cap. 13

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Lisa.

Ter minha mãe como hospede na minha casa, era como ser obrigada a participar de um reality show sobre fofocas, onde o apresentador faz comentários sobre a sua aparência constantemente.
E saber que durante essa mesma semana Denzel decidiu ficar por uns dias na casa da Leigh, não me ajudava em nada.

Na manhã seguinte à chegada dela, para minha sorte eu não precisava trabalhar, mas quis sair cedo de casa mesmo assim e arrumei oque fazer para passar menos tempo com ela me criticando.

Para Mardge Reed tudo na minha vida estava errado, a começar pela minha amizade de anos com Denzel e o fato de morarmos juntos mas nunca termos namorado.
Ela acha imprescindível que eu esteja vivendo perto de um homem lindo e competente a ser um pai de família, mas que queira continuar sendo apenas meu amigo.

Porque na cabeça dela, sou eu que exijo isso.

Mamãe também nunca aceitou o fato de ele começar a namorar a irmã do Mark, e isso se alastrou quando Mark e eu terminamos.
Sua inconformidade ficou tão grande que eu tive que cortar relações com ela e evitar que viesse aqui para passar os natais, já que ela só sabia criticar o meu ganho de peso e minha aparência inferior à Leigh que sempre foi magra e esguia.

Na cabecinha pequena dela, Denzel não me quis porque eu sou gorda demais para namorar um cara que modela.

Outro assunto do qual ela adora alfinetar, mas sobre esse eu já alertei que não era do alcance dela se intrometer na profissão alheia.
Ainda mais quando essa profissão nos ajuda a pagar as contas e nos mantém no luxo que é viver em Aspen.

Enfim, os próximos sete dias com ela na minha cola tinham tudo para ser um completo inferno, mas como eu não poderia fugir disso, resolvi agrada-la do melhor jeito que pude.

Saí cedo no sábado e passei no mercado, Mark deveria estar dentro do escritório cuidando da parte administrativa, então eu escolhi minhas coisas, enchi minha cesta e fui para o caixa.
Comprei tomates e algumas folhas verdes, legumes, pois sei que ela vai fazer um escândalo se não ver uma salada naquela casa, e também um saco de laranjas.
Peguei um pote de pickles grande também, pois sou humana e mereço um agrado, afinal de contas pickles não era ruim e ela não poderia ficar brava porque eu não escolhi nenhum chocolate.
Terminei minhas compras e quando estava terminando de ensacar tudo, ouvi uma voz familiar chamar por mim.

— Lisa!

Virei o rosto por cima do ombro e vi Justin acenando do meio da fila, ele sorriu e eu devolvi o sorriso sem muito ânimo só para não deixa-lo no vácuo, mas minha vontade era de fingir que eu não o conheço.

Depois da passada estratégica do primo dele na minha casa, bem na hora que minha mãe resolveu dar as caras, ele não pareceu um partido tão ruim assim.
E ela passou a noite toda falando em como ele era educado e bonito.

Segui para fora com minhas sacolas e antes que eu pudesse chegar até a calçada, ele surgiu ao meu lado parecendo animado.

— oi, e aí?

— oi.

— veio fazer umas compras?

— só o básico, minha mãe vai passar uns dias por aqui.

— hm, ela parece legal. Gostei de conhece-la ontem.- sorriu.

Então era o único no mundo.
Sorri sem ânimo.
Tentei disfarçar meu desânimo e me apressei em ir embora.

Quando em AspenOnde histórias criam vida. Descubra agora