LEE HYE SUN P.O.V
Respirei profundamente tentando ignorar todo o caos que se encontrava dentro de mim me concentrando em dar o melhor sorriso falso que eu podia enquanto observava a garota se aproximar, ok essa aversão que tenho por ela pode ser considerado boba mas tudo que ela fez ainda é algo muito recente para mim e algo me diz que a mulher que ela se tornou não é muito diferente do que a menina que ela era. Porém no momento pouco me importava o que ela tinha feito da vida dela mas sim que estava atrapalhando uma conversa importantíssima sobre algo extremamente importante para mim com sua presença indesejada. Respirei mais uma vez tentando achar algum resquício de paciência para eu lidar com a situação.
— Ooi Yoo Ri. — Prolonguei a primeira sílaba com meu grande sorriso no rosto na tentativa de fingir que todo mundo estava feliz de ver ela ali, Hoseok me olhou com um pequeno sorriso no rosto como se indicasse que eu havia exagerado, provavelmente ele estava certo.
— Boa noite, sun! — Que intimidade não? para você é Lee Hye Sun, respirei sutilmente ainda procurando aquela coisinha mágica chamada paciência. — E agora sempre que te vejo você está acompanhada desse policial. — Eu não sei se era consequência de sempre estar na TV ou já estava enraizado nela mas ela nunca, nunca abandonava seu sorriso robótico do rosto. Shin se limitou em sorrir.
— É que estávamos fazendo uma investigação... — Tentei ver se ela não era tão sonsa para entender o que eu estava falando.
— Ai... — Ela revirou os olhos dramaticamente fazendo um gesto com a mão como se indicasse que aquilo era inútil. — Ainda isso? Não acho que isso leva a lugar nenhum, sinceramente... Vocês deviam focar nos problemas atuais!
Franzi o cenho embasbacada com o comentário insensível que tinha acabado de escapar por aqueles lábios lambuzados de gloss, pude ver a expressão perplexa de Shin que compartilhava do mesmo pensamento que eu. O mais velho limpou a garganta e disse.
— Isso na verdade é um caso atual.
A garota sorriu com deboche e disse com o pequeno sorrisinho que curvava seus lábios:
— Eu não vou perder meu tempo discutindo com você, continue o bom trabalho. — Seu sarcasmo contaminou todo o ar que nos envolvia, ela se virou para mim fazendo que o sorrisinho debochado sumisse e seu típico sorriso robótico, que não expressava sentimento nenhum, tomou posse de seus lábios mais uma vez.
— Sunny. — Ela disse manhosa. — Me passa seu número para a gente marcar um almoço? Eu não aceito ouvir um não. — cantarolou a última parte, eu tinha certeza que meu sorriso já tinha se transformado em uma careta torta e então anotei o telefone fixo de Minhyuk no papel que ela estendia para mim.
— Não vou mais atrapalhar a brincadeirinha de vocês, boa noite. — Ela balançou os ombros e foi até o freezer pegar a bebida que ela iria comprar.
Me joguei na cadeira como se carregasse a fadiga de alguém que correu por 30km sem intervalos e suspirei alto. Hoseok riu da minha reação e se sentou novamente.
— Onde paramos? — Ele perguntou seriamente começando a analisar meu rosto, me remexi na cadeira tentando achar uma posição mais confortável.
— Minha família adotiva.
— isso, então você não sabe nada sobre seus pais biológicos? Eles também não te deixaram nada?
— Além de que estão mortos? Não, não sei mais nada.
— Então as pessoas mais próximas a você e seu irmão são realmente sua família adotiva... Interessante. — Ele murmurou como se estivesse fazendo uma nota mental, o observei intrigada e voltei a falar.
— Além deles Changkyun só tinha a mim, ele não tinha namorada na época e nunca foi muito de ter amigos próximos, e mesmo se tivesse não acho que eles o mandariam para um manicômio.
— Eu vou reunir mais informações úteis, data de internação, métodos e doenças comums que são tratadas lá, quem sabe encontro mais informações sobre seu irmão, depois disso o primeiro passo é contatar sua família adotiva. Saber onde eles se encaixam, se eles sabiam do seu desaparecimento, se Changkyun teve contato com eles antes de ser internado e coisas do gênero.
— Então é isso por hoje? — Perguntei endireitando a postura na cadeira.
— É sim, te mantenho informada caso eu descubra alguma coisa, ou tenha alguma tarefa para você. — Ele sorriu se despedindo. — Boa noite,Sun.
— Boa noite, policial Shin.
— Eu já disse que pode me chamar de Hoseok. — Sorri assentindo.
Levantei da cadeira recolhendo minha jaqueta e me apressei para chegar no prédio de Minhyuk. Bati na porta esperando alguns segundos até ele abrir.
— Como foi? — Perguntou com seu típico tom de voz sereno.
Suspirei enlaçando sua cintura e me aconchegando em seu peito, ele envolveu minha cintura e respeitou meu tempo, Fechei os olhos deixando seu perfume tomas conta de meus pulmões.
— Chang está em Ilsan... Num manicômio. — Minha voz falhou por um momento.
A ficha finalmente tinha caído e por ora eu não poderia ver meu irmão.
— Ele é o cara mais cabeça que eu conheço, não pode ser...
— Eu também duvidei, mas Hoseok está fazendo um bom trabalho, ele está empenhando no caso e está fazendo tudo para ajudar.
— Vamos parar de pensar em tudo isso um pouco? Que tal fazermos alguma coisa amanhã?
Ele falou sem nem tentar enconder o quanto aquilo estava o deixando emocionalmente exausta, Conti um suspiro compreendendo exatamente o que ele sentia.
— Vamos sim, por favor.
Ele sorriu radiante e de repente parecia que viver valia realmente a pena, era um tipo de sorriso que iluminava cada cantinho escuro, um sorriso que me iluminava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Just another page (Hiatus)
Mystery / ThrillerA reaparição de uma garota esquecida seria o ponto final ou só uma vírgula? "Eu te amo pelo que você é, pelo que você foi e eu te amo pelo que você ainda vai ser".