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HYE SUN P.O.V

— Tenha uma boa tarde, Hye Sun. obrigada pela cooperação.

  Hoseok cumprimentou Minhyuk com um sorriso que não foi correspondido e saiu pela porta ainda aberta. Acho que ele podia sentir o olhar fulminante de Minhyuk nas costas.

— Ele veio perturbar de novo? — Nem dois segundos depois Minhyuk já perguntou indignado.

— Ele não estava perturbando...

— Você já não disse que não pode ajudar?

  Ele falou jogando a mochila em um canto do sofá me ignorando completamente me fazendo revirar meus olhos.

— Você não ouviu, ele não me incomodou e é uma pessoa muito gentil e ainda me ajudou a passar o tempo.

— Tá, não fui com a cara dele.

  Ele cruzou os braços me olhando com uma expressão emburrada, fiz uma expressão típica da mãe de Kihyun quando ele tentava explicar o porque de uma briga.

— Pare de implicar, ele é uma boa pessoa. — Falei calmamente.

— Você nem o conhece direito! E se ele for um criminoso? Ele exclamou cruzando os braços

— Ele é da polícia! Você também não o conhece, Pode parar de discutir?

  Ele parou de falar me olhando com sua expressão de olhos arregalados e boca entreaberta. Depois dr um tempo em silêncio ele mudou sua expressão e perguntou

— Você mexeu no cabelo?

— Ótima tentativa para mudar de assunto. — Falei rindo com uma pontinha de ironia.

— Mas ta diferente! Você mexeu não é?

  Ele apontou para mim e deu uma breve risada. Sorri começando a encará-lo.

  Nesses momentos eu lembro o quão fácil era minha amizade com Minhyuk, poder ser quem eu sou, não precisar me preocupar em ser cuidadosa com as palavras. Ele sempre foi descontraído e sorridente.
  É incrível que depois de 6 anos ele não tenha mudado nada e nossa amizade continue a mesma.

  Seu celular começou a vibrar e ele enfiou a mão em sua mochila revirando-a em busca do aparelho, tirou ele de lá com dificuldade e levou o mesmo até sua orelha.

— Boa tarde querido! — Ele falou sorridente para a pessoa do outro lado da linha.

— Estou a caminho do hospital, Minhyuk.

— Entendido!

  Ele desligou logo em seguida voltando a atenção para mim.

— Kihyun está a caminho do hospital com minha mãe, vamos buscar suas roupas.

  Ele indicou a porta com a cabeça, concordei e comecei a seguir ele até a saída do apartamento, ele parou e me olhou de cima abaixo,

— Hum... Você não pode ir descalça. — Ele disse olhando para meus pés.

— Ah eu vou de pantufa mesmo.

  Falei dando de ombros, ele me olhava mordiscando seu dedo indicador provavelmente pensando em algo.

— Vão achar que eu estou maltratando você, vamos te deixar mais  estilosa.

  Ele disse me fazendo rir. Ele sorriu continuando a me olhar em silêncio.

— Essa blusa é comprida o suficiente, usa como vestido, e pega a manga aqui e puxa para cima... Assim.

  Ele veio até mim ajeitar minha roupa do jeito que ele queria por fim ele sorriu e fez sinal de que estava bom. Só faltava eu tirar a calça extremamente larga e sair.

  Fazia muito tempo que eu não sabia o que era pegar ônibus, dava até uma saudadezinha da minha antiga rotina era como uma nostalgia bizarra, eu só era uma menina sem preocupações, era tudo  sentimento estranho.

  — Como você acha que vai reagir a suas roupas agira que está mais crescida?
 
  Minhyuk me acordou da minha viagem ao meu novo mundo de sentimentos estranhos.

— Eu lembro das minhas roupas, elas são bem diversificadas você sabe... Tem roupas de bonequinha até moletons então acho que não vou ver problema.

— É... Você tem razão quanto ao diversificadas.

Ele falou rindo.

— o que você quer dizer com isso?

  Cutuquei seu braço pelo jeito que ele tinha dito.

— O mesmo que você Sunny.

  Ele respondeu ainda sorrindo. O ônibus parou e ele indicou que era nossa parada, descemos e continuamos a andar, bom, eu continuei a seguir Minhyuk, até que chegamos naquela charmosa casa branca que ainda estava viva em minhas memórias.
 
  Ele tirou a chave do bolso dando espaço para que eu entrasse primeiro, tirei meus sapatos e avancei no seu interior absorta em como aquilo tinha mudado por dentro. Tudo estava perfeitamente em seu lugar,  sincronizando com o resto do ambiente.

  A decoração viajava pelo Cinza e amarelo, a sala era espaçosa com seu sofá cinza convidativo e seu carpete felpudo que estavam do lado oposto da estante de madeira marrom e sua televisão enorme, o lustre estava pendurado elegantemente e o chão branco refletia tudo aquilo. A cozinha se separava da sala por um portal de madeira escura e eu presumi que era decorada com o mesmo bom gosto.

  Voltei até a mesa de vidro estreita que ficava ao lado do sapateiro na entrada observando os inúmeros porta-retratos com fotos de Minhyuk. Ele mais novo, ele com uniforme, ele tocando piano, ele na formatura, ele com a mãe e o pai.      

  Aquela dor de cabeça aguda começou mais uma vez, não tão forte mais lembrando que ela estava ali. Fiquei tão absorta com a casa que nem notei que Minhyuk havia sumido. Ouvi passos pela escada virando meu corpo para direção oposta.

— Enquanto você "explora o novo ambiente " eu já peguei suas roupas.

  Ele falou descendo a mala que provavelmente estava entupida de roupas.

— Como elas vieram parar aqui?

— Digamos que eu as roubei, depois que seu irmão foi embora todo apressado ele deixou tudo que era seu para trás, e eu peguei e trouxe para cá.

— Ah bom saber que se eu quiser minhas coisas elas vão estar em fácil alcance.

  Falei estupefata que ele tinha levado todas minhas coisas para casa dele, chegava até a ser sinistro mas é melhor eu só pensar que era por garantia se eu voltasse, só uma loucura momentânea não uma esquisitisse.

  Tentei desfazer minha expressão de surpresa e encarar naturalmente, Min parecia estar se divertindo com a situação. Virei meu corpo bruscamente para a direção da portaum pouco envergonhada com o jeito que ele estava me olhando

— Acho que já podemos ir né?! —  Falei apontando para a porta.










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