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IM CHANGKYUN P.O.V

  ❄ SEIS ANOS ANTES

  Joguei tudo apressadamente dentro da caixa de papelão sem se importar se elas ficariam inteiras, só quereia acabar o mais rápido possível para sumir dali.

— você poderia pelo menos se despedir?

  Minhyuk entrou pela porta destrancada sem nem se dar o trabalho de bater.

— Hyung...

Falei.

— Como você pode ser tão covarde? Vai embora assim?

— É! Vou. Desculpa não ser tão forte que nem você mas ela é minha irma! Eu não posso simplesmente ver as pessoas à esquecerem aos poucos e me cumprimentaren sorrindo! Eu não vou aguentar os elogios que vão fazer com falsa compaixão. EU NAO VOU AGUENTAR AS PESSOAS SENTIREM PENA DE MIM E DIZEREM PARA EU FICAR BEM.

  peguei a caixa bruscamente passando por ele e a jogando no porta-malas.

— Mas alguma coisa?

  Perguntei para ele borbulhando e tendo que deixar meus sentimentos irem de algum modo para fora. Sinto muito ele ter sido a última gota para tudo transbordar. Entrei no carro pisando no acelerador decidido a parar na próxima cidade que aparecesse na minha frente.

  Não tenho para quem voltar mesmo.

LEE HYE SUN P.O.V

  Me revirei no pequeno espaço que o sofá fornecia para o meu corpo e puxei a coberta até meu queixo tentando conseguir pegar no sono.

   Eu estava com um sentimento horrível que formava um nó na minha garganta.   O vazio que eu sentia na minha memória só piorava tudo e me deixava ansiosa. Não saber me causava dor de cabeça e saber que eu sou a chave inútil para um assassinato em série só fazia eu me sentir pior.

  Me revirei mais uma vez respirando fundo e tentando esvaziar minha cabeça.

[...]

  Acordei com os barulhos abafados que Minhyuk se esforçava para diminuir, a luz iluminava toda a sala e cozinha, será um belo apartamento quando estiver arrumado.
  Ainda deitada olhei na direção da cozinha onde Minhyuk pegava seu café da manhã, a parte superior do seu corpo estava descoberta, era estranho saber que ele não tinha mais 18 anos. Seu olhar encontrou o meu e ele sorriu.

— Ei! O que você está olhando? — Ele deu uma risadinha. — Dormiu bem?

  Assenti, mesmo que fosse mentira eu não queria preocupá-lo. Levantei do sofá me alongando.

— Você tem que ir para faculdade? — Perguntei sem um pingo de vontade de ficar sozinha.

— Eu já faltei ontem, pelo menos estou quase de férias. — Ele fez bico indo para seu quarto colocar uma camiseta.

  Olhei para baixo vendo as roupas largas de Minhyuk.

— Onde estão minhas roupas?

  Ele saiu de lá, desta vez vestido e parou na minha frente.

— Tenho uma boa e uma má notícia.

— Pode falar.

— A boa é que está em um lugar acessível, a má... É que está na casa da minha mãe.

Olhei para ele visivelmente chateada.

— Mesmo eu sendo sequestrada ela não vai me dar um desconto.

— Para ela, isso é culpa sua. Mas eu falo para Kihyun me fazer o favor de levar ela para o Médico enquanto eu vou buscar. Não se preocupe. — Sua expressão mudou para amargura assim que mencionou Kihyun.

— Para o Médico?

Perguntei.

— Ela foi diagnosticada com Alzaighmer ano passado.

  Coloquei a mão na cabeça esperando que o zumbido em meu ouvido diminuísse.

— Você está bem?— Minhyuk se apoiou em minha perna.

— Estou, só um pouco de dor de cabeça.

— Quer um remédio.

— Não, eu estou bem. — sorri para ele.

— Preciso ir para a faculdade antes que eu me atrase.

— Eu vou ficar bem... Só por curiosidade qual é a faculdade?

— Preparada?

— Fala logo. — Falei animada.

— Yonsei.

— Não brinca!

Abracei ele animada e orgulhosa.

— É uma das melhores faculdades da Coréia!

  Desfizemos o abraço, eu ainda estava sorrindo.

— E eu vou levar uma advertência se eu me atrasar.

— Boa aula!

[...]

YOO KIHYUN P.O.V

  Bati a porta do carro, entrando no Campus e dando de cara com Minhyuk, tive a infelicidade de estudar no mesmo lugar que ele.

— O que você quer? Fala logo.

— Como sempre, um doce.

Ele falou com um sorriso.

— Fala logo antes que eu desista de prestar atenção.

Falei revirando os olhos.

— Pode levar minha mãe no médico para que eu possa pegar as roupas de Sunny? 

— Você tinha que deixar lá?

— Queria que eu deixasse aonde? Com você?

  Ele falou como se aquela hipótese fosse absurda, soltei uma risada irônica olhando para ele com amargura ainda descontente sobre ela estar ficando com ele.

— Vai fazer esse favor ou vai deixar que Hye Sun continue a usar minhas roupas e deixá-las com seu cheiro?

  Ele falou tentando me incentivar, a única coisa que isso incentivou foi minha vontade de socá-lo sempre que o vejo.

— Tá, vou fazer isso por você.
 
  Falei ironicamente fazendo Minhyuk rir e dar meia volta em direção do seu curso.

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