Capítulo 27

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Leiam ouvindo a musica!
:D


Estou nervosa. O vestido arrasta no chão a cada passo que dou, os saltos por sorte são confortáveis.

Estou esperando Kadash, teoricamente, as mulheres que deveriam se atrasar, mas todos sabemos que na prática é o extremo contrário. O Helicóptero já está com os motores ligados e nada do príncipe chegar.

Ao longe, vejo ele entrando na pista, suspiro um "Finalmente!" e sorrio para ele. Ele para por alguns segundos antes de entrar, olhando para mim e eu fico vermelha como um tomate.

- Você está perfeita. - ele diz prendendo o cinto de segurança.

- E você também não está nada mal. - rio, ele usa um smoking azul impecável, o cabelo loiro penteado para trás, a gravata preta perfeitamente alinhada, os olhos azuis de um jeito que eu nunca havia visto antes.

O helicóptero decola e eu fico ainda mais nervosa. O meu vestido invade o espaço todo do banco, e é muito longo, eu realmente não gosto de vestidos.

- Desculpe por ter que usar isso. - ele percebe meu desconforto. - É um baile de gala idiota, um costume que infelizmente eu não posso extinguir.

- Tudo bem. A noite será ótima. - digo confiante.

- Espero que esteja certa. - ele sorri e parece um pouco apreensivo.

- O que foi? - pergunto estranhando.

- Nada.

- Está pensando em algo. Preocupado com o que? - pergunto sem alterar a voz.

- Não sei. - ele remexe as mãos inquieto - Voltar, eu acho. Todos aqueles olhares sobre mim de novo. Procurando os erros como cães procuram a caça. - ele suspira e põe as mãos no rosto. O helicóptero pousa suavemente, uma limousine nos espera e meu queixo cai. Ela é branca e parece ter três metros de comprimento. Um chofer simpático abre a porta e me elogia, agradeço e entro. Por dentro a limousine mais parece um hotel; bancos macios, TV de plasma, um freezer pequeno com bebidas, petiscos...

- Nunca andei de limousine... - sussurro animada.

- Você vai gostar. - Kadash sorri e entra também.

O príncipe pega uma taça e serve algo como vinho.

- Aceita? - ele sugere.

- Nunca bebi. - digo com uma pontada de vontade de provar.

- Então devia experimentar. - ele me entrega a taça e pega outra para si. Está quase cheia. - Você vai gostar.

Bebo um gole, o gosto é um tanto diferente, claro, nunca provei. Mas é bom, entendo porquê apreciam tanto. Bebo outro gole.

- Não beba demais, não vai poder aproveitar a festa se estiver bêbada. - ele sorri e eu me lembro do desagradável dia que acordei depois da noitada no Bunker.

- Não deixe isso acontecer. - peço com uma risada.

- Pensei numa coisa. - ele diz tomando um gole de vinho - Lembra-se da nossa primeira conversa na Base?

- Quando eu mandei você parar de encarar os outros? - franzo a testa.

- Não! - o príncipe exclama - Não essa. Quando você estava me mostrando a Base. - ele diz baixinho.

- O que tem?

- Eu sou um tremendo hipócrita - ele põe os pés no banco. É uma limosine de luxo! - Falei que você deveria escrever seu destino. Mas nem eu mesmo posso fazê-lo. Achei que todos podíamos escolher o que vamos ser e fazer. Mas olha só... estou indo conhecer a noiva que escolheram para mim. Diplomacia. Um saco. Não escolho nem com quem vou me casar.

As Crônicas de Rayrah Scarlett: Mistérios em Mondian [RETIRADA EM 25/01/22]Onde histórias criam vida. Descubra agora