cap 1.

80 12 32
                                    

Isso só pode ser um sonho. Uma miragem que minha dor de cabeça está me fazendo ter.

Mark e eu nos conhecemos quando entrei para a faculdade. Ele fazia Administração, porque pretendia assumir os negócios da família um dia, e eu Turismo. Começamos a namorar um mês depois e foi maravilhoso, eu realmente achei que seríamos aquele tipo de casal que se casa depois da faculdade e vive feliz para sempre. Ou até que o Alzheimer chegue.

Mas não! Um mês depois de ele me pedir em casamento, o desgraçado terminou comigo. A desculpa?  Ele estaria ocupado demais cuidando dos negócios de família e não teria tempo para mais nada, inclusive para mim.

“— Eu não quero te machucar, então é melhor terminarmos agora enquanto existe amor e respeito um pelo outro.”

Foi o que ele disse. Mas me machucou... e muito!

O negócio é que eu sabia que ele era viciado em trabalho, mas não achei que ele terminaria comigo por causa disso.

Quantas vezes eu nos imaginei brigando por ele chegar tarde demais em casa, eu gritaria na cara dele que ele não me dava atenção o suficiente, que não me amava mais, que até mesmo teria uma amante. Brigaríamos feio, mas no dia seguinte ele viria até mim e diria que estávamos saindo de férias, só eu e ele, para me recompensar pelo sofrimento que ele me fez passar. E com um beijo apaixonado, ele diria que me ama e tudo ficaria bem...

Só que isso nunca aconteceu. Terminamos, ele desapareceu, perdi contato até mesmo com sua família, o que foi melhor assim. Porque peguei tanto ódio por ele que seria provável que eu também odiasse a sua família.

Então me mudei para Aspen e consegui superar aquele fatídico dia.

Achei que Aspen seria o lugar perfeito para fugir de tudo, inclusive do meu passado horroroso.
Quer dizer, tanto lugar no mundo, claro que não nos encontraríamos mais. Qual é, aqui é Aspen, o que ele viria fazer aqui? Logo aqui! Ele nem gosta de frio!

Bem, o problema é que ele veio.

Olha só, é o meu passado batendo na minha porta. Ou melhor, colocando-a a baixo.

— Oi, Lisa.- Mark responde com um sorriso fraco.

— Ai.- gemo.- Eu preciso de um analgésico urgente.- levanto cambaleante e corro pra cozinha.

Vejo que o Denzel me segue.

— Hei, você está bem?

Não respondi.

Estou ocupada demais procurando o remédio e tentando não derrubar o copo de água.

Encosto no balcão e tomo a água toda de uma vez, o que me faz ficar com vontade de vomitar.
Ficamos em silêncio por um tempo, até que Den se aproxima de mim e me faz encara-lo.

— Lisa, fala alguma coisa.

O encarei e soltei um longo suspiro.

— oque ele está fazendo aqui? - finalmente consigo falar, tendo a certeza que não vou colocar tudo pra fora.

— como assim? Eu te disse ontem que ele viria para cá.

— disse?

— sim, eu e a Leigh conversamos com você.

— eu não me lembro de conversa nenhuma.

— você até disse que estava tudo bem, que não se importava mais com ele. “Quem é Mark? Eu nem lembro mais quem é aquele gostoso traidor”.- deu de ombros.- Palavras suas.

— quando eu disse isso?

— logo depois que você subiu no sofá e ficou dançando que nem louca. Aí você caiu.

Quando em AspenOnde histórias criam vida. Descubra agora