Capítulo 16

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O último capítulo foi curtinho mas valeu muito a pena.

O que acharam da nova capa? *-* Deu um trabalhão para encontrar essa imagem maravilhosa!

O cap 15 foi bem triste.

Vocês devem estar me odiando agora. Mas é um mal necessário.

Saibam que chorei escrevendo o começo desse capítulo, ele realmente mexeu comigo.

Aproveitem!



Faz três dias que não saio do quarto.

Não comi nada nesse meio tempo e nem me importo. Eu só quero ficar deitada, relembrando cada mísero segundo daquele dia.

De quando eles entraram pelas janelas e eu chorava e gritava, quando a mesma mulher que fora me buscar na Elite sorriu para mim e disse: - Eu avisei.

De quando eu soquei o rosto dela até os Vigilantes aparecerem e me tirarem de cima da mulher. Não paro de reviver a imagem dela desacordada no chão e do meu pai, morto logo a frente.

Ele não era meu pai.

Revivo a lembrança dos guardas da Base me segurando, de como eu me debatia, até que um dos quatro me algemou e me jogou num terre. Dentro dele estava a Instrutora Greta e o Senhor Andrês. Greta olhou nos meus olhos e vi algo incomum, eles pareciam ter um formato de prisma, quando eu percebi, já estava adormecendo.

Acordei numa cela. Acorrentada pelas mãos, pés e pescoço, me sentia sufocada. Lince estava lá, me lançando seu melhor olhar de desaprovação. - Está feliz? - ela debochou. - Vai ter que conviver com essa culpa agora. A primeira pessoa morta em seu nome, bem vinda a Base dos Militantes, Scarllet. - ela sorriu cruelmente. Chorei como uma criança, me sinto uma órfã, apesar de ter acabado de descobrir que o homem que morreu não era meu pai biológico.

O segundo encontro foi com Andrês Sofizzener, ele sentou se numa cadeira, apoiando o queixo na parte das costas. - É assim que se desfazem acordos. - ele riu. Tive vontade de chorar, de me vingar. Pensei que fossem fazer algo comigo mas a única coisa que fizeram foi me dar um jantar, no qual nem sequer toquei, e me mandar para o dormitório. Não tive uma punição, aquela já fora suficiente.

Olho para o teto cor de carmim, não tenho vontade de nada. De levantar, de chorar, de viver, de morrer, de qualquer coisa, parece até que estou entrando em coma de novo, mas um coma de sofrimento.

Depois de três longos dias alguém toma coragem de abrir a porta.

- Seria muita idiotice perguntar como você está? - Josh adentra o quarto e fico um tanto surpresa, mas logo volto ao estado inicial onde o único sentimento habitante no meu coração é tristeza.

- Sim. - respondo por educação, quero mais é que ela vá embora.

- É muito tarde para terminarmos nossa conversa? - ela pergunta acanhada.

- Sim. - minha resposta monossilábica não a faz ir embora. Josh senta na ponta da cama, ela está usando um moletom grande demais para ela, não duvido que o espartilho estranho esteja por baixo dele, usa uma calça bem simples, e está descalça.

- Vai embora. - mando e ela balança a cabeça num "não." Viro de bruços, ela não pode ver meu rosto choroso assim. 

- Eu sinto muito. - ela fala con pesar, dá um longo suspiro em seguida. - Eu também tinha alguém, alguém que foi morto por minha causa.

Me viro para ela com uma pontada de curiosidade, ainda que todos os meus sentidos me mandem ignora-la até que vá embora, essa pequena fagulha me faz prestar atenção.

As Crônicas de Rayrah Scarlett: Mistérios em Mondian [RETIRADA EM 25/01/22]Onde histórias criam vida. Descubra agora