pensa o mesmo de mim.

— No começo eu não pensava, mas depois que te ouvi cantar comecei a suspeitar. - brinco e sorriso quando escuto sua risada.

— Cara, eu queria te matar.

— E o que fez você mudar  de ideia? Foi a minha beleza? - empurro ela com o ombro.

— Me perguntei se valia mesmo a pena perder meu réu primário por sua causa, mas aí parei ora pensar e vi que um dia meu plano de sequestrar o Jude Bellingham pode dar certo e possivelmente posso ser presa por isso, então achei melhor usar neste caso e não por ter te jogado de uma escada ou ter quebrado suas duas pernas e os braços. - diz e rio para esconder o medo que sua última palavra me causou.

— Então, você me perdoa? - me aproximo.

— Não deveria, mas Seu Madruga diz que as pessoas boas devem amar seus inimigos, então... - a puxo para um abraço, mas quando me dou conta de uma coisa me afasto.

— Espera. - a encaro. — Sou seu inimigo?

Mensagem - Christopher VelezOnde histórias criam vida. Descubra agora